Diversidade, Liberdade e Inclusão Social
Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Memórias Seletivas
Sou acusado de ter memória seletiva. Dizem que só me lembro dos fatos que se alinham ideológicamente comigo. Não sei se todo mundo é assim, mas tento não ser. Gostaria de não ter essa memória seletiva.
Entrei nesse assunto, porque ontem o governo federal divulgou o pífio e vergonhoso resultado do IDEB, índice que mede o desempenho da educação básica nacional, e os blogueiros de uma certa esquerda simplesmente omitiram esse fato, como se nada tivesse acontecido. Isso lembra Garcia Marques, bateu esquecimento geral ou bobeira.
Estamos no mesmo nível de 2009, não avançamos, estagnamos em 3,4 no ensino médio público (majoritariamente oferecido pelos governos estaduais), o mesmo indicador de 2009, ainda que dentro da meta de 2011.Na rede privada, por exemplo, a nota média nessa etapa de ensino foi de 5,7. A meta estipulada é de 5,8.
Por que isso? Porque o estado brasileiro (e a culpa é sempre dos seus gestores que geralmente são os políticos) não tem diretrizes, não tem pulso, não tem autoridade, não tem nada em relação à educação.
E, por outro lado, existe o interesse corporativista daqueles que ganham pouco (o professor brasileiro ganha 4 vezes menos do que o sulcoreano) e os sindicatos que os representa, movidos pela politicagem, não querem saber de reformas. No RS, o CPERS não quer nem saber em mudar um plano de carreira da década de 70. C
A memória seletiva de uma certa esquerda blogueira é sempre contra os chamados poderosos, a elite, a mídia, os Estados Unidos, o FHC, as privatizações (que agora retornam na administração petista), mas eles têm uma dificuldade imensa de debater o que efetivamente importa, como é o caso da nossa pífia e vergonhosa educação.
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3 comentários:
Maia,
Não há como discutir a educação sem falar de salário de professores e de infraestrutura.
Aí te pergunto: quem, na nossa zélite (que tem muita culpa no cartório da educação, sim) apoia aumento de gastos públicos no Brasil?
Mas teu problema não é a memória seletiva. É a indignação seletiva. E esse é, em geral, a razão de minha implicância com o que chamo de "zélite".
A administração brasileira não apenas gasta demais, o principal problema é que gasta mal e as obras simplesmente não acontecem. O estado brasileiro tem que ser racionalizado.
Maia,
O maior gasto público do Brasil é com serviço da dívida.
NINGUÉM, na nossa imprensa, e na nossa zélite, reclama disso. NINGUÉM. Reclamam da tapioca do funcionário.
E gasta mal porque a cultura brasileira é esta: se é público, é podre, não presta, não é de ninguém.
Sem mudar esta cultura (que, repito, começa na nossa zélite), nada muda.
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