Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Chávez vai libertar Ingrid


Depois do encontro de Chávez e Uribe, o presidente venezuelano anunciou que receberá as FARC na Venezuela.
Algo muito estranho e inusitado pode acontecer.
Chávez vai libertar Ingrid Betancourt.
Aposto uma caixa de malbec argentino.
E, depois disso, vai querer mostrar que ninguém é igual a ele como estadista.

Confissões do Mino

Eu gosto do Mino Carta. Ele escreve bem, tem boa cultura e bom senso de humor. Não concordo sempre com ele. Mino Carta se autoproclama um intelectual orgânico. Leio seu blog que está ali nos meus favoritos. Mino Carta anda chateado com Clovis Rossi da Folha, com quem já trabalhou que o acusou de chapa branca. Mino ficou magoado e escreveu um artigo contando seu passado e como conheceu Lula e suas conversas com o nosso atual presidente.

Descobri, então, que Mino é o grande responsável por essa mudança -- tão criticada pela esquerda radical -- no comportamento ideológico do Lula, no sentido de transformá-lo em um candidato mais "palatável" ao gosto da classe média nacional.

Diz Mino, em artigo publicado em seu blog no dia 28 de agosto: conheço Lula há cerca de 30 anos, e desde o primeiro dia percebi nele as qualidades que o levariam de presidente do sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo e Diadema a presidente da República. Modestamente, acho que tive bom faro (...) Gosto dele como amigo, e apostei nele e no PT, porque sempre supôs que o Brasil, para crescer, como tantos outros países capacitados a ganhar contemporaneidade do mundo, precisaria de um partido de esquerda não somente capaz de aposentar os dogmas do chamado marxismo-leninismo, mas também de pressionar eficazmente os donos do poder nativo (...)
Lembro que em 1994, participei de um programa de entrevistas de Alexandre Machado em que Lula, candidato na segunda, e frustrada, eleição à presidência, era o entrevistado. Saímos depois para jantar em uma cantina dos Jardins. Estavam conosco José Dirceu e Aloísio Mercadante. Lá pelas tantas, entre uma garfada e outra, sugeri que ele abaixasse suavemente o tom revolucionário, que adotara durante a entrevista, a bem de um discurso mais persuasivo aos ouvidos da dita classe média. Tive a impressão de que não tinha agradado. Talvez. É certo, porém, que por um tempo mantivemos certa distância. Ou melhor, ele a manteve em relação a mim. A paz foi restabelecida em um jantar, na casa de um amigo comum, em dezembro de 2001".
Pois ai está como o discurso de Lula e do PT passou a ser mais "persuasivo" aos ouvidos da dita classe média.
Mais uma trabalho do intelectual orgânico, Mino Carta.

Uribe refém de Chávez


Está "bombando" na mídia latinoamericana a visita de Hugo Chávez à Colômbia, onde se encontra com o presidente Alvaro Uribe para negociar a libertação de reféns.

A expectativa é a de que Chávez possa intermediar a troca de 45 sequestrados pelas FARC - Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, entre estes Ingrid Betancourt e cidadãos americanos, por 500 guerrilheiros presos.

Leio na Folha de hoje que Uribe "está abandonando a tradição colombiana de negociar o conflito armado só entre colombianos e convidou Chávez, que nunca escondeu sua simpatia pelas Farc. É o melhor pretexto para Chávez se intrometer no processo político colombiano, algo que ele sempre quis fazer. "

Esse é o ponto complicado da relação. As Farc são simpáticas aos movimentos que ocorrem na Venezuela e há alguma sintonia entre a república bolivariana e o movimento terrorista. Chávez quer fazer média com o povo das cidades colombianas, que detestam os movimentos das Farc, mas podem testemunhar que Chávez é um negociador, um mediador. Será que ele é? Isso dá ibope e Chávez está de olho em alimentar o espírito bolivariano em "nuestra america".

Segue a Folha:
"Chávez disse no sábado que fez contatos para ter uma resposta do líder das Farc, Manuel Marulanda, sobre a iniciativa para o "acordo humanitário".Raúl Reyes, segundo nome na hierarquia das Farc, rejeitou na semana passada a oferta de Chávez de desmilitarizar uma área da Venezuela para efetuar a troca de prisioneiros, mas disse que está disposto a dialogar "em qualquer lugar."

Como Uribe -pressionado pela opinião pública mundial - não consegue nada nesse diálogo com as Farc é possível que Chávez consiga. Raúl Reyes é velho conhecido dos movimentos da esquerda latino americana e deve estar sim negociando com Chávez. A liberdade de Ingrid Betancourt pode ser para Chávez um marco importante em sua trajetória na busca de um melhor ibope para a chamada revolução bolivariana. Se Chávez conseguir libertar Betancourt vai fazer um gol de letra.


Questão de Sensatez



O quadro acima é de autoria de Priscilla Bracks e tem o título de "Bearded Orientals: Making the Empire Cross" (Orientais Barbudos: Criando a Cruz do Império).

A escultura é de Luke Sullivan, chamada de "The fourth secret of Fatima" (O quarto segredo de Fátima).

O mundo ocidental ficou indignado quando o mundo muçulmano satanizou as imagens de Maomé e, por questão de lógica e bom senso, não pode agora ficar indignado com essa imagens.

A Elite que Pensa no Passado


O mundo mudou em muito pouco tempo, por força da velocidade tecnológica e as relações interpessoais também, inclusive em relação ao mundo do trabalho que tem seus direitos, os quais não podem ficar limitados a vontade de uma elite sindical ou orgânica. A grande questão é formalizar e trazer ao mundo do trabalho legal os trabalhadores na informalidade. Esse é um direito do trabalhador, mas não existem direitos reflexos perenes e engessados.A questão do trabalho informal não tem outra solução que não seja a flexibilização. Antes de tudo, quem, afinal, emprega informalmente? As pequenas, as micros empresas, o pequeno armazém da esquina que não tem condições de pagar o que a CLT determina ao seu balconista. Essa lei da década de 40 do século passado deve ser modificada exatamente para inserir no trabalho formal zilhões de trabalhadores sem carteira. Essa é o desejo da maioria e, sobretudo daqueles que trabalham informalmente. Esse desejo contrasta com a vontade de certa elite que pensa apenas nos tempos que já passaram.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Ainda Sobre Elites


Todos fazemos parte de uma mesma elite, a elite que teve acesso à educação.
Essa é a nossa tribo, a realidade da grande maioria das pessoas que posta mensagem aqui e que utiliza a internet.

No caso da pesquisa da Universidade Fluminense, Datauff ( promovida também pela Ford Foundation que patrocinou por largos anos o site de esquerda Carta Maior), ela entrevistou os analfabetos e as pessoas que têm curso superior e formulou as mesmas perguntas e, com base nelas, fez uma interessante comparação.
Essa pesquisa serviu de base para um livro "A Cabeça do Brasileiro" do sociólogo Alberto Carlos Almeida.

A Revista Veja apenas quis mostrar que elite não é, como na época das revoluções e revoltas francesas de 1789, 1844,1871, um grupo monolítico, perfeitamente organizado, com liderança definida etc.

Existem elites em todos os grupos sociais: econômicos, políticos e educacionais.

E a elite educacional é mais politicamente correta do que os analfabetos, menos suscetível à manipulação política e ideológica, mais consciente de seus direitos e, por fim, menos preconceituosa.

Burro ou Mal Intencionado?



Leio na Zero Hora de hoje artido do Luiz Fernando Veríssimo, o LFV, com o título de Fora Povo.

Ele trata daquela pesquisa que esse blog já comentou, sob o título "A Boa Elite", sobre o livro do sociólogo Alberto Carlos Almeida que lançou o livro "A Cabeça do Brasileiro, publicado na edição 2.022 da Veja que diz o seguinte:

Se alguém é eleito para cargo público deve usá-lo em benefício próprio?
40% dos analfabetos concordam
3% dos que têm nível superior concordam

É certo recorrer ao jeitinho brasileiro para resolver problemas como o de se livrar de uma multa?
57% dos analfabetos concordam.
3% dos que têm nível superior concordam.

A polícia está certa em bater nos presos para que eles confessem seus crimes?
51% dos analfabetos concordam
14% dos que têm nível superior concordam.

Programas de TV que fazem críticas ao governo devem ser proibidos?
56% dos analfabetos concordam
8% dos que têm nível superior concordam
.

Segundo LFV: Pesquisa recente concluiu que a elite brasileira é mais moderna, ética, tolerante e inteligente do que o resto da população. Nossa elite, tão atacada através dos tempos, pode se sentir desagravada com o resultado do estudo, embora este tenha sido até modesto nas suas conclusões. Faltou dizer que, além das suas outras virtudes, a elite brasileira é mais bem-vestida do que as classes inferiores, tem melhor gosto e melhor educação, é melhor companhia em acontecimentos sociais e é incomparavelmente mais saudável. E que dentes!A pesquisa reforça uma tese que tenho há anos, segundo a qual o Brasil, para dar certo, precisa trocar de povo. Esse que está aí é de péssima qualidade. Não sei qual seria a solução. Talvez alguma forma de terceirização, substituindo-se o que existe por algo mais escandinavo. As campanhas assistencialistas que tentam melhorar a qualidade do povo atual só a pioram, pois, se por um lado não ajudam muito, pelo outro o encorajam a continuar existindo. E pior, se multiplicando. Do que adianta botar comida no prato do povo e não ensinar a correta colocação dos talheres, ou a escolha de tópicos interessantes para comentar durante a refeição? Tente levar o povo a um restaurante da moda e prepare-se para um vexame. O povo brasileiro só envergonha a sua elite.Se não tivéssemos um povo tão inferior, nossos índices sociais e de desenvolvimento seriam outros. Estaríamos no Primeiro Mundo em vez de empatados com Botsuana. São, sabidamente, as estatísticas de subemprego, subabitação e outros maus hábitos do povo que nos fazem passar vergonha.Que contraste com a elite. Jamais se verá alguém da elite brigando e fazendo um papelão numa fila do SUS como o povo, por exemplo. Mas o que fazer? Elegância e discrição não se ensina. Classe você tem ou não tem. Mas o contraste é chocante, mesmo assim. Esse povo, decididamente, não serve.Se ao menos as bolsas-família fossem Vuitton...

