Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


quinta-feira, 10 de abril de 2008

Algemas Ideológicas do Conservadorismo


No Rio Grande do Sul, O Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) aprovou, ontem, por unanimidade (19 votos) o Zoneamento para a Silvicultura, tornando o RS o primeiro Estado a ter diretrizes para o investimento em florestas extensivas que se destinam à fabricação de celulose e papel.


O diario gauche de hoje acusa o governo Yeda de participar da farra das papeleiras. Diz o gauche:


O fato é que o RS a partir de agora é território livre para o desequilíbrio ambiental generalizado. As normas ontem aprovadas significam uma não-regulamentação, um não-zoneamento, assim como a monocultura extensiva de eucaliptos significam uma não-silvicultura.
A presidente da Fepam, Ana Pellini, amiga pessoal da governadora Yeda, usou de uma franqueza constrangedora para um agente público: “Quando as empresas adquirirem uma área já saberão como usar”. Isso prova que prevaleceu o estrito interesse dos grandes investidores em papel e celulose – as chamadas papeleiras – , e que o Estado e seus atuais dirigentes estão capturados pelo interesse privado em prejuízo do interesse público.
Mas a sociedade e seus movimentos sociais precisam reagir com firmeza. Isso não pode ficar assim. Está em jogo o presente e o futuro do bioma Pampa. O poder público estadual está sendo negligente e precisa ser chamado às suas responsabilidades constitucionais.
As novas diretrizes ontem aprovadas significam uma tácita declaração de que o Estado abre mão de suas responsabilidades na preservação e conservação ambiental. Isso se constitui em grave violação da Constituição do Estado e um gravíssimo desrespeito à Constituição Federal.
A sociedade e a União precisam reagir.


Comentário meu: Ninguém vai reagir.

É impressionante como qualquer investimento produtivo no campo é visto com péssimos olhos por certa esquerda. Assim aconteceu com os transgênicos, liberados pelo governo do PT, e agora acontece com as papeleiras. Assim aconteceu também com a chamada monocultura da soja. Certa esquerda vai ser sempre contra a qualquer tipo de investimento no campo e se coloca como grande perita no assunto. Alguém sabe de alguma pessoa que tenha morrido por ter ingerido produto transgênico? E por que os produtores gaúchos, inclusive os pequenos, estão plantando eucaliptos? Porque é uma forma muito viável de gerar bons negócios, boas rendas, muito melhor do que plantar outros produtos. Existe mercado para isso. Mas isso não interessa a certa esquerda que tem o pensamento monolítico direcionado no seguinte sentido: campo é terra da agricultura familiar e nada além disso. Nem mesmo o Stédile acredita mais nisso, isso é raciocínio de século XIX. Por isso digo e repito, a esquerda brasileira só vai conseguir construir um Brasil melhor e possível quando se livrar dessas impressionantes algemas ideológicas do reacionarismo.

2 comentários:

PoPa disse...

Caramba! Eu não leio o Gauche, mas ele está em que mundo? Empresas que compram alguma coisa, claro que precisam saber o que vão fazer ou como usar! Onde está a tal "franqueza constrangedora"? Ele tem razão em uma coisa: isso não pode ficar assim! Não pode mesmo! Tem que ficar claro que não existe "bioma Pampa" e que esta é uma oportunidade para a região, não para Porto Alegre e arredores. A maioria dos que são contra estes investimentos, não sabem nada à respeito e sequer conhecem a realidade da nossa região. São uns - como se diria por aqui - abostados.

Carlos Eduardo da Maia disse...

São uns abostados mesmo. Para eles tudo é ideologia. A técnica é ideologia. Talvez até o resultado do 2 mais 2 seja ideológico...