Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O Curioso Caso de Benjamin Button



Uma Fantástica Antítese Biológica

Eu sabia que assistiria um filmão. Eu sabia. E assisti um filmão. Um dos bons romances que li foi Grande Gatsby do Fitzgerald. Além disso, eu sou fã de histórias fantásticas, curiosas, incríveis, estranhas e extraordinárias. É claro que tudo tem seus limites. Uma boa história também tem que ter seu critério de razoabilidade e sensatez.

O Curioso Caso de Benjamin Button, adaptação (com modificações) da obra de Fitzgerald é um filmão. Não é por acaso que o cinema, numa noite de terça feira, estava tomado de gente. Mergulhei duas horas e trinta minutos no filme. Acho que nem pisquei os olhos. Boquiaberto assisti do início até o fim da estranha vida do personagem principal interpretado por Brad Pitt. O homem nasce velho e vai rejuvenescendo com o passar do tempo e acompanha sua geração envelhecer, enquanto ele remoça.

Benjamin é o relógio que anda ao contrário. Os detalhes da nossa existência parecem insignificantes, por que as pessoas nascem e se desenvolvem e depois envelhecem e morrem? Que ciclo é esse que não pode ser invertido? Podemos sim modificar nossas vidas fazendo escolhas. A fulana nasceu para ser uma boa mãe, o beltrano nasceu para ser empreendedor, o ciclano nasceu para ser um viajante. E essas escolhas - certas ou erradas -- fazem parte dos pequenos detalhes das nossas vidas e que podem gerar efeitos -- negativos e positivos -- na vida dos outros. Tudo isso parece tão óbvio, mas não é. E a luta de Benjamin é contra a dialética do tempo. Sua vida nasceu ao contrário. Ele é o oposto de tudo. Ele está do outro lado da síntese. Ele é a antítese, mas que bela antítese ele é. A vida dos outros influenciam a vida de Benjamin. Seus amigos de infância são os velhos. Na meia idade ele encontra o equilíbrio. E na velhice, onde ele descobre a infância, nada mais é novo. Já é tudo velho. Ele conhece tudo. E por isso ele caduca.

Que história fantástica. Que texto sublime. Que produção. E o filme é perfeito, tendo sido adaptado para os novos tempos com o desfecho num hospital de Saint Louis, Louisianna, na época do furacão Katrina.

Recomendo esse filmaço.

4 comentários:

Silvestre Gavinha disse...

Maia,
deverias ser crítico de cinema.
Concordo em tudo com o que dizes.
Também mergulhei no filme.
Também gosto deste gênero(fantástico) e adoro Fitzgerald.
Pensei em escrever sobre o filme depois que o vi.
Não o fiz.
Agora já não preciso.
Abraços
Marie

Carlos Eduardo da Maia disse...

Legal, Marie. Simplesmente cinema é o máximo. É ótimo ver um bom filme. As vezes decepciona. Ontem cheguei cedo. Vi as pessoas se acomodando até a sala lotar. Casais casados e namorados, amigos íntimos, gays ou não, primeiros e últimos encontros, os solitários, os jovens tatuados ou não, o marido que não desliga o telefone deixando a mulher furiosa e aflita e uma simpática velhinha com andador. Tudo a ver com o filme.

Silvestre Gavinha disse...

Maia, o blog Lector in fabula apresentou um post sobre o Lançamento, pela José Olympio, do livro Seis Contos da Era do Jazz, onde se encontra também o conto do Benjamin Button.
Bem legal o post. Dá uma olhada lá.
Abraços
Marie

Silvestre Gavinha disse...

PS. Adorei tua descrição do momento cinema. Também acho isso uma delícia.
Principalmente naquelas sessões fora de horário nobre.
Marie