O deboche de LFV demonstra burrice ou má fé.

O que a matéria da Veja afirma é que esses analfabetos devem ser incluídos na cidadania e qualidade de vida. Veja apenas mostrou -- de forma explícita -- o contraste que existe entre o Brasil escolarizado, que estuda, que frequenta a universidade, que tem acesso à cidadania, que goza de razoavel qualidade de vida do Brasil analfabeto, que não tem acesso à escola, a um sistema decente de saúde, que não tem direito à cidadania, que vive no mundo da violência e que pratica violência e que está longe e distante da qualidade de vida.

É claro, é evidente, é cristalino que LFV entendeu a matéria de Veja, mas quer ele fazer coro com o sectarismo e a burrice de certa esquerda que pensa que tem o monopólio do trombone e que chama classe média de classe mérdia. Quando a classe média bota a boca no trombone e se organiza em movimentos, esses burros e sectários abrem a boca e dizem que se trata de movimento da elite golpista, burguesa e reacionária. É para esses que LFV quer fazer média.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

PC do B virou Partido do Calheiros


O PC do B tem um site na internet: é o http://www.vermelho.org.br/. O slogan é "a esquerda bem informada".

O PC do B é aquele partido que na década de 80 adorava o ditador Enver Hoxa da Albânia que deixou aquele país preso ao stalinismo medieval.

Não devemos hoje guardar rancor.

E hoje o PC do B conta em seus quadros com uma das musas do Congresso Nacional, a deputada Manoela Ávila, candidatissima a prefeito de Porto Alegre.

Vasculhando, como sempre vasculho, os sites de esquerda, de direita e do centro me deparei com a página do PC do B e encontrei uma pérola: um artigo do jornalista Osvaldo Bertolino, http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=23938.

Pois bem, Bertolino resolveu defender Renan Calheiros e atacar a revista Veja, do grupo abril, porque denunciou que a pensão da filha do senador com a exibicionista Mônica Veloso foi paga por uma pessoa ligada a construtora Mendes Júnior.

Bertolino diz que houve um ataque inescrupuloso ao senador e que teria havido "uma salada de falsas questões, idéias sem nexo e fatos incompreensíveis que é servida diariamente no noticiário político, o que se tem, na maior parte do tempo, é desinformação."

Se Calheiros "deve alguma coisa, que pague à Justiça — não à ''grande imprensa''. O que vai ficando evidente é que o ataque inescrupuloso ao senador é o tipo da coisa que tem tudo para dar em nada nessa pescaria em que procuradores de escândalos vêm jogando muito anzol e pegando pouco peixe. Principalmente depois do contragolpe de Calheiros desferido na editora Abril, escancarando suas tramóias."

E o Vermelho, finalmente, convoca: Para isso, a esquerda e o campo popular precisam fazer bem mais do que vêm fazendo.

A Identidade, A Supremacia e o Ultimato Bourne


Jason Bourne tem as mesmas iniciais de James Bond, mas é diferente. James Bond é o queridinho da Rainha da Inglaterra e Jason Bourne é o malvadinho do império americano. Assisti ontem, como sempre ocorre às terças, ao Ultimato Bourne (Bourne Ultimatum) e o cinema estava tri cheio. Aliás, cheíssimo. Não sei exatamente quem é Jason Bourne, mas o cara é forte para caramba e vence todas as lutas. Ele sabe onde está metido e tem o controle de tudo. Talvez ele seja um demiúrgo, não sei. Jason Bourne é uma criação da malvadinha CIA para impor o controle americano sobre a humanidade. O filme mostra explicitamente isso. E milhões, e zilhões de expectadores assistem essa imensa picaretagem. A CIA, o governo americano é o grande malvado, o grande vilão, o criador e o grande inimigo de Jason Bourne. Muito se diz por ai, sobretudo nos blogs da nossa gauche, que o povo mundial anda muito alienado porque não tem consciência do poder do império. Deveriam eles assistir a trilogia de Jason Bourne que começa com a identidade segue com a supremacia e termina (por enquanto) com o ultimato.

O filme é ação pura, do início ao fim e os cenários são diversas cidades mundiais, praça central de Turim, NY, Moscou, os telhados de Tanger, as praias maravilhosas de Goa na Índia, um protesto na Alexanderplatz em Berlim e por ai vai. E Bourne segue lutando contra os malvados americanos a procura de sua própria identidade. Recomendo a trilogia e a música.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Champagne e Pizza


Domingo, na Oscar Freire, a alta nata da sociedade paulistana consumiu milhares de litros de champagne Moët Hennessy.

Segundo Mônica Bergamo:

"A Moët Hennessy gastou R$ 2 milhões no evento, destinado a "promover a marca e aumentar o comércio" nas lojas das ruas Oscar Freire, Haddock Lobo e Bela Cintra. Assim, 26 lojas e 22 restaurantes de luxo distribuíram pulseiras pretas para vips e clientes fiéis, para quem serviram, segundo as contas oficiais, 22 garrafas de champanhe por minuto -num total de 4.000 garrafas. Quem tinha a pulseirinha entrava nas lojas e bebia champanhe. Quem não tinha ficava a ver vitrines. "Se abrir para todo mundo, populariza e vira carnaval da Brahma", dizia Davide Marcovitch, presidente da Moët Hennessy.

"Gente! Aqui parece a Europa", dizia Narcisa Tamborindeguy.."


Leio na mesma folha de hoje que os petistas denunciados no escândalo do mensalão receberão a solidariedade de seu partido na próxima quinta-feira, véspera do início do 3º Congresso da legenda, em um jantar, numa churrascaria e será um rodízio de pizzas, massas e saladas.

O pretexto para o ato é o julgamento das denúncias do mensalão no STF.

Acho bom retirarem a pizza do cardápio.

TV Pública Isenta e de Qualidade


Está na hora do Brasil ter uma Tv pública de qualidade e independente da vontade do rei, assim como faz a TVE, RAI, Tv5, DW.

Muito mais sensata e justa essa luta do que simplesmente pedir a revogação -- a la Chávez -- da concessão da Globo, RBS e o escambau. Seria uma burrice imensa e absoluta do governo Lula revogar essas concessões, porque compraria uma briga imensa com o povo brasileiro. Afinal, os consumidores dos serviços da RBS e da Globo -- que são zilhões -- também tem o sagrado direito de receber suas programações, notícias e serviços.

Num mundo de fluxos de comunicações e transportes qualquer limitação ao livre trânsito pode ser visto como totalitarismo e sectarismo.

O Brasil não pode e nem deve se transformar num país "bolivariano" limitador de fluxos e espetáculo.

O Silêncio e a Dúvida Induvidosa


Existem dúvidas que não são nada duvidosas. E uma dúvida que não é duvidosa é a do mensalão. Mas Paulo Henrique Amorim e Mino Carta, em seus blogs colocam em dúvida o induvidoso. Para eles não houve mensalão, não houve formação de quadrilha e Zé Dirceu é a madre Tereza de Calcutá. Enquanto isso, nos blogs alternativos de esquerda o silêncio é absoluto sobre o assunto. Inclusive na incrível armada de Blogoleone, a omissão reina.


E o que une esses blogs e essa mídia alternativa? É exatamente a busca pela verdade na informação. Todos esses blogs e imprensa alternativa colocam as bocas no trombone para protestar contra a manipulação e omissão da grande mídia -- oligopolista. Mas na hora "H" quando a notícia não é simpática à mídia alternativa, aos blogs de esquerda, o que eles fazem? Se omitem, manipulam, invocam duvidas induvidosas.


Dois pesos e duas medidas.
(todos os blogs indicados estão nos favoritos deste depósito)

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

O STF não é Bolivariano


O STF mostrou hoje que não é um Tribunal Bolivariano ao denunciar Zé Dirceu, Delúbio e Genoino por corrupção ativa. As votações foram unânimes. Cinco dos dez ministros foram indicados por Lula, inclusive o relator.


Pesou contra Dirceu o empréstimo do BMG - a pedido de Marcos Valério - para a compra do apartamento de sua ex mulher que trabalhou, depois, para o Banco. Tudo a pedido de Marcos Valério que se encontrou com Dirceu diversas vezes.

Denunciados - Corrupção Ativa







Chávez e a Rainha do Cinismo


Uma figura como Chávez só pode ter credibilidade onde a ignorância é majoritária.


Chávez denucia o cinismo europeu, uma vez que os países da europa ocidental vem criticando sua proposta de reforma constitucional que o permite ser reeleito enquanto ganhar eleições presidenciais.


