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Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Bendito PIG

Que interesses estão atrás de Zé Dirceu?


Miquinhos Não Admitem Que se Comentem as Negociatas do Governo do Pop Presidente

Os miquinhos amestrados morrem de medo de pensar que a Dilma pode não ser eleita. E se isso, efetivamente, acontecer, será o fim de tudo, o mundo vai acabar.. E por isso eles, os miquinhos, estão bem antenados, cronometrados, fazendo campanha nos Blogs, estampando a imagem de Dilma atrás da bandeira vermelha do PT e com o slogan: "para vencer".

Dez  entre dez miquinhos amestrados não gostam da grande mídia. Eles chamam Partido da Imprensa Golpista, ou PIG (de porco mesmo),  frase inventada por um jornalista chamado Paulo Henrique de Tal.

O humilde dono deste depósito não morre de amores pela grande mídia, porque aprendeu que é importante -- sempre -- manter o espírito crítico diante das informações contraditórias, mas há de se reconhecer que as melhores críticas construtivas que se faz em relação ao governo do pop presidente, Sr. Luiz Inácio, vem mesmo da grande mídia. O governo  do PT tem sim uma oposição medíocre e medrosa.

Pois a Folha de S. Paulo de hoje traz uma notícia mais ou menos bombástica. Uma certa eminência parda chamada Zé Dirceu, cuja vida daria uma bela biografia não autorizada, e que foi afastado do governo e da vida política por ser o arquiteto de um vasto esquema de fraude e corrupção continua frequentando os bastidores do poder e fazendo assessoria para grupos interessados em obter favorecimentos do governo do pop presidente.

O tal do Zé Dirceu -- que sempre foi íntimo amigo do pop presidente --  recebeu, pelo menos, 620 mil paus do principal grupo empresarial que será beneficiado caso a quase extinta  estatal Telebrás seja reativada.

Diz a Folha de hoje, que faz parte do PIG, que os miquinhos amestrados querem calar:

O dinheiro foi pago entre 2007 e 2009 por Nelson dos Santos, dono da Star Overseas Ventures, companhia sediada nas Ilhas Virgens Britânicas, paraíso fiscal no Caribe. Dirceu não quis comentar, e Santos declarou que o dinheiro pago não foi para "lobby".


Tanto a trajetória da Star Overseas quanto a decisão de Santos de contratar Dirceu, deputado cassado e réu no processo que investiga o mensalão, expõem a atuação de uma rede de interesses privados junto ao governo paralelamente ao discurso oficial do fortalecimento estatal do setor.

De sucata a ouro


Em 2005, a "offshore" de Santos comprou, por R$ 1, participação em uma empresa brasileira praticamente falida chamada Eletronet. Com a reativação da Telebrás, Santos poderá sair do negócio com cerca de R$ 200 milhões.


Constituída como estatal, no início da decada de 90, a Eletronet ganhou sócio privado em março de 1999, quando 51% de seu capital passou para a americana AES. Os 49% restantes ficaram nas mãos do governo. Em 2003, a Eletronet pediu autofalência porque seu modelo de negócio não resistiu à competição das teles privatizadas.


Resultado: o valor de seu principal ativo, uma rede de 16 mil quilômetros de cabos de fibra óptica interligando 18 Estados, não cobria as dívidas, estimadas em R$ 800 milhões.


Diante da falência, a AES vendeu sua participação para uma empresa canadense, a Contem Canada, que, por sua vez, revendeu metade desse ativo para Nelson dos Santos, da Star Overseas, transformando-o em sócio do Estado dentro da empresa falida.


A princípio, o negócio de Santos não fez sentido aos integrantes do setor. Afinal, ele pagou R$ 1 para supostamente assumir, ao lado do Estado, R$ 800 milhões em dívidas.


Em novembro de 2007, oito meses depois da contratação de Dirceu por Santos, o governo passou a fazer anúncios e a tomar decisões que transformaram a sucata falimentar da Eletronet em ouro. Isso porque, pelo plano do governo, a reativação da Telebrás deverá ser feita justamente por meio da estrutura de fibras ópticas da Eletronet.


Outro ponto que espanta os observadores desse processo é que o governo decidiu arcar sozinho, sem nenhuma contrapartida de Santos, com a caução judicial necessária para resgatar a rede de fibras ópticas, hoje em poder dos credores.


Até o momento, Santos entrou com R$ 1 na companhia e pretende sair dela com a parte boa, sem as dívidas. Advogados envolvidos nesse processo estimam que, com a recuperação da Telebrás, ele ganhe cerca de R$ 200 milhões.


Um sinal disso aparece no blog de José Dirceu: "Do ponto de vista econômico, faz sentido o governo defender a reincorporação, pela Eletrobrás, dos ativos da Eletronet, uma rede de 16 mil quilômetros de fibras ópticas, joint venture entre a norte-americana AES e a Lightpar, uma associação de empresas elétricas da Eletrobrás".


O ex-ministro não mencionou o nome de seu cliente nem sua ligação comercial com o caso. O primeiro post de Dirceu no blog se deu no mês de sua contratação por Santos, março de 2007. O texto mais recente do ex-ministro sobre o assunto saiu no jornal "Brasil Econômico", do qual é colunista, em 4 de fevereiro passado.


