O dono deste depósito gosta de ir ao cinema nas terças-feiras. Semana passada, assistiu a Saneamento Básico de Jorge Furtado (que deu uma interessante entrevista ao Roda Viva da TV Cultura na segunda) e ontem ao Primo Basílio do Daniel Filho. O filme é surpreendentemente bom. Não é nenhum abacaxi. A obra é supimpa que prova a boa fase do cinema nacional. A história de Eça ( o criador de Carlos Eduardo da Maia) é transferida de Lisboa para S. Paulo, no ano de 1958, na época da construção de Brasília. Jorge (Reynaldo Gianechini), o engenheiro, vai para Brasília trabalhar na Novacap e deixa Luiza ( a linda Débora Falabella) nas mãos (e não apenas nas mãos) do primo Basílio (Fábio Assunção). A empregada (a monumental Gloria Pires) é testemunha do sensual romance -- que vira abacaxi -- e se apossa das cartas de amor. A chantagem é o caminho para sua aposentadoria. O trama se desenrola e a sala de cinema fica focada e atenta. A patroa chantageada começa a fazer os serviços domésticos e assim a história vai para os finalmente.... Até que Jorge volta e o suspense toma conta. Não vou contar o final. Vá ao cinema, vivente!
Mas o que também chama a atenção no filme é o comportamento da geração, das famílias no final da década de 50 e, sobretudo, o comportamento da classe média com os seus empregados: a falta de respeito, a falta de educação, o racismo, o autoritarismo, a insensibilidade. E a história se torna irreverente porque a situação se inverte: a patroa chantageada pela empregada tem de fazer o serviço doméstico. E assim vai. E assim termina.
Recomendooooo.
2 comentários:
Meu caro Maia
O que o Emir Sader não aceita é que, não obstante a existencia de propostas, seja de quem for, sempre se consagrará a constituição de um ideal político para o ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO, e nunca um ESTADO DA DIREITA.
Quem sabe ele não tem medo de perde o discurso ?
Para encerrar, receba um abraço no Paraíba, que teve que "fechar o quiosque" na Pestalozzi-Leme, em função da fiscalização do duble de alcaide e ex-blogueiro, Cesar Maia.
Foi trabalhar no Piscinão de Ramos, pois o Paraíba sempre foi "capitalista" e sabe surfar na maré economica daquela teoria.
Forte abraço
Senna Madureira
Eu fico muito irritado, Senna, quando leio Emir Sader. Mas ele colocou minha mensagem em seu blog. Quando é que o Senna vai abrir o Blog do Senna e depositar nele aqueles artigos que misturam música popular brasileira com a política?
Abra um blog, Senna, vc merece.
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