Leio no RS Urgente de hoje uma crítica ácida à administração - morninha - do prefeito José Fogaça de Porto Alegre.
Diz o RS:
Depois de privatizar o auditório Araújo Vianna, o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (PMDB), entregou hoje a guarda do Parque da Redenção e de parte da Orla do Guaíba para a Pepsi Company e para a Sinergy Novas Mídias. A cerimônia de “adoção” das duas áreas públicas ocorreu na manhã desta quarta. Em troca de um investimento de R$ 2,8 milhões nas duas áreas, as empresas poderão colocar placas de publicidade nas mesmas e realizar até três eventos anuais, de “caráter cultural”, no Anfiteatro Pôr-do-Sul.Segundo informações da prefeitura, a orla do Guaíba receberá um novo projeto paisagístico com a plantação de palmeiras (estilo Miami), nova iluminação, reforma dos banheiros públicos, áreas para a prática de exercícios, recuperação de quadras poliesportivas e áreas de contemplação. Na Redenção estão previstos, além de manutenção e melhorias de paisagismo, novas áreas de recreação infantil, iluminação, sinalização, contemplação e relaxamento, marcação de cooper e ciclismo, bancos e lixeiras.Com isso, Fogaça se livra de mais um pouco de trabalho na Prefeitura. Cansado, quer repassar serviços públicos para a iniciativa privada. É a governança solidária. Com as empresas...
Minha opinião:
Finalmente, o Fogaça fez alguma coisa decente. Deveria ter feito isso no início do governo. Em qualquer país socialmente desenvolvido existe esse tipo de parceria para cuidar dos espaços que continuam sendo públicos. Toda a orla do Rio, do Leme ao Leblon, por exemplo, a Lagoa Rodrigo de Freitas são espaços maravilhosos e estão muito bem cuidados exatamente porque existe esse tipo de parceria. Já se viu -- e o Araújo Vianna é exemplo vivo disso -- que a prefeitura não tem condições por si só de manter certos espaços públicos. Ela tem sim que fazer parcerias. O único problema é o ranço ideológico da eterna patrulha ranzinza.
6 comentários:
Com licença, Maia, vou responder ao seu post no Diário Gauche, onde postei um comentário politicamente correto, na sua visão é claro. Gostaria que me explicasse o que é isso de pedinte ativo e passivo? Achei ruim, muito ruim a mistura de termos, pedinte com achaque, por exemplo. E para mim é uma clara tentativa de fabricar um consenso em relação a isso, desumanizar qualquer criatura que vá pedir qualquer coisa na janela do carro ou melhor, criminalizá-ça. Mas tudo bem, tua opinião é importante pra me fazer pensar nas outras alternativas. Um abraço e até mais.
Mais um, agora sobre o post no seu blog: O Fogaça andou mostrando par todo mundo o tal de superávit nas contas da prefeitura e assim mesmo é incapaz de colocar 7 milhões para recuperar o Araújo Vianna. Maia, 7 Milhões é troco para uma cidade como Porto Alegre manter inteiramente público um equipamento importante como o Araújo. Mas a intenção não é essa e sim fazer alguém esperto da iniciativa privada lucrar muito com isso, ou estou enganado? Por falar nisso, faz mais de ano que rolou essa licitação, não? Não tem um prazo pra caducar?
No resto, não me cercando tudo e colocando propaganda em cada canto vá lá, vamos ver se fica melhor ou pior.
Abraço
Abraço
Marcelo, pedinte ativo é aquele que muitas vezes exige que o cidadão dê esmolas ou dê dinheiro porque cuidou do carro. E essa exigência muitas vezes parte para a violência verbal e também em agressão. Como disse um dos participantes daquele fórum da RBS, há um mercado na rua que dá dinheiro para a esmola, para os flanelinhas. Mas isso não é profissão. Muitas pessoas que vivem nas ruas estão ali porque tem problemas mentais, são alcoolistas ou drogaditos; ou os três juntos.Mas, repito, rua não é local para as pessoas viverem. E o poder público concede abrigos para essas pessoas, mas elas não querem viver nesses abrigos. Preferem viver na rua.
Marcelo, a administração do PT reformou o Araújo Vianna e reformou mal. E o teatro foi utilizado poucas vezes. Está ali jogado às moscas. O que fazer? Outra reforma com dinheiro público para a prefeitura administrar o teatro? Ou conceder o espaço para a iniciativa privada fazer a reforma, administrar o local, como ocorre em qualquer cidade dos países socialmente desenvolvidos? A questão é exatamente essa, o Estado moderno não deve ficar administrando teatros, empresas, porque não é este o papel do Estado. O Estado moderno tem que concentrar suas atividades no básico para gerar a população que utiliza o serviço público um atendimento razoável e decente na área da saúde e educação. Cabe ao Estado, também, fiscalizar e cobrar eficiência das concessões, permissões e autorizações dos serviços públicos concedidos à iniciativa privada e também cuidar e bem da segurança.
A reforma feita na época do PT foi um horror, concordo. Mas como é que é, o Estado Moderno tem de se preocupar com o básico e tu achas que CULTURA não é o básico dos básicos? Tá explicado então! Abraço!
Cultura, Marcelo, é fundamental e é papel do Estado moderno administrar a prestação desse serviço super importante. O contrato que Fogaça fez com os novos concessionários não retira da prefeitura a administração da cultura. Se passou apenas o espaço físico, mas a prefeitura pode fazer eventos culturais no local. Melhor assim do que assado.
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