O presidente Lula manifestou-se publicamente sobre o caso em discurso no Rio de Janeiro, em julho de 2009: "Nós estamos brigando há cinco anos para tomar conta da Eletronet, que é uma empresa pública que foi privatizada, que faliu, e que estamos querendo pegar de volta", disse na ocasião.


Lula não mencionou que, para isso, terá de entrar em acordo com as sócias privadas da Eletronet, entre elas a Star Overseas, de Nelson dos Santos, que contratou os serviços de Dirceu.


Enquanto o governo não define de que forma a Eletronet será utilizada pela Telebrás, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) conduz uma investigação para apurar se investidores tiveram acesso a informações privilegiadas.


Como a Folha revelou, entre 31 de dezembro de 2002 e 8 de fevereiro de 2010, as ações da Telebrás foram as que mais subiram, 35.000%, contando juros e dividendos, segundo a consultoria Economática.

3 comentários:

Alberto Padilha disse...

O PIG nacional voltou com força total. Ataca o PT e a candidatura Dilma, tendo como alvo secundário o ex-chefe da Casa Civil, José Dirceu. Zé H de hoje abre um dos seus editoriais falando de uma "escandalosa" rede de influências entre o setor público e o privado (ahahahahahah. (olha quem falando).
O PIG acusa Zé Dirceu de lobby no governo e de favorecer o empresário Nelson dos Santos, controlador acionário da Eletronet, empresa que estaria sendo beneficiada com R$ 200 milhões de reais após o anúncio do presidente Lula em lançar o Plano Nacional de Banda Larga.
Ora bolas ! todo mundo sabe que Brasília é a capital nacional do Lobby. Tramitam diariamente no Congresso Nacional e também no governo, centenas de projetos articuladospelos lobbistas doPIG, pelas empreiteiras, pela industria, das multinacionais, do agronegócio e por ai vai.
O certo é que ao mirar Zé Dirceu, o PIG quer associar a imagem negativa dos escândalos dos DEMOS ao PT, tentando colar um pouco dessa crise da direita em Lula e consequentemente em Dilma. A coisa é mais ou menos assim: tá todo mundo roubando, todo mundo é ladrão, tudo é sacanagem, abram olho ! O CERTO É QUE COMEÇOU A PRIMEIRA BATALHA PELA SUCESSÃO PRESIDENCIAL.

André da /rocha disse...

A Folha de S. Paulo acaba de tomar mais uma surra dos fatos. A denúncia que o jornal fez, em primeira página, com manchete de ponta a ponta, não resistiu nem mesmo ao ciclo de 24 horas. O tema parece confuso e, nesse caso, a confusão favorece o acusador.

O jornal apresenta uma fórmula simples no seu caldeirão de maldades: juntar uma bruxa (José Dirceu), o nome de um paraíso fiscal (Ilhas Virgens Britânicas), um dado chamativo (um empresário gastar 1 real para comprar participação em uma empresa) e mistura bem misturado com fantasias, como a lenda de que o negócio "renderia" ao empresário esperto um lucro de 200 milhões de reais (sem qualquer prova ou documentação, assim, no chute).

O problema é que as premissas da denúncia são falsas: 1) como esclareceu a Advocacia Geral da União, "a retomada desse patrimônio, por via judicial, não gerou direitos aos sócios da Eletronet ou qualquer outro grupo empresarial privado", ou seja, se José Dirceu recebeu 620 mil reais para gerar um lucro de 200 milhões de reais que não existe, ou ele é muito esperto, ou o empresário que pagou a ele para não ganhar nada é trouxa; 2) o ponto 7 da nota da AGU -- "a eventual reativação da Telebrás não vai gerar receitas ou direitos de crédito para a massa falida da Eletronet, seus sócios, credores ou qualquer grupo empresarial com interesses na referida massa falida" -- derruba a premissa da Folha de que a reativação da Telebrás pelo governo Lula de alguma forma beneficiará o empresário que pagou consultoria a José Dirceu.

Para além disso, notem o que disse a O Globo o secretário de Logística do Ministério do Planejamento:

O secretário de Logística do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna, um dos principais elaboradores do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) do governo, disse que a reportagem publicada nesta terça-feira pela "Folha de S.Paulo" está equivocada na sua premissa. Segundo Santanna, a eventual solução para o uso das fibras óticas do Sistema Eletrobrás não vai provocar nenhum benefício nem aos sócios, nem aos credores e nem a grupo empresarial privado.

- A afirmação inicial da matéria é completamente equivocada o que pode acontecer é o inverso - disse ele.

O governo, afirmou o secretário, não vai utilizar qualquer mecanismo que passe pela Eletronet, que "é uma massa falida". Ele disse que ela vai continuar sendo gerida pelo síndico. Serão usadas as redes da Eletrobrás que "não tem nenhuma relação econômica com a Eletronet".

O que me leva a concluir:

1) A Folha errou inocentemente;

2) A Folha tem interesses escusos nos negócios da banda larga;

3) A Folha faz campanha eleitoral;

4) A Folha serviu ao DEM e ao PSDB para jogar uma cortina de fumaça no inferno astral de José Serra.

Façam suas apostas.

Ogro Zen disse...

Como ousam questionar Deus e nosso amado líder supremo? Que mal tem as declarações dele prometendo reativar/beneficiar a Telebrás em pleno horário de funcionamento do pregão da Bovespa?