O avião fretado que levou os boxeadores cubanos Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara do Brasil para Cuba é venezuelano.
Estranho. Muito estranho.
E a Venezuela chavista vive tempos de grande violência. O governo, para variar, diz que isso é invenção da mídia e do império.
Aliás, o governo Chávez culpa o império pela crise da maleta de US$ 790 mil.
Deu na Folha hoje:
As Funerárias de Caracas criam regras contra violência em velórios.
"Trabalhamos com os baleados de acordo com os tiros que têm", explica Magaly Figuera, gerente da funerária San Pedro, que tenta evitar funerais de "malandros", mortos geralmente em ajustes de contas. "Podemos aceitar até três tiros, mas o que tiver oito, 40, nunca. Quem leva tantos tiros num roubo?"
Há cinco anos na função, Figuera, 43, já teve uma pistola apontada para a cabeça e perdeu a conta das vezes em que o carro funerário foi seqüestrado no trajeto até cemitério. Em geral, o corpo é levado ao "barrio" onde a vítima morava ou a prostíbulos para uma última homenagem. Outra "homenagem" comum é abrir o caixão no velório para jogar rum, maconha e outros objetos dos quais o defunto gostava.
Ela conta que, no sábado passado, recebeu Zenobia Mendoza, cujo filho de criação, Jeison Mendoza, 25, havia sido assassinado com um tiro no mesmo dia.A gerente diz que aceitou o velório por causa da "boa impressão" da mãe, mas ela não tinha dinheiro o suficiente para pagar o serviço na funerária. O velório acabou sendo realizado na violenta região do Petare. No domingo à noite, quatro homens identificados como a "gangue pikachu" invadiram a capela e começaram a disparar. Três pessoas morreram e pelo menos 11 ficaram feridas, entre elas a mãe, na mão.Os tiros atingiram até mesmo o cadáver, que teve de passar por uma segunda autópsia para novamente retirar projéteis.
Os quatro assassinatos se somaram a outros 47 homicídios ocorridos na grande Caracas (5 milhões de habitantes) no último fim de semana.Pesquisas de opinião mostram que há dois anos a violência se transformou na principal preocupação nacional. Segundo levantamento divulgado nesta semana pela instituto Hinterlaces, 80% dos entrevistados consideram a insegurança o maior problema do país.O aumento da violência é negado pelo governo.
O ministro do Interior (Justiça), Pedro Carreño, disse que a imprensa é a responsável pela sensação de insegurança e que age para derrubar o presidente venezuelano, Hugo Chávez.
Nenhum comentário:
Postar um comentário