Descobri, então, que Mino é o grande responsável por essa mudança -- tão criticada pela esquerda radical -- no comportamento ideológico do Lula, no sentido de transformá-lo em um candidato mais "palatável" ao gosto da classe média nacional.
Diz Mino, em artigo publicado em seu blog no dia 28 de agosto: conheço Lula há cerca de 30 anos, e desde o primeiro dia percebi nele as qualidades que o levariam de presidente do sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo e Diadema a presidente da República. Modestamente, acho que tive bom faro (...) Gosto dele como amigo, e apostei nele e no PT, porque sempre supôs que o Brasil, para crescer, como tantos outros países capacitados a ganhar contemporaneidade do mundo, precisaria de um partido de esquerda não somente capaz de aposentar os dogmas do chamado marxismo-leninismo, mas também de pressionar eficazmente os donos do poder nativo (...)
Lembro que em 1994, participei de um programa de entrevistas de Alexandre Machado em que Lula, candidato na segunda, e frustrada, eleição à presidência, era o entrevistado. Saímos depois para jantar em uma cantina dos Jardins. Estavam conosco José Dirceu e Aloísio Mercadante. Lá pelas tantas, entre uma garfada e outra, sugeri que ele abaixasse suavemente o tom revolucionário, que adotara durante a entrevista, a bem de um discurso mais persuasivo aos ouvidos da dita classe média. Tive a impressão de que não tinha agradado. Talvez. É certo, porém, que por um tempo mantivemos certa distância. Ou melhor, ele a manteve em relação a mim. A paz foi restabelecida em um jantar, na casa de um amigo comum, em dezembro de 2001".
Pois ai está como o discurso de Lula e do PT passou a ser mais "persuasivo" aos ouvidos da dita classe média.
Mais uma trabalho do intelectual orgânico, Mino Carta.
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