Diz Chávez:

"Europa es la reina del cinismo. Están montando un alboroto porque aquí estamos proponiendo que el pueblo decida sobre una figura que en Europa existe desde hace siglos", Chávez señaló que la reelección de un gobernante sin límite de veces está vigente en Alemania, Francia, Italia, Portugal, Eslovaquia, Chipre, Estonia, Eslovenia, Grecia y Letonia, entre los países con sistema republicano. "

Uma coisa é o sistema parlamentarista, onde o gabinete do chefe de governo é submetido, em eleições parlamentares, ao veredicto popular. Em momentos de crise o chefe de governo pode convocar eleições. Outra coisa é o sistema presidencialista quando o presidente é eleito por período determinado e a regra geral é que cumpra seu mandato até o final, salvo morte, renúncia ou impeachment, mas este processo político é a exceção das exceções e demasiadamente desgastante. Chávez quer comparar o incomparável. E os cordeirinhos acreditam.

Prossegue Chávez:

"Añadió luego que entre las monarquías, "porque a estas alturas del Siglo XXI todavía quedan reyes", están el Reino Unido, España, Suecia, Dinamarca, Países Bajos y Luxemburgo.
Chávez resaltó el "cinismo" de quienes le llaman "tirano o caudillo" por someter a consulta popular un sistema de reelección que tienen todos los países citados.
"¡Ojalá en Europa consultaran a los pueblos sobre sus sistemas políticos y económicos, ellos que tienen reyes y reinas que nadie elige y que se perpetúan por su carácter hereditario", manifestó el gobernante venezolano.
"


O regime monárquico é uma tradição européia e o povo apoia o sistema e se diverte com as intimidades reais. Nenhum rei governa. Os reis e rainhas apenas representam seus países e nada além disso.


Fonte: terra.com.ve




O que é Totalitarismo?


No Blog Animot deram um puxão de orelha no Maia, dono deste depósito que assumiu a carapuça, nos seguintes termos:

"Noto que as pessoas usam o termo "totalitarismo" de maneira vaga. Isso é muito ruim, pois "totalitário" se diz de um tipo de fenômeno político muito preciso."

Quem bem define o que é totalitarismo é a Constituição da República Federativa da Alemanha, art.21 que diz o seguinte:
Os partidos que por suas finalidades ou pelas atitudes de seus partidários tentam desvirtuar ou eliminar o regime fundamental da democracia e de liberdade, ou pôr em perigo a existência da República Federal, são inconstitucionais."
Ou seja, quem acha, quem entende que democracia é valor burguês, como as FARC-EP, o EZLN e até mesmo o MST, e que desprezam e desvirtuam o regime fundamental da democracia e da liberdade são sectários, são totalitários. Os alemães que conviveram com a tirania fascista e depois com a comunista sabem muito bem os perigos que rondam ao Estado democrático de direito, que não pode ser confundido com democrático de direita.

Ou como diz Karl Popper em magnífica frase:

"Se damos à intolerância o direito de ser tolerada, destruimos a tolerância e o Estado de direito, como ocorreu com a república de Weimar."

(a foto acima é de Ingrid Betancourt, refém do movimento "social" FARC-EP há 7 anos, vítima do totalitarismo de nossos dias)



Quero Meu Cabidão


Deu na Folha de hoje que o governo Lula está aumentando a nomeação de pessoas para cargos em comissão.


Os números são impressionantes: no segundo mandato de Lula, o número de CCs aumentou em 7,6 e a média mensal subiu de 23,8 no primeiro mandato para 179,7 de janeiro a julho deste ano.


A fonte é a nota informativa 304/07 do Ministério do Planejamento, datada de 16 de agosto de 2007.


Resultado imediato dessas nomeações é que a receita do PT, tendo em vista o dízimo cobrado pelo partido dos filiados empregados cresceu 545% no primeiro governo Lula, chegando a R$ 2,88 milhões em 2006.


Esse é mais um indício de politização do Estado, os cargos burocráticos preenchidos por critérios partidários, mas essa não é uma receita exclusiva do PT. No RS isso também ocorre no governo do PSDB de Yeda Crusius que, para governar tem de empregar a militância dos partidos aliados, mesmo os nanicos.

domingo, 26 de agosto de 2007

A Esquerda Difícil de Ruy Fausto


Muito boa a entrevista do filósofo Ruy Fausto, na Folha de hoje, sobre a intelectualidade brasileira dos nossos tempos e sobre os rumos da nossa complicada gauche.




Ruy Fausto lançou recentemente o livro "A esquerda difícil" (um belo título para um livro), editado pela Perspectiva.


Fausto cai em cima da professora Marilena Chaui que jura de pés juntos que o mensalão não existiu.

Diz ele:

"Lamentavelmente, parte da intelectualidade do PT tomou a defesa do partido, e portanto dos corruptos, e pôs a culpa na imprensa pelo escândalo, como se ela tivesse montado o essencial", afirma. "A tendência a transformar tudo em complô da mídia é propriamente lamentável, e mostra a total desorientação de parte da intelectualidade petista."

A seguir, trechos da entrevista.


FOLHA - Em seu livro, o sr. condena certa crítica ao governo Lula que identifica com uma "extrema esquerda intelectual niilista". Ataca também a "crítica política compacta de um mundo globalizado, em que não se vê nenhuma possibilidade de saída". O que marca essa crítica?

RUY FAUSTO - As posições políticas dos intelectuais brasileiros em geral me assustam. Isso parece muito pretensioso, mas o conjunto me parece um sistema de erros. Esquematicamente, os intelectuais tendem a assumir três posições diferentes, e a meu ver, as três equivocadas. Há por um lado os radicais, por outro os petistas, em terceiro lugar os que abandonaram a perspectiva de esquerda, e aderem a partidos como o PSDB. O que chamei de niilismo é uma das duas variantes do primeiro grupo, que inclui igualmente uma variante revolucionária tradicional. O que visei falando em niilismo? A tendência a falar num fechamento global da situação, e numa suposta impossibilidade em tomar qualquer atitude politicamente acertada e produtiva.
FOLHA - Há riscos nesse tipo de crítica? O que se perde aí?

FAUSTO - Claro que a situação é difícil, e é preciso esforço para definir que iniciativas poderiam representar um bom programa à esquerda no Brasil. Ela só é problemática no sentido de que, para se reorientar, é preciso se desvencilhar de um certo número de preconceitos. Quanto à posição de Paulo Arantes, é muito marcada pelo marxismo, com a novidade, muito relativa, de que há um pessimismo em relação às possibilidades da revolução. Isso é muito pouca coisa como "aggiornamento" teórico. O autor continua pensando no interior de um esquema maniqueísta, em que há o capitalismo onipotente, e as forças que tentam se opor a ele, sem sucesso. Esse tipo de esquema, na realidade hiperclássico, o leva a erros enormes, como um que assinalo em um dos meus textos: o Gulag (como também Auschwitz) é considerado como fenômeno capitalista! Como digo no meu livro, no esquema dualista (em certo sentido, mesmo, monista) do autor, tudo aquilo que cai na rede da contemporaneidade (se não for socialista, e o autor não é tão ingênuo a ponto de pensar que o Gulag tem algo a ver com socialismo) há de ser peixe capitalista. Que se trate de um "tertius", nem capitalismo nem socialismo (o que é evidente para 90% da esquerda européia, já há bastante tempo), isso não lhe passa pela cabeça.


FOLHA - No livro, o sr. indica ter ainda confiança na capacidade de o PT representar um projeto de esquerda democrática no país. Num comentário, entre colchetes, afirma em seguida que essa crença se perdeu. Como foi?
FAUSTO - É. Quando escrevi o artigo, creio que foi em 2004, ainda tinha esperança no PT, depois perdi. Diria que foi impossível continuar a acreditar no PT, desde que se revelaram os primeiros escândalos ligados ao chamado mensalão. O assunto corrupção é sério demais para ser considerado de um modo ligeiro, para quem acredita em democracia. Lamentavelmente, parte da intelectualidade do PT tomou a defesa do partido, e portanto dos corruptos, e pôs a culpa na imprensa pelo escândalo, como se ela tivesse montado o essencial. A tendência a transformar tudo em complô da mídia -que está longe de ser inocente, principalmente na sua atitude para com o governo Lula, mas, no caso do mensalão, fora as diatribes sinistras contra intelectuais do PT proferidas por certa revista, ela acertou muito mais do que errou- é propriamente lamentável, e mostra a total desorientação de parte da intelectualidade petista. Não se defendem princípios, defende-se um partido. Como se os partidos não apodrecessem, e como se eles fossem mais importantes do que um projeto socialista democrático sério. Essa atitude mistificou parte da opinião universitária, que "não acredita" no mensalão, como se se tratasse de um problema de crença ou de fé (se o mensalão era quinzenal, ou semestral, isso interessa pouco, o essencial é que houve corrupção, e grande). Com isso não quero dizer que nada preste no PT, nem que ele não tenha mais interesse. Há certo número de pessoas honestas e com convicções ali. Só que são minoritárias. Veremos se ainda podem desempenhar algum papel.
FOLHA - O sr. também cita as críticas da imprensa e de "partidários do governo antigo", e afirma que a situação do país, e do governo Lula, exigiria uma "finura crítica" maior.

