Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Reflexões do Comandante em Chefe


No sítio da radio reloj cubana http://www.radioreloj.cu/ tem um link para as reflexões do comandante-em-chefe Fidel Castro Ruiz à humanidade.

Fidel - desde que se afastou do poder há um ano - vem escrevendo suas reflexões sobre os fatos do momento. São reflexões que valem a pena serem lidas. O dono deste depósito recomenda.

Buenas, no dia 10 de julho, Fidel escreveu um artigo denominado a autocrítica de Cuba.
Diz ele, num determinado momento:

"Contudo, estamos a cumprir estritamente as nossas obrigações financeiras precisamente porque não somos uma sociedade de consumo. Precisamos de administradores sérios, valentes e conscientes."
De fato, Cuba não é uma sociedade de consumo. Primeira pergunta, pode um governo de plantão impedir que uma sociedade não tenha o direito de ser uma sociedade de consumo? Afinal, consumo não é um direito?
Prossegue, o comandante-em-chefe:

"Os que dilapidam gasolina, a destra e sinistra, com a existência dos veículos com que contamos hoje, os que esquecem que os preços dos alimentos sobem de forma sustentável, e que as matérias-primas para a agricultura e a indústria, muitas de cujas produções são distribuídas a todos, com preços subsidiados, devem adquirir-se a preços de mercado; os que esquecem que o país tem o dever sagrado de lutar até a última gota de sangue e deve gastar em matérias-primas e meios de defesa perante um inimigo que está de plantão permanente, podem comprometer a independência e a vida de Cuba. Com isso não se brinca!"

Por não ser uma sociedade de consumo se restringe drasticamente a circulação de capital. O consumo dos bens é, pois, limitado. Gasolina deve ser economizada (aliás prática que deveria ser estendida a todas as nações) , mas de forma drástica, pois, afinal, tais matérias primas poderão ser necessárias para se defender do grande império americano.

É a paranóia de sempre que movimenta o coração e mente da esquerda. Cuba não se desenvolve porque tem de se armar contra o império. É o clima de guerra constante contra o grande mal. Mas o grande mal não está nem ai para Cuba, vive sua vida de consumo, cidadania, alegrias e tristezas. Mas vive sua vida de qualidade.
De fato, El Comandante, com isso não se brinca!

E prossegue Fidel:

Fiquei com os cabelos arrepiados, quando há uns dias um distinto burocrata exclamou pela televisão que agora, que o período especial acabou, enviaremos todos os anos mais e mais delegações para tal e mais qual actividade.
De onde saiu esse bárbaro?, perguntei-me. Talvez seja uma doação que nos envia Sancho Panza desde a sua ilha de Barataria.
Em Cuba, o período especial aliviou-se, mas o mundo caiu num período muito especial, que está por ver como se sai dele. Dilapidamos milhares de milhões de dólares em combustível. Não apenas como gastadores de ofício, que é uma tendência natural, mas também pela necessidade de mudar dezenas de milhares de antigos motores soviéticos, de uma época em que lhes sobrava a gasolina, por motores chineses muito poupadores, com facilidades de pagamento razoáveis. Esse programa tem atraso.

Um burocratinha sabichão resolveu dizer que Cuba pode enviar delegações para todos os lugares, porque passou o período especial.

Que bárbaro, questionou o el comandante e recebeu a devida resposta: a culpa não é minha , a culpa é do mundo. Se não fosse ateu diria, a culpa é de Deus.

É de arrepiar os cabelos. De fato é.

Um comentário:

PoPa disse...

Li, no Reinaldo Azevedo, que os cubanos estiveram na embaixada alemã, pedindo visto. Esta história ainda vai dar muito o que falar...