Enquanto Dilma visita a República Popular da China, FHC dá seus bons pitacos por aqui. Charge do Angeli |
Manchete de capa da Folha de hoje:
"Oposição precisa conquistar a classe média", afirma FHC
"Oposição deve desistir de buscar o povão"
O grande ícone da oposição no Brasil é o ex presidente Fernando Henrique Cardoso, o FHC, o príncipe dos sociólogos.
A matéria da Folha pode ser lida abaixo.
E ele está certo, os movimentos sociais já estão monopolizados: ou eles são PT ou são de partidos da base do governo.
A oposição no Brasil deve apostar é na classe dominante, na nova classe média que está a surgir.
Talvez essa tenha sido a grande sacada de Dilma nos primeiros 100 dias de governo: ela faz um governo menos ideológico, mais morno, sem muito embate, bem ao gosto da classe média. E isso significa que o governo Dilma está a conquistar corações e mentes da classe média, sobretudo nos setores que nunca votaram no Lula ou no PT.
Veja o que disse FHC:
"Enquanto o PSDB e seus aliados persistirem em disputar com o PT influência sobre os "movimentos sociais" ou o "povão", falarão sozinhos", diz o ex-presidente.
"Se houver ousadia, as oposições podem organizar-se, dando vida não a diretórios burocráticos, mas a debates sobre temas de interesses dessas camadas", diz.
"Dilma, com estilo até agora contrastante com o do antecessor, pode envolver parte das classes médias. Estas [...] mantiveram certa reserva diante de Lula", avalia.
"Uma oposição que perde três disputas presidenciais não pode se acomodar e insistir em escusas que jogam a responsabilidade no terreno "do outro'".
"Segmentos numerosos das oposições de hoje aceitaram a modernização representada pelo governo FHC com dor de consciência",
Oposição precisa conquistar a classe média, afirma FHC
Em manifesto, ex-presidente defende nova estratégia para PSDB e critica insistência na aproximação com o "povão"
Tucano diz que situação pode se complicar se Dilma Rousseff ganhar apoio de setores que ainda resistem a Lula
Edson Silva/Folhapress
Fernando Henrique Cardoso, ontem ,em Araraquara (SP)
DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defende em artigo que será publicado nesta semana uma revisão profunda da estratégia adotada pelo PSDB e pelos demais partidos de oposição para voltar ao poder.
Numa espécie de manifesto, ele afirma que a oposição deveria desistir de conquistar as camadas mais pobres do eleitorado e se conectar com a nova classe média produzida pelo crescimento econômico dos últimos anos.
"Enquanto o PSDB e seus aliados persistirem em disputar com o PT influência sobre os "movimentos sociais" ou o "povão", falarão sozinhos", diz o ex-presidente.
Ele observa que a classe média não participa da vida política do país como no passado, mas está presente em lugares onde os partidos praticamente não existem, como as redes sociais da internet.
"Se houver ousadia, as oposições podem organizar-se, dando vida não a diretórios burocráticos, mas a debates sobre temas de interesses dessas camadas", diz.
O artigo aparecerá no novo número da revista "Interesse Nacional", que será publicado na quinta. E no site interessenacional.uol.com.br.
FHC diz que a presidente Dilma Rousseff (PT) poderá conquistar eleitores que mantiveram "certa distância" do ex-presidente Lula.
"Dilma, com estilo até agora contrastante com o do antecessor, pode envolver parte das classes médias. Estas [...] mantiveram certa reserva diante de Lula", avalia.
FHC critica os governos que o sucederam e o próprio partido. "Uma oposição que perde três disputas presidenciais não pode se acomodar e insistir em escusas que jogam a responsabilidade no terreno "do outro'", afirma.
Em 2010, o ex-governador José Serra brigou por meses com o senador Aécio Neves pela liderança da chapa. Ganhou internamente, mas perdeu para Dilma.
FHC diz que a oposição não defendeu seu legado.
"Segmentos numerosos das oposições de hoje aceitaram a modernização representada pelo governo FHC com dor de consciência", avalia.
O ex-presidente deu a seu artigo o título "O papel da oposição", o mesmo de um texto célebre que publicou na década de 1970, quando fazia oposição à ditadura militar. E comparou a situação da época com a vivida hoje, com o PT ao poder.
"Diante do autoritarismo era mais fácil fincar estacas em um terreno político", diz.
Ontem, em após o lançamento do livro "Ruth Cardoso Fragmentos de Uma Vida", de Ignácio de Loyola Brandão, ele disse que é cedo para avaliar os 100 primeiros dias de Dilma. Avaliou que não basta falar de austeridade fiscal contra a inflação, mas praticá-la.
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Colaborou LEANDRO MARTINS, de Ribeirão Preto
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