FAUSTO - O terceiro engano (o primeiro é o radicalismo, o segundo o petismo acrítico) é a adesão aos partidos de centro e de centro-direita. Não estou dizendo que FHC e cia. sejam monstros, com os quais todo diálogo seja impossível. O diálogo é sempre possível, e dentro do PSDB há tendências desenvolvimentistas, como há gente pessoalmente honesta etc. Mas isso não é suficiente, longe daí, para justificar um deslizamento de pessoas que foram de esquerda (ver o PPS, e alguns intelectuais) em direção ao PSDB. Aderir ao PSDB, ou "adotar" a política dos tucanos é renunciar a uma posição de esquerda. O que significa: é abandonar a idéia de que é preciso antes de tudo combater a desigualdade monstruosa que existe no país, e a de que toda política deve visar em primeiro lugar a luta contra essa desigualdade, e o estabelecimento de uma situação em que os pobres não sejam mais hiperexplorados ou marginalizados.
FOLHA - Ao recusar a "extrema-esquerda niilista", petistas e tucanos, o sr. se situa onde? FAUSTO - A reorientação política em si mesma não é difícil, senão no sentido de que é preciso vencer preconceitos arraigados. No plano prático, claro, tudo é muito difícil. O mais importante por ora é travar uma luta pela hegemonia das idéias de um socialismo crítico e democrático. Isso é o que dá para fazer por enquanto. É limitado, mas é muito importante. Creio que precisaríamos de uma revista, mas uma revista com gente que tenha posições bastante convergentes, e que se disponha a trabalhar no sentido de uma crítica intransigente ao petismo acrítico, ao revolucionarismo -inclusive o niilista- e às pseudo-sociais-democracias nacionais, que na realidade não têm nada de social-democratas. Uma revista política e teórica que fosse nessa direção representaria um passo importante, no sentido da preparação de uma reorganização política. Pelo menos denunciaríamos os sofismas e as jogadas de uns e outros. A partir daí, e entrando em contato com o que existe de melhor em vários grupos ou partidos (há gente politicamente sã, mesmo se minoritária, um pouco por todo lado, inclusive fora de grupos ou partidos) veríamos o que seria possível fazer a médio prazo.
FOLHA - O sr. fala em desafios para a esquerda, que seja capaz de repor projetos de futuro e de pensar criticamente a herança marxista. O que no marxismo ainda pode ser usado?

FAUSTO - Defendo que é preciso "atravessar" Marx e o marxismo. Há neles um lado que é suficientemente vivo, e há um lado definitivamente morto. Esquematicamente, acho que o corpus marxiano funciona bastante bem, ainda, como crítica (digo, em termos gerais, mas essenciais) do capitalismo. Mas funciona muito mal como política, e em grande parte, como filosofia da história. Principalmente, ele não serve para decifrar e criticar os totalitarismos. Por isso mesmo, ele serviu e serve como ideologia para estes últimos, mesmo se sob formas modificadas. A tragédia da esquerda atual é que pouca gente pensa assim. Grosso modo, na Europa domina a idéia de um Marx inteiramente morto, no terceiro mundo o de um Marx senão inteiramente pelo menos essencialmente vivo. As duas teses são erradas, e suas conseqüências são simetricamente catastróficas. Acho lamentável que intelectuais de bom nível continuem enchendo a cabeça da juventude com contos da carochinha sangrentos como o da "ditadura do proletariado", fazendo abstração de tudo o que aconteceu no século 20. No outro extremo, há, na Europa sobretudo, uma tendência de recusar Marx de forma absoluta, em todos os seus aspectos. Uma espécie de alergia a Marx. O resultado não é menos desastroso. A esquerda se perde no terceiro e no primeiro mundo, mas por razões opostas.
FOLHA - Como seria esse projeto futuro de socialismo que respeita a democracia e abre mão, em grande medida, da violência?

FAUSTO - Não é fácil propor programas. Mas é possível pensar em algumas idéias. Além da preservação e ampliação dos direitos democráticos no plano civil e político, e de uma atitude absolutamente intransigente em relação à corrupção, caberia tomar medidas de redistribuição de renda. Nesse plano, uma modificação das regras de cobrança do imposto de renda se impõe. Associada a medidas econômicas que facilitem o desenvolvimento, ela poderia liberar fundos que permitissem verdadeiras reformas no plano da educação e da saúde. Sem uma política radical de redistribuição de renda, as necessárias reformas da previdência e da educação se transformam em mini-reformas de eficácia muito limitada. Há por outro lado, os projetos de economia solidária, as cooperativas essencialmente, que têm dado resultados positivos em outros países. A longo prazo, o objetivo seria uma sociedade em que há mercadoria e mercado, mas em que o capital é de uma forma ou de outra controlado, e neutralizado nos seus efeitos.
FOLHA - É realista falar ainda em projeto socialista?

FAUSTO - A situação é difícil. Mas em primeiro lugar é preciso pensar com lucidez e clareza, o que significa, se dispor a repensar a tradição socialista sem preconceitos. Claro que isso não nos tira da situação atual. Mas é condição necessária. A idéia de que não há mais classe que suporte projetos de mudança é tradicional demais.Também a idéia de que há integração de todos ao sistema teria que ser posta à prova. Enquanto se falar da derrota do socialismo a propósito da derrocada do socialismo de caserna, enquanto se continuar a ter ilusões com o castrismo, o chavismo etc etc, é inútil se queixar de que não se vêem saídas. Resolvam primeiro essas confusões, abram-se para um discurso lúcido radical-democrático, e depois veremos o que fazer.

sábado, 25 de agosto de 2007

Apesar dos Eros da Vida


O dono do diario gauche continua indignadíssimo com a Zero Hora, esse jornal que apoiou o golpe de 64. A capa da ZH desse sábado chuvoso é o julgamento da denúncia do mensalão pelo STF.

O proprietário do DG queria que ZH estampasse na sua capa um cheque do Lula ao RS de 1,755 bilhões de reais.


Ora, ora, ora.....


ZH apenas reproduziu a manchete principal de TODOS os jornais brasileiros. Notícia que os blogs de esquerda simplesmente ignoram. Não tratam. Não querem falar. Omitem. Assisti ontem a sessão de julgamento do STF e sobretudo essa denúncia de peculato que livrou Dirceu, mas denunciou o ministro de Lula, Gushinken porque teria solicitado ao gerente do Banco do Brasil (sempre tem uma estatal no meio) empréstimo postulado por Marcos Valério que por sua vez emprestava dinheirinho ao PT. Será que Dirceu vai se livrar das outras alegações? Se o STF fosse bolivariano ele se livraria, mas, por enquanto o STF continua autônomo e republicano, apesar dos Eros da Vida.

A Construção do Equilíbrio

O Maurício que participa do Blog Animot me disse o seguinte:

"Qualquer tipo de concentração social é um tumor (maligno) por si só e deve ser sanada. Seja concentração de terra, midiática, de conhecimento, poder ou tecnologia. Esses latifúndios, reais ou abstratos, devem ser encerrados. Quanto a "lucratividade além da subsistência" e outras questões que têm inúmeras váriáveis, ok, vale a discussão, mas discussão acessória; primeiro, divide-se a terra, o espaço midiático, o poder,as vagas nas universidades e etc. "Novos tempos" serão novos enquanto formos os construindo e inventando, nada dessa idéia de pauta pronta, isso cheira a consenso neoliberal; ou seja, passado (e presente) mal sucedido. "


Eu juro que fiquei com uma pulga atrás da orelha e resolvi perguntar ao Maurício:

Maurício, por que consenso é neoliberal?

Ele me respondeu:

"O neoliberalismo é consenso porque é afirmado diuturnamente como a única possibilidade de organizar a produção e a distribuição do que se produz no mundo. E é afirmado por organizações de poder organizadas e que fazem da grande mídia a sua voz que grita e martela nos nossos ouvidos suas "análises imparciais" e "verdades" o tempo todo. Nunca é aventada a possibilidade de outros tipos de circulação e distribuição do poder e da propriedade. Por isso é consenso, porque no momento não há possibilidade de debate sério nas grandes vias de discussão e com chance real de consequências. Quem propõe alternativas é taxado rapidamente de idealista, irrealista, inconsequente ... Consenso é questão de poder, e é sempre imposto, mas há também, felizmente, os focos de resistência e de criação do novo, de contra-poder. Por isso o debate vivo e interessante não chega nem é produzido nas usinas do imaginário que são as pautas jornalísticas. Quem quer ver, vê; quem não quer, vai com a boiada da verdade única, do "bom-senso" e dos sorrisos e as gravatas dos apresentadores de telejornais. "

Comentário do proprietário deste Blog:
O consenso também é conquista e não apenas imposição de ideais e valores. O idealismo é importante e fundamental, mas seu excesso produz alienação e o discurso fica meio fora da casinha. É que o maniqueísmo da simplicidade morreu. Ou seja fica dificil discutirmos os problemas mundiais em torno de duas únicas opções. Ou é assim ou assado. Fica difícil limitarmos ao dualismo quando se discute valores gradativos. E tudo é relativo. O mundo é muito complexo e plural para ficarmos discutindo o 8 ou 80. É aquela velha receita limitadora de ponto de vista: ou somos neoliberais ou somos socialistas e ponto final. Esse maniqueísmo infantil não existe. É fuga de realidade.É construção ideológica que apenas cativa os incautos. Não sejamos incautos.

