Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O PT do RS Precisa Rever seus Rumos


Jairo Jorge e Busatto ontem em Canoas-RS

Muito bom o artigo do prefeito petista de Canoas, Jairo Jorge, publicado hoje na Zero Hora.
Na época da apuração das eleições de outubro de 2008, o editor deste Blog saudou a eleição de Jairo Jorge em Canoas, porque parece estar surgindo um novo PT, sem ranço, sem preconceito, sem amargura....
Será???

Paradigma do conflito

Nos últimos 15 anos, a política rio-grandense vive sob o paradigma do conflito. Na verdade, temos uma longa tradição de embates polarizados, mas o conflito renasceu com petistas e antipetistas.
Esta espiral de disputas é movida não mais pelos elementos da discussão política, mas pelo ódio resultante do conflito. No lugar da racionalidade, a passionalidade. Ao invés do debate, o confronto e a demarcação.A disputa pela hegemonia na sociedade exige dos partidos capacidade de propor alternativas aos cidadãos e galvanizar a opinião pública.
Eu tenho orgulho de ser petista, são 27 anos de militância política em um partido que está realizando uma profunda transformação democrática no país. Mas se desejarmos novamente governar o Rio Grande, precisaremos aglutinar um novo bloco dirigente, com forças de centro, centro-esquerda e de esquerda.
Isso se faz com diálogo, com amplitude e com gestos de pacificação política.O convite ao economista Cézar Busatto foi uma tentativa neste caminho. O ódio despertado mostra o quanto a política gaúcha ainda se move pelo conflito.Winston Churchill dizia que “se iniciarmos uma disputa entre o presente e o passado, corremos o risco de perder o futuro”.
Os erros do passado, os equívocos cometidos há 10 anos, não podem nos imobilizar diante do presente e especialmente nos passos que dermos em direção ao futuro. Qualquer pessoa tem o direito de reconstruir sua vida, realizar autocrítica e refazer seus caminhos políticos. A experiência e a capacidade técnica de Cézar Busatto contribuiriam em muito para o sucesso da principal administração de esquerda no Rio Grande do Sul. A generosidade e o diálogo só têm força e sentido se praticados no exercício do poder. O episódio serve para superarmos o conflito e construirmos novo modelo para a política rio-grandense.
O paradigma do diálogo foi o que moveu o presidente Lula para a vitória nas duas últimas eleições presidenciais e está expressa no seu governo de coalizão.O PT do Rio Grande do Sul precisa rever seus rumos. Se desejarmos ser apenas o partido do quase, que sempre disputa, mas sempre é derrotado, ou se queremos construir um novo bloco político para governar os gaúchos com humildade e diálogo.
Se o caminho for a primeira alternativa, viveremos o isolamento daqueles que se acham os portadores da verdade única e colheremos sempre a derrota e o desprezo de uma opinião pública cansada da velha política.

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