Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Confissões do Mino

Eu gosto do Mino Carta. Ele escreve bem, tem boa cultura e bom senso de humor. Não concordo sempre com ele. Mino Carta se autoproclama um intelectual orgânico. Leio seu blog que está ali nos meus favoritos. Mino Carta anda chateado com Clovis Rossi da Folha, com quem já trabalhou que o acusou de chapa branca. Mino ficou magoado e escreveu um artigo contando seu passado e como conheceu Lula e suas conversas com o nosso atual presidente.

Descobri, então, que Mino é o grande responsável por essa mudança -- tão criticada pela esquerda radical -- no comportamento ideológico do Lula, no sentido de transformá-lo em um candidato mais "palatável" ao gosto da classe média nacional.

Diz Mino, em artigo publicado em seu blog no dia 28 de agosto: conheço Lula há cerca de 30 anos, e desde o primeiro dia percebi nele as qualidades que o levariam de presidente do sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo e Diadema a presidente da República. Modestamente, acho que tive bom faro (...) Gosto dele como amigo, e apostei nele e no PT, porque sempre supôs que o Brasil, para crescer, como tantos outros países capacitados a ganhar contemporaneidade do mundo, precisaria de um partido de esquerda não somente capaz de aposentar os dogmas do chamado marxismo-leninismo, mas também de pressionar eficazmente os donos do poder nativo (...)
Lembro que em 1994, participei de um programa de entrevistas de Alexandre Machado em que Lula, candidato na segunda, e frustrada, eleição à presidência, era o entrevistado. Saímos depois para jantar em uma cantina dos Jardins. Estavam conosco José Dirceu e Aloísio Mercadante. Lá pelas tantas, entre uma garfada e outra, sugeri que ele abaixasse suavemente o tom revolucionário, que adotara durante a entrevista, a bem de um discurso mais persuasivo aos ouvidos da dita classe média. Tive a impressão de que não tinha agradado. Talvez. É certo, porém, que por um tempo mantivemos certa distância. Ou melhor, ele a manteve em relação a mim. A paz foi restabelecida em um jantar, na casa de um amigo comum, em dezembro de 2001".
Pois ai está como o discurso de Lula e do PT passou a ser mais "persuasivo" aos ouvidos da dita classe média.
Mais uma trabalho do intelectual orgânico, Mino Carta.

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