O Fluxo Despoluído


Hélio Sassen Paz fez o seguinte comentário que achei interessante:


"O espaço público em um ambiente urbano onde o automóvel e as perimetrais esvaziam as aglomerações humanas em favor do fluxo (fluxo de veículos, fluxo de mercadorias, fluxo de idéias, fluxo de informação - fluxo é o termo da moda) transforma o espaço da mídia (sobretudo da televisão) em espaço público.Não importa se é de esquerda ou de direita, pois todo motorista é midiatizado e tem o seu carango para ir e vir e vive estressado quando o trânsito não anda: tudo o que atrapalha o fluxo é malquisto.Pode ser a obra parada na periferia (Baltazar, entre POA e Alvorada); a manifestação do MST na RS 174; o Cansei no Parcão ou 10 caminhões de bombeiro pra resgatar o gatinho da dona Marocas que subiu na única árvore adulta que existe na praça da Encol, não importa: tudo o que interrompe o fluxo é antipático.E, como a quantidade de notícias é grande (mas a informação é pequena, ou por causa do Pensamento Único da Mídia, ou porque, simplesmente, não oferece novidade alguma), a comunicação mediada passou a ser o espaço público da atualidade.A esquerda, mesmo sem ser dona dos meios de produção midiática, precisa saber se apropriar dos raríssimos espaços que obtém nesse meio para ser impactante, ágil e leve em poucas palavras e sem dar trela para os repórteres e comentaristas, ao mesmo tempo em que deve tomar conta da internet."



A esquerda não se deu conta que seu discurso não cativa as pessoas que vão de um lado para o outro da cidade. Não cativa, porque é um discurso defasado, lento, que parou na história. O que, afinal, a esquerda defende, além de criticar? Qual, afinal, o modelo a seguir? O que a esquerda sugere para o RS vencer os desafios da crise financeira? Até meu cão, o Trosco, sabe que o discurso da esquerda anda mais perdido do que São Bernardo em bang bang. Por isso, que as pessoas se irritam quando a meia dúzia do MST, essa minoria participativa, fica trancando o trânsito nas cidades, porque todo mundo sabe que isso não adianta nada. A cidade moderna é complexa, é difusa, é multifacetária, é plural, é cheia de tribos e opções. Esse é o mundo pós-moderno que acabou com aquele maniqueísmo, aquele dualismo, aquela divisão restrita da sociedade entre exploradores e explorados que havia no século XIX e parte do século XX. O mundo mudou. Estamos embutidos num globo que necessita e -- muiiiito -- ser mais humanitário, mais igualitário, mais fraterno. Mas que caminho seguir?



Uma coisa é certa, Estado é fundamental. Serviço público é fundamental. É unica forma de se fazer um país funcionar. O Estado francês, sueco e norueguês funcionam. É exatamente ai que temos de chegar. E existe uma linguagem, uma receita para isso. E essa linguagem não é a da discórdia, da divergência e nem mesmo da divisão. Espanha e Portugal estão indo pelo mesmo caminho. O Chile que cresceu muito este ano também. É só o Brasil seguir essa receita. Não defendo Estado mínimo, mas eficiente. Não defendo livre fluxo de capital, mas um controle estatal responsável e transparente sobre a atividade privada que também deve participar e colaborar para a construção de um Brasil melhor e mais justo. O resto, o resto é pura burrice e anacronismo ideológico. Um materialismo histórico que virou determinismo idealista.
O fluxo não pode estar obstruído. Ele não pode ser poluído. Não pode ser ocupado por nenhum pensamento, religião e ideologia. O fluxo tem de ser livre. A esquerda adora interromper o fluxo e se meter na intimidade de cada um. E esse ideal está descolado. Não cativa. Irrita.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Informalidade e Flexibilização


Do Blog RS Urgente do jornalista Marco Weissheimer leio o seguinte:


Um relatório divulgado quinta-feira (23) pelo Banco Mundial indica que 56% dos postos de trabalho nas áreas urbanas da América Latina e do Caribe são informais. No Brasil, a economia informal é equivalente a cerca de 40% do Produto Interno Bruto nacional, índice que corresponde à média latino-americana. Intitulado “Informalidade: Saída e Exclusão”, o documento diz que o crescimento do trabalho informal corrói a integridade das sociedades da região, prejudicando o bem-estar social. Os maiores níveis de informalidade ocorrem na Bolívia e no Panamá, onde responde por cerca de 70% da economia. Os menores estão na Argentina e no Chile, onde a informalidade atinge cerca de 25% e 20% da economia, respectivamente. Ela é mais comum entre jovens, funcionando como uma porta de entrada para o mercado de trabalho, e entre velhos, que não conseguem mais encontrar empregos.


Ora bolas, só existe uma saída para esse grave problema e quem deu o pontapé inicial para ela foi o Chile, que tem a menor taxa de informalidade da América Latina: a flexibilização da legislação trabalhista. A economia informal atinge 40% do PIB. É fundamental que essa economia se insira na legalidade e na proteção social e jurídica. Mas o custo Brasil, o custo que o empreendedor, o empregador paga sobre o emprego é elevadíssimo por conta de uma regra, de uma lei inserida no contexto jurídico brasileiro na primeira metade do século passado. Desde então nunca mais ( ou muito pouco) se mexeu na CLT que continua perene, como se o Brasil de 1940 fosse idêntico ao Brasil de 2007.

Mas vá convencer os sindicatos, os movimentos sociais que fazem muito barulho por nada da necessidade (para o bem de todos) da flexibilização da legislação trabalhista!

O pessoal é duro como pedra. Inflexível no pensamento. Rígido nos seus ideais. Dizem eles (de forma genérica e sectária) não vamos permitir supressão de direitos. Mas a realidade está a demonstrar que a economia informal atinge 40% do PIB e essa verdade verdadeiríssima está intimamente ligada, é diretamente proporcional a uma lei rígida, engessada e inflexível que tem de ser modificada para se adaptar a um novo contexto jurídico e social do mundo que estamos embutidos, a realidade do século XXI.


STF indicia João Paulo Cunha - PT-SP


O dono do depósito está, neste momento, assistindo ao julgamento do STF sobre o mensalão.

Eros Grau, Carlos Britto e Gilmar Mendes votaram contra a denúncia de lavagem de dinheiro do ex presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP).

Os demais acolheram a denúncia.

Esses votos estão a indicar como vai ser o julgamento desta tarde.

Eros Grau é ligado a Zé Dirceu. Gilmar Mendes é ligado a FHC.


Notícias da Venezuela


O avião fretado que levou os boxeadores cubanos Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara do Brasil para Cuba é venezuelano.

Estranho. Muito estranho.

E a Venezuela chavista vive tempos de grande violência. O governo, para variar, diz que isso é invenção da mídia e do império.

Aliás, o governo Chávez culpa o império pela crise da maleta de US$ 790 mil.

Deu na Folha hoje:

As Funerárias de Caracas criam regras contra violência em velórios.
"Trabalhamos com os baleados de acordo com os tiros que têm", explica Magaly Figuera, gerente da funerária San Pedro, que tenta evitar funerais de "malandros", mortos geralmente em ajustes de contas. "Podemos aceitar até três tiros, mas o que tiver oito, 40, nunca. Quem leva tantos tiros num roubo?"

Há cinco anos na função, Figuera, 43, já teve uma pistola apontada para a cabeça e perdeu a conta das vezes em que o carro funerário foi seqüestrado no trajeto até cemitério. Em geral, o corpo é levado ao "barrio" onde a vítima morava ou a prostíbulos para uma última homenagem. Outra "homenagem" comum é abrir o caixão no velório para jogar rum, maconha e outros objetos dos quais o defunto gostava.

Ela conta que, no sábado passado, recebeu Zenobia Mendoza, cujo filho de criação, Jeison Mendoza, 25, havia sido assassinado com um tiro no mesmo dia.A gerente diz que aceitou o velório por causa da "boa impressão" da mãe, mas ela não tinha dinheiro o suficiente para pagar o serviço na funerária. O velório acabou sendo realizado na violenta região do Petare. No domingo à noite, quatro homens identificados como a "gangue pikachu" invadiram a capela e começaram a disparar. Três pessoas morreram e pelo menos 11 ficaram feridas, entre elas a mãe, na mão.Os tiros atingiram até mesmo o cadáver, que teve de passar por uma segunda autópsia para novamente retirar projéteis.

Os quatro assassinatos se somaram a outros 47 homicídios ocorridos na grande Caracas (5 milhões de habitantes) no último fim de semana.Pesquisas de opinião mostram que há dois anos a violência se transformou na principal preocupação nacional. Segundo levantamento divulgado nesta semana pela instituto Hinterlaces, 80% dos entrevistados consideram a insegurança o maior problema do país.O aumento da violência é negado pelo governo.

O ministro do Interior (Justiça), Pedro Carreño, disse que a imprensa é a responsável pela sensação de insegurança e que age para derrubar o presidente venezuelano, Hugo Chávez.

Lula Concentrou Poder Após Mensalão


Boa, muito boa a entrevista do sociólogo, professor da USP, Brasílio Sallum, publicada na Folha de hoje, no sentido de que Lula concentrou poder após crise do mensalão.

FOLHA - O que mudou no rumo do governo após o mensalão?

BRASÍLIO SALLUM - Depois que lideranças foram atingidas, especialmente José Dirceu, o governo ficou com muito pouca capacidade propositiva. Além disso, o partido foi muito atingido. Como o presidente conseguiu se isolar relativamente, aumentou a capacidade dele de comandar o governo e se reduziu o peso do PT na coalizão. O PT ficou mais dependente da figura do presidente.
FOLHA - Isso é bom ou ruim?

