Certa esquerda tem muita dificuldade em entender o funcionamento do mercado financeiro. A dificuldade é profunda. E o ranço ideológico está no meio de tudo isso. Leio hoje no Diário Gauche que os grandes lucros obtidos pelo mercado financeiro que dobrou de tamanho no governo Lula e os lucros triplicaram é resultado do próprio neoliberalismo. Diz o gauche:
Os economistas marxistas Gérard Duménil e Dominique Levy definiram o neoliberalismo como a “expressão ideológica da hegemonia da finança”. Com esses dados divulgados pelo Banco Central do Brasil algum recalcitrante ainda tem dúvida sobre quem tem a efetiva hegemonia da política brasileira?
Ou dito de outra forma: alguém duvida que se tome alguma medida estrutural no Brasil, sem o expresso consentimento do sistema financeiro?
Neste sentido, a popularidade extraordinária do presidente Lula (que é inegável) adquire um caráter relativo, face à acachapante força hegemônica do sistema bancário que orienta a economia e parte da política do governo federal, haja vista toda a sorte de dificuldades e entraves sofridos pela reforma agrária nestes cinco anos de lulismo, só para citar um único exemplo.
Ou dito de outra forma: alguém duvida que se tome alguma medida estrutural no Brasil, sem o expresso consentimento do sistema financeiro?
Neste sentido, a popularidade extraordinária do presidente Lula (que é inegável) adquire um caráter relativo, face à acachapante força hegemônica do sistema bancário que orienta a economia e parte da política do governo federal, haja vista toda a sorte de dificuldades e entraves sofridos pela reforma agrária nestes cinco anos de lulismo, só para citar um único exemplo.
Comento: o sistema bancário e financeiro deve ser forte e com credibilidade em qualquer país que queira se desenvolver econômica e SOCIALMENTE. É no sistema financeiro que se capitaliza o crédito que serve para financiar os investimentos. E que créditos são esses? São os créditos das poupanças, das aplicações dos clientes do mercado financeiro, desde o pequeno poupador ao grande investidor. Qualquer tormenta e turbulência no mercado financeiro pode colocar em risco o próprio país. É, portanto, do interesse público e do pais assegurar a estabilidade do mercado financeiro que não pode e nem deve ser de livre mercado, mas controlado e fiscalizado por este ente fundamental e imprescindível que é o Estado. Agiu bem o FED em intervir no Bears, assim como agiu bem o governo FHC ao fazer o PROER auxiliando, sobretudo, a credibilidade do mercado financeiro nacional e os poupadores, aplicadores e investidores das instituições envolvidas. Não vamos reduzir tudo ao simplismo para equivocadamente concluir que isso é apenas jogo ideológico de dominação e hegeomonia. Negativo. Isso faz parte da prática real em qualquer sociedade que quer e pretende se desenvolver. O governo do PT -- que tanto criticava as benesses do mercado financeiro e utilizou esses argumentos para chegar ao poder -- está mostrando que tudo aquilo que ele dizia e criticava fazia parte apenas de um jogo de poder. Um jogo para chegar ao poder.
Nenhum comentário:
Postar um comentário