SALLUM - O Executivo no Brasil tende a ter uma posição muito proeminente. No primeiro governo Lula, o PT contrariava essa tendência usual da nossa organização política. O segundo mandato é muito mais tradicional: o chefe do Executivo exercita muito mais o seu poder. Aparentemente o presidente arbitra mais, apesar de ter dificuldade de arbitrar.

FOLHA - Isso é bom?

SALLUM - Temos um sistema político anacrônico em relação ao processo de democratização. Houve um aumento do poder de ação das camadas médias e das situadas na base da pirâmide social. Apesar desse ambiente mais democratizado, temos um padrão de organização política que concentra muito poder na Presidência. Os partidos ficam, depois das eleições, negociando apoio à Presidência, atrás dos recursos que são essenciais a sua própria existência, levando pouco em conta o eleitorado.
FOLHA - Não se articulam com a sociedade?

SALLUM - Exatamente. A exceção disso era, e ainda é em parte, o PT, que cresceu vinculado a sindicatos, movimentos sociais. Ocorre que, como cresceu nesse sistema, está sendo devorado por ele. O PT se tornou muito mais um partido comum, com menos vinculação com movimentos sociais, parecido com outros partidos, embora não seja igual.
FOLHA - Como diminuir a distância?

SALLUM - Qualquer reforma política que se preze precisa achar mecanismos de vinculação. Por exemplo, reduzir o âmbito onde se dão as eleições parlamentares. Sem mudar o voto proporcional. O controle do espaço público fica muito centrado no Executivo e os partidos ficam colhendo migalhas. Se os partidos aumentassem sua ligação com a sociedade, você ampliaria o debate propriamente político.
FOLHA - O problema é o "presidencialismo de coalizão"?

SALLUM - Veja, presidencialismo de coalizão não é um defeito. É claro que quem se elege sem maioria precisa achar uma para governar. O ruim é que os partidos só exijam cargos e que as trocas não sejam em função de um programa qualquer. Você não vê nenhuma discussão de intenções de governo. Coalizão não é problema. O problema é que se dá num contexto de dissociação da sociedade.
FOLHA - O PT se afastou das bases com o mensalão?

SALLUM - Acho que o mensalão é parte desse processo de acomodação do PT. Se for comprovado que houve troca de dinheiro por apoio ao governo, o mensalão seria uma variante ilegal do padrão. As dificuldades de operação do sistema político atingiram grandes proporções no governo Lula. O partido, quando se tornou nacional, virou um partido com uma burocracia semi-profissional grande. Os recursos dos descontos dos salários dos militantes se tornaram insuficientes para sustentar uma máquina que se queria nacional.Provavelmente, começaram a surgir os mecanismos de financiamento tradicionais. Minha impressão é que ocorreram acordos eleitorais, promessas de transferências de recursos, que foram saldadas em momentos de votações difíceis em função de pressão dos aliados.

Do Blog do Zé Dirceu


Nesses dias de julgamento acerca da denúncia do mensalão vale a pena acessar o blog do Zé Dirceu (http://www.zedirceu.com.br/) .

Lá se encontra a sustentação oral do advogado de Zé Dirceu e as opiniões dos amigos do Zé.

Uma senhorinha chamada Waleria (com W mesmo) trouxe a seguinte pérola:

"Não basta Lula e o povo no poder - no executivo - quando o judiciário se mostra tão medíocre e corrupto - para não dizer indigente de seriedade e qualidade.. Lamento ministro... mas precisamos mesmo é do Chavez, que logo enquadrou o judiciário para que fizesse justiça."

A solução seria, então," enquadrar" o judiciário para que se fizesse justiça - como fez Chávez.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Primo Basílio é Supimpa


O dono deste depósito gosta de ir ao cinema nas terças-feiras. Semana passada, assistiu a Saneamento Básico de Jorge Furtado (que deu uma interessante entrevista ao Roda Viva da TV Cultura na segunda) e ontem ao Primo Basílio do Daniel Filho. O filme é surpreendentemente bom. Não é nenhum abacaxi. A obra é supimpa que prova a boa fase do cinema nacional. A história de Eça ( o criador de Carlos Eduardo da Maia) é transferida de Lisboa para S. Paulo, no ano de 1958, na época da construção de Brasília. Jorge (Reynaldo Gianechini), o engenheiro, vai para Brasília trabalhar na Novacap e deixa Luiza ( a linda Débora Falabella) nas mãos (e não apenas nas mãos) do primo Basílio (Fábio Assunção). A empregada (a monumental Gloria Pires) é testemunha do sensual romance -- que vira abacaxi -- e se apossa das cartas de amor. A chantagem é o caminho para sua aposentadoria. O trama se desenrola e a sala de cinema fica focada e atenta. A patroa chantageada começa a fazer os serviços domésticos e assim a história vai para os finalmente.... Até que Jorge volta e o suspense toma conta. Não vou contar o final. Vá ao cinema, vivente!


Mas o que também chama a atenção no filme é o comportamento da geração, das famílias no final da década de 50 e, sobretudo, o comportamento da classe média com os seus empregados: a falta de respeito, a falta de educação, o racismo, o autoritarismo, a insensibilidade. E a história se torna irreverente porque a situação se inverte: a patroa chantageada pela empregada tem de fazer o serviço doméstico. E assim vai. E assim termina.


Recomendooooo.


O Pós Modernismo é o Materialismo


O pós modernismo não é uma invenção, uma teoria, uma tese, uma ideologia. O pós modernismo é o que está ai. É o mundo que estamos embutidos que é diferente do mundo de Marx. É a complexidade, é a difusão, é o pluralismo, são as múltiplas faces de um mesmo entendimento, são as diversas formas de interpretação, é a possibilidade de flexibilização, é o fim do maniqueísmo puro e simples, é o fim dos códigos prontos, da escravidão pela religião com Deus e sem deus. O pós modernismo é o materialismo. O marxismo, o pensamento marxiano e marxista é o idealismo. Eu não defendo o pós modernismo. Eu defendo sim um mundo globalizado melhor e possível e mais humanitário, esse humanitarismo que o Emir Sader detesta, como escreveu ele recentemente na sua última postagem de seu blog. Este é o verdadeiro picareta.
(a escultura acima é de Ron Mueck)

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Em Nome dos Direitos Universais


É sempre irritante ler Emir Sader.

Sua última postagem em seu blog é a seguinte:

Quem fala em nome dos direitos universais?
Immanuel Wallerstein, em seu último livro publicado no Brasil – O universalismo europeu, da Boitempo – afirma: “A luta entre o universalismo europeu e o universalismo universal é a luta ideológica central do mundo contemporâneo.” Toda força hegemônica pretende falar em nome da universalidade. O ocidente o fez apropriando-se do conceito de “civilização”. O lema “civilização ou barbárie”, do argentino Domingos Faustino Sarmiento, segue sendo determinante no seu modelo hegemônico.Como recorda Wallerstein – cujo livro tem, significativamente, como subtítulo, “A retórica do poder” –a expansão do capitalismo através da hegemonia das potências ocidentais se deu através de conquista militar, de exploração econômica e da disseminação de brutalidades como a dizimação das populações indígenas da América e a escravidão. Mas trataram de legitimar essa forma de expansão pelo que representaria a disseminação da civilização, do desenvolvimento econômico e do progresso.Essa expansão seria “natural”, benéfica e historicamente inevitável.De uma primeira perspectiva teológica, vinculada à conquista e à colonização, se passou a uma versão secular, centradada no racionalismo e no progresso material. Uma vez apropriado o conceito de civilização, se dá a reivindicação do direito de intervir para impô-lo contra a barbárie. Wallerstein retoma polêmica de Bartolomeu de las Casas, para demonstrar como termos similares são utilizados pelo bloco dos EUA com a Inglaterra, para desenvolver o que hoje chamam de “guerras humanitárias”. O nome do capítulo do livro diz tudo: “Quem pode intervir? Os valores universais contra a barbárie”.Quando os EUA conseguiram apenas 4 dos 15 votos do Conselho de Segurança da ONU ao propor a invasão do Iraque, alegaram que agiam “em legítima defesa” sob o pretexto de que o governo do Iraque possuiria armas de destruição massiva. Quando este argumento se revelou uma falácia, passaram a apelar para o argumento de que tirar um ditador do poder seria um “bem moral”. Se trataria de “defender inocentes”, argumento que levou a Norberto Bobbio, Jurgen Habermas e John Rawls defenderem a “guerra humanitária” na Bósnia.“Na prática a intervenção é um direito apropriado pelos fortes”, diz Wallerstein. Como resultado, ninguém se atreveu a falar em punição – mesmo que moral – para os invasores do Iraque. A ênfase nos direitos humanos como eixo das políticas internacionais acabou sendo o instrumento dessas intervenções, sua cobertura “humanitária”, fortalecendo o argumento do “dever dos civilizados de suprimir a barbárie”.


O dono deste empório não se conteve e postou uma mensagem que diz mais ou menos isso (dificilmente essa mensagem vai ser liberada pelo proprietário do Blog):

Existe civilização e existe barbárie. Olhando o mapa mundial pode muito bem se verificar onde está a civilizazção e onde está a barbárie. Já houve barbárie na civilização, como foi o holocausto nazista. É a civilização, o mundo civilizado que fala em nome dos direitos universais. O mundo civilizado é o democrático, é o que permite a alternância no poder, a liberdade de imprensa, de opinião, de idéias, de iniciativas etc. O mundo do oeste europeu está muito mais próximo da civilização do que da barbárie. Bobbio, Habermas e Rawls fizeram muito bem em apoiar a guerra humanitária, capitaneada pelos EUA e países europeus contra o holocausto étnico dos muçulmanos na Bósnia feita pelos soldados de Milosevic. Sader, como se verifica pela sua mensagem, critica o humanitarismo do ocidente frente aos atos de barbárie de outros países. A civilização tem sim o dever de suprimir do mapa mundial qualquer tipo de barbárie. Mas isso não interessa a Sader que tem outros interesses que ele prefere não revelar explicitamente.
(a foto acima é de refugiados bosnios em Srebenica)

Reforma Ortografia



Portugal é contra, mas os outros países de lingua portuguesa são a favor.


A favor da reforma ortográfica a ser implementada em 2008 que vai decretar o fim do trema, elimina as consoantes mudas (ainda usadas e muito em Portugal), altera a regra do hífen e vai acabar com os acentos de vôo, lêem, heróico etc.


O objetivo é tornar mais simples a ortografia.


Rancores e Interrogações


É impressionante como o idealismo da esquerda não consegue identificar, analisar e pensar o tempo presente. É um idealismo que fica preso ao tempo passado, a uma época que não existe mais, que já passou. Os tempos dos velhos códigos prontos e acabados, das velhas regras, das velhas dialéticas radicais e dos velhos maniqueísmos manipuladores. A esquerda se afastou do materialismo e embarcou de vez no farol de um ideal perdido, de uma história que não existe mais, que já acabou, que não é mais presente, que não está mais presente. E a culpa (essa invenção cristã que a esquerda também adotou) dessa "picaretagem mundial" é do neoliberalismo e do pós-modernismo. E perdida a esquerda inventa conceitos e ideais, critica a flexibilidade do toyotismo, fica irritada com o mundo do fetiche da mercadoria que também gera emprego e renda e não consegue entender que o interesse de todos é a universalização da qualidade de vida, da educação decente, da saúde eficiente, da inclusão social dos excluídos, do aumento gradual e responsável da sociedade de consumo. Mas como imaginou Antonioni no excelente Zabriskie Point esse mundo do lixo do consumo, do fenômeno pós moderno, inventado por Nietzsche, neoliberal e capitalista não serve e deve ser explodido, porque capitaneado por uma elite branca e malvada que é medieva.

A Boa Elite

O maniqueísmo de certa esquerda brasileira tenta fazer a separação do povo brasileiro de sua elite -- sendo que essa é sempre considerada retrógrada, golpista, burguesa etc.
Em primeiro lugar, qual elite? elite econômica, elite política, elite educacional, elite cultural?
Mas será mesmo que a elite é tão retrógrada assim?
O sociólogo Alberto Carlos Almeida, autor do livro "A Cabeça do Brasileiro", em matéria publicada na última Veja (edição 2.022), mostra que, deixando de lado estereótipos falidos, a realidade brasileira mostra feições que costumam passar desapercebidas.

O papel da elite, na construção de um Brasil moderno, é crucial, fundamental.

A parcela mais educada da população brasileira é menos preconceituosa, menos estatizante e tem valores morais mais sólidos, como se pode ver pela pesquisa feita abaixo realizada pelo Instituto DataUff da Universidade Federal Fluminense e financiada pela Fundação Ford (aquela mesma que financiou por longos anos o site de esquerda Carta Maior).

Se alguém é eleito para cargo público deve usá-lo em benefício próprio?
40% dos analfabetos concordam
3% dos que têm nível superior concordam
É certo recorrer ao jeitinho brasileiro para resolver problemas como o de se livrar de uma multa?
57% dos analfabetos concordam.
3% dos que têm nível superior concordam.

A polícia está certa em bater nos presos para que eles confessem seus crimes?
51% dos analfabetos concordam
14% dos que têm nível superior concordam.

Programas de TV que fazem críticas ao governo devem ser proibidos?
56% dos analfabetos concordam
8% dos que têm nível superior concordam.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Conceito do Preconceito


Piaui é sinônimo de atraso. Paraguai é sinônimo de falsificado. Brastemp é sinônimo de artigo bom. As agências de publicidade criam conceitos e também preconceitos.

Em Compasso de Espera


O capitalismo gera injustiça? É claro que gera. Ninguém pode negar.
A humanidade conseguiu inventar outro sistema para colocar em seu lugar?
O socialismo real não conseguiu ir além do ineficiente estatismo. O seu limite.
Idealiza-se um sistema, cuja prática é impossível.
Como a via tem mão dupla, o capitalismo - que pode excluir - pode também incluir.
E ficamos aguardando a boa vontade dos chefes do mundo que se reunem de cimeiras em cimeiras.
A discussão sobre os rumos do capitalismo e da humanidade, a abertura de mercados, a inclusão social dos excluídos, a questão africana etc. estava tendo algum avanço na época do governo Clinton.
Discutia-se, enfim, uma globalização melhor e possível.
Veio o 11/9 (sempre ele) e a doutrina do troglodita do Bush trouxe de volta a velha e burra paranóia.
Estamos todos em compasso de espera - aguardando o fim de um governo que pouco fez além de alimentar a picaretagem.


(A escultura acima é de Ron Mueck)

O Trombone Privativo do Emir


Emir Sader, em seu blog, está convidando seus leitores para botar a boca no trombone.

Segundo ele, são perguntas que têm sido caladas.

Do tipo:

Por que os movimentos sociais são casos de polícia?

Por que o Banco Central é independente?

Por que os ex-ditadores brasileiros são tratados como ex presidentes e Fidel Castro é tratado como ditador?


Postei uma indagação ao Emir:

Por que o Blog do Emir não fala sobre o caso da maleta da PDVSA no aeroporto de Ezeiza?

Esperei uma hora, duas horas, um dia, dois dias.

Essa pergunta não apareceu. Enquanto isso, os leitores postavam perguntas e perguntas e todas elas da mesma linha ideológica.


Não me contive e postei outra indagação:

Por que o Blog do Emir não publica mensagens que o Emir não concorda?


O dono de um blog tem todo o direito de exercer seu direito de propriedade de não publicar as mensagens que ele não concorda. Mas Emir é contra o direito de propriedade, mas assume, no cotidiano de seu blog, a defesa de seu território, como um fazendeiro da UDR.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Burrice Sectária



No Blog RS Urgente do jornalista Weissheimer se discute a invasão de sindicalistas à Assembléia Gaúcha.

Weissheimer se limita a dizer que a votação foi às portas fechadas, como se esse fato não tivesse outros motivos.


Mas gostei mesmo da manifestação do Fernando que trouxe um dado novo. Na tarde de ontem, na frente do Palácio Piratini estavam os parentes das vítimas da catástrofe da TAM em Congonhas e os sindicalistas chapa branca chamaram essas pessoas de golpistas, burgueses e elitistas.

Depois o PT não sabe porque existe no RS um clima anti-PT.


Mas Fernando disse o seguinte:


Não vou ficar nesse papo de condenar a ocupação-invasão-protesto-baderna legítima-ilegítima, etc.... Condeno a IMBECILIDADE do membros do CPERS e CUT que foram ofender as famílias que perderam pais, mães, irmãos, maridos, noivas no acidente da TAM, que protestavam em frente do Palácio Piratini. Isso é INOMINÁVEL, ofender essas pessoas que tiveram perdas irreparáveis, de uma maneira grotesca(algumas nem tiveram corpo para enterrar), e desqualificarem sua dor ao chamar seu protesto de "burguês,golpista e elitista". É essa burrice esquerdista, totalitária, intolerante, stalinista IDIOTA que planta os "Chatograndes" da vida. Espero que nenhum membro, da CUT, que tanto anda de avião em reuniões Brasil afora, nem nenhum membro do CPERS, que tanto vai a Brasilia, passe por uma tragédia como essa, na qual perdi 4 amigos. Será que é a RBS é a única culpada pelas sucessivas derrotas da esquerda no RS, desde 2002?

Saneamento Básico


Saneamento básico - o filme - é DEZ. Recomendoooooo. Muito engraçado. Muito inteligente. Bem interpretado. Fernanda Torres está ótima. Wagner Moura está brilhante. Camila Pitanga está deslumbrante. Uma grande comédia sobre o Brasil atual. Este Brasil que não funciona que centraliza tudo em Brasília. Este país da burocracia e da corrupção. Saneamento básico é o jeitinho brasileiro inteligente que deu certo. Talvez tenha sido o melhor filme de Jorge Furtado. Fiquei um pouco decepcionado com "Meu tio matou um cara", que foi o penúltimo. Quando entrei no cinema não esperava muito do filme, mas ele foi me cativando, aos poucos, momento a momento, cena a cena. É o jeito que o Brasil funciona. A politicagem, a malandragem, o eterno senso de humor. O Brasil do desleixo com o português, com a concordância equivocada (mulher diz obrigada e não obrigado), com a falta de cultura geral (afinal o que significa ficção?). Enfim, é um filme sobre este Brasil imenso que têm tantas faces e sotaques. Furtado centralizou nossas "quimeras" no interior de Bento Gonçalves.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Barbárie Paranóica


Deu agora no rádio:

Tem gente que quer impor seus ideais no grito.

Sindicalistas invadem plenário da Assembléia e causam tumulto

Deputados votavam criação de fundos com recursos da venda das ações do Banrisul

Sindicalistas invadiram o plenário da Assembléia Legislativa durante a votação do projeto que cria dois fundos previdenciários com recursos da venda de ações do Banrisul. Um grupo de aproximadamente 30 pessoas ligadas a sindicatos de servidores chegaram a interromper a sessão. A invasão ocorreu no momento da votação de emendas ao projeto.
A alegação é de que a medida do governo é o primeiro passo para a privatização do Banrisul. Seguranças estão com dificuldades para retirar os manifestantes do plenário. Deputados estão reunidos em uma sala anexa para definir como será a continuidade da votação.
Fundos
Um dos fundos prevê a utilização de 90% dos recursos líquidos obtidos com a venda dos papéis e seus rendimentos para o custeio da folha de pagamento das atuais aposentadorias. O outro, pretende recursos de 10% da venda das ações para custear futuras aposentadoria

A Desculpa Bolivariana


O assunto da maleta com 800 mil dólares (não são 750 mil como divulgado) está bombando nos sites da Argentina e da Venezuela.

Da onde saiu o dinheiro?

Para onde ia?

Como era de se esperar o chanceler Nicolás Maduro, do governo Chávez disse: 'pudiera haber una conspiración' de Estados Unidos en el caso del 'maletín' con 800.000 dólares que un empresario venezolano intentó ingresar en Argentina sin declarar a las autoridades. "




A velha desculpa de sempre, o império é sempre o culpado.


segunda-feira, 13 de agosto de 2007

O Caso da Maleta


PRIMEIRO ATO


Noite nublada e fria em Buenos Aires
Desce um jato alugado em Ezeiza.
No avião, descem pelas escadas executivos da estatal venezuelana PDVSA.
Os passageiros entram no saguão do aeroporto.

Quando a bagagem é revistada na Alfândega, uma maleta chama a atenção.

US$ 790.000 em dinheiro, cash.


SEGUNDO ATO


Os passageiros são levados à sala de interrogações.

Seu nome?
Guido Antonini Wilson
Quem você é?
Sou integrante da comitiva do Presidente Hugo Chávez da República Bolivariana da Venezuela.

Seu nome?
Cláudio Uberti
Quem você é?
Sou Diretor do órgão responsável por fiscalizar estradas e pedágios sou o principal negociador dos bilionários acordos com a Venezuela.

TERCEIRO ATO

Cristina Kirschner está nervosa. Acaba de ler o jornal no café da manhã. Não sei se ela fuma, mas ela pega um cigarro e traga. Ela leu no jornal sobre o caso da maleta. O diário diz que o dinheiro poderia ser usado para financiar a campanha de Cristina e foi confiscado pela alfândega. A Justiça abriu um inquérito para apurar suas origens.

Cristina indignadíssima grita (close na boca aparecendo os dentes): essa mídia golpista.

Golpistas!!!

Atormentada ela fala: Essa mídia golpista inventou o banheirogate com a Ministra da Economia Felisa Miceli (descoberta de uma bolsa com US$ 241 mil no banheiro do ministério) e agora essa!
Completamente irritada, nervosa, atordoada ela liga para Néstor.

QUARTO ATO

Néstor ao telefone, Si querida!
Si, querida, si querida!

Desliga e liga para Claudio Uberti:
Estás demitido.

Néstor dá um murro na mesa presidencial.

Néstor chama o Chefe do Gabinete de Ministros, Alberto Fernandes.

QUINTO ATO

Alberto Fernandes no centro da Comitiva de imprensa. Fotografos, repórteres, cinegrafista. Alberto Fernandes olha fixo para o microfone da Rádio Mitre e diz: A PDVSA deve explicações ao povo argentino.

SEXTO ATO

Sala do vice-presidente da Venezuela que concede uma entrevista á televisão estatal, única credenciada para a cobertura e diz gritando: vincular o Sr. Guido Antonini Wilson à PDVSA e ao governo Hugo Chávez é o absurdo dos absurdos.

SÉTIMO ATO

Close na face de Alberto Fernandes. Ele diz: Aqui há coisas que a Venezuela terá de explicar.

FIM DA PRIMEIRA TEMPORADA

Ao Infinito e Além


Os petistas andam muito preocupados com a guinada do partido à social democracia. E os que torcem o nariz para essa atitude sensata do partido criam movimentos participativos, onde certa elite da intelectualidade orgânica se encontra.


Os tempos definitivamente mudaram.


Deve SIM ser elogiada essa guinada do PT à social democracia. Isso faz lembrar o discurso que o líder do PSDB fez na tribuna da Câmara logo depois que o PT aprovou a necessária reforma da previdência. Bem-vindo PT ao campo das reformas. Esse é o caminho, essa é a linguagem para um Brasil melhor e possível. Que se façam os pactos e as reformas necessárias para este país ir além. Como diz o Buzz Lightyear: ao infinito e além

domingo, 12 de agosto de 2007

Zuca Sardan


Calote Metaphysico

A vida é curta
e a salvação difícil...
Além de que a salvação pessoal
parece um negócio
dos mais duvidosos...

conviria primeiro saber
se a salvação em si existe.
E se não existe...
então aquela força
e os sacrifícios
só pra no fim
levar o calote metafísico!...


In: SARDAN, Zuca. Ás de colete. Pref. Alcides Villaça. Il. do autor. 2.ed. Campinas: Ed. da Unicamp, 1994. p.114. (Matéria de poesia
(acima mais uma escultura de Ron Mueck)

A Renovação da Reforma


O Macanudo é um personagem que comenta os blogs.

A discussão girava em torno da morte da ideologia.

Disse ele:
Os curtos de idéia também e as ideologias se renovam, dado que são concepções de vida e essas TODO MUNDO têm, inclusive os dementes do Hospício São Pedro.

Falou bem o Macanudo. A seta no alvo. As ideologias se renovam. Tudo se renova. Tudo se flexibiliza. Tudo deixa de ser radical. Ameniza. Sintetiza. A dialética com síntese. O pacto, o acordo que é a conquista. Gradual, racional, relativo. Não podemos nos entorpecer com o eterno retorno do ridículo, daqueles que acham que a renovação da reforma é um grande mal. A história não está determinada. Ela é construída no dia a dia de cada um, organizados ou não. Participativos ou não, inclusive os dementes do Hospício São Pedro.
(As esculturas acima são do escultor australiano ron mueck)

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Reflexões do Comandante em Chefe


No sítio da radio reloj cubana http://www.radioreloj.cu/ tem um link para as reflexões do comandante-em-chefe Fidel Castro Ruiz à humanidade.

Fidel - desde que se afastou do poder há um ano - vem escrevendo suas reflexões sobre os fatos do momento. São reflexões que valem a pena serem lidas. O dono deste depósito recomenda.

Buenas, no dia 10 de julho, Fidel escreveu um artigo denominado a autocrítica de Cuba.
Diz ele, num determinado momento:

"Contudo, estamos a cumprir estritamente as nossas obrigações financeiras precisamente porque não somos uma sociedade de consumo. Precisamos de administradores sérios, valentes e conscientes."
De fato, Cuba não é uma sociedade de consumo. Primeira pergunta, pode um governo de plantão impedir que uma sociedade não tenha o direito de ser uma sociedade de consumo? Afinal, consumo não é um direito?
Prossegue, o comandante-em-chefe:

"Os que dilapidam gasolina, a destra e sinistra, com a existência dos veículos com que contamos hoje, os que esquecem que os preços dos alimentos sobem de forma sustentável, e que as matérias-primas para a agricultura e a indústria, muitas de cujas produções são distribuídas a todos, com preços subsidiados, devem adquirir-se a preços de mercado; os que esquecem que o país tem o dever sagrado de lutar até a última gota de sangue e deve gastar em matérias-primas e meios de defesa perante um inimigo que está de plantão permanente, podem comprometer a independência e a vida de Cuba. Com isso não se brinca!"

Por não ser uma sociedade de consumo se restringe drasticamente a circulação de capital. O consumo dos bens é, pois, limitado. Gasolina deve ser economizada (aliás prática que deveria ser estendida a todas as nações) , mas de forma drástica, pois, afinal, tais matérias primas poderão ser necessárias para se defender do grande império americano.

É a paranóia de sempre que movimenta o coração e mente da esquerda. Cuba não se desenvolve porque tem de se armar contra o império. É o clima de guerra constante contra o grande mal. Mas o grande mal não está nem ai para Cuba, vive sua vida de consumo, cidadania, alegrias e tristezas. Mas vive sua vida de qualidade.
De fato, El Comandante, com isso não se brinca!

E prossegue Fidel:

Fiquei com os cabelos arrepiados, quando há uns dias um distinto burocrata exclamou pela televisão que agora, que o período especial acabou, enviaremos todos os anos mais e mais delegações para tal e mais qual actividade.
De onde saiu esse bárbaro?, perguntei-me. Talvez seja uma doação que nos envia Sancho Panza desde a sua ilha de Barataria.
Em Cuba, o período especial aliviou-se, mas o mundo caiu num período muito especial, que está por ver como se sai dele. Dilapidamos milhares de milhões de dólares em combustível. Não apenas como gastadores de ofício, que é uma tendência natural, mas também pela necessidade de mudar dezenas de milhares de antigos motores soviéticos, de uma época em que lhes sobrava a gasolina, por motores chineses muito poupadores, com facilidades de pagamento razoáveis. Esse programa tem atraso.

Um burocratinha sabichão resolveu dizer que Cuba pode enviar delegações para todos os lugares, porque passou o período especial.

Que bárbaro, questionou o el comandante e recebeu a devida resposta: a culpa não é minha , a culpa é do mundo. Se não fosse ateu diria, a culpa é de Deus.

É de arrepiar os cabelos. De fato é.