Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O que é Crível e o que é Incrível


Realmente, não existe prova forte, robusta e inconteste da participação direta tanto da Dilma como da militância petista no caso da quebra do sigilo fiscal de Verônica Serra. Um fato é certo, o sigilo foi quebrado autorizado por procuração falsa dado a um contador picareta e venal. O contador sabe quem fez isso, disse que foi um office boy, mas essa história está muito mal contada e deve ser esclarecida. Mas dificilmente será até as eleições, por um motivo simples: o PT tem a chave do estado brasileiro. É ele que manda, apesar de dizerem que não é bem assim que funciona.

E a militância petista, como bem se sabe, foge ao controle. Muitos desses caras são fanáticos, conseguiram uma boa boquinha e fazem de tudo -- o moral e o imoral, o justo e o errado, o lícito e o ilícito -- para não perderem o osso do cargo em comissão ou do contrato terceirizado com as estatais. 

Dizem, também, que os próprios tucanos podem ter forjado essa armação, exatamente para criar impacto na hora H da propaganda política, até mesmo para que Dilma não ganhe o caneco no primeiro turno. Isso até pode ter acontecido, mas essa tese, com todo o respeito, é menos crível do que a outra; até mesmo porque já existem precedentes em matérias de dossiês envolvendo o PT, inclusive com a participação da própria Dilma, conforme denunciou pessoa graúda da Receita Federal.

Em quem, por enquanto, acreditar?

Sobre o assunto artigo de Fernando Barros Silva na Folha de hoje.



Delinquência e tapetão

O governo e o PT usam a popularidade de Lula como biombo para semear a impunidade. Tem sido assim desde que se recuperaram do mensalão. O escândalo dos aloprados até hoje permanece impune, sem solução. E Antônio Palocci, o maior interessado na violação do sigilo do caseiro Francenildo, é hoje coordenador da campanha de Dilma Rousseff e seu avalista informal junto à turma do PIB.



Mas não se trata apenas de impunidade. Sempre que a realidade lhe pede satisfação, o governo costuma reagir com soberba, como se fizesse um favor à opinião pública. Foi assim, por exemplo, em 2008, quando Dilma dizia ser uma "ficção" o dossiê, confeccionado na Casa Civil que ela chefiava, sobre as despesas pessoais de FHC na Presidência.


Agora, mais uma vez, o governo se mostra insolente e relapso diante das evidências de que a Receita se tornou a moradia da Mãe Joana. Há, de um lado, o comércio de dados fiscais violados em larga escala; e há, entre eles, a violação do sigilo de figuras ligadas a José Serra, inclusive o de sua filha empresária.


Tudo nesse episódio é muito grave. Inclusive a reação da campanha tucana. Ao ir à Justiça Eleitoral para impugnar a candidatura Dilma, Serra se agarra ao escândalo como tábua de salvação para chegar ao segundo turno. Não se trata de "incriminar a vítima", mas de expor os interesses de seu açodamento.


Em 2006, havia uma montanha de dinheiro de origem equívoca para comprar um dossiê. Mas havia, além disso, Hamilton Lacerda (braço-direito de Mercadante), Freud Godoy (assessor especial de Lula), Jorge Lorenzetti (o "churrasqueiro" oficial), Gedimar Passos (da "inteligência" petista). Pegos fazendo arte, os aloprados tinham rosto e vínculo inequívoco com a campanha.


O crime de agora parece ser até mais grave, mas, apesar dos antecedentes do PT, os elos com a campanha de Dilma ainda estão por ser esclarecidos. Ao escandalizar o escândalo da maneira como faz, Serra contribui para a sua banalização.

5 comentários:

guimas disse...

Uma coisa de bom vai sair desse escândalo: Leia aqui. É bem interessante.

Escuta telefonica celular disse...

O celular espião serve para você monitorar as ligações de um telefone celular.
A gravação de ligações de celular pode ser muito útil para você e toda sua família.
Você pode utilizar para saber que tipos de amizades seus filhos possuem e tomar atitudes preventivas.
Você pode armazenar as gravações no seu e-mail e depois revê-las a hora que quiser. Muito prático, moderno e útil.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Quer dizer, então, Guimas que meus dados sigilosos podem ser encontrados em qualquer CD vendido na rua? Isso é grave e complicado.

guimas disse...

É o que diz a reportagem da Globo, e me parece que a coisa já vem desde 2000, pelo menos.

Coisas de Brasil.

Fábio disse...

O atual candidato do PT ao governo do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (ex-ministro da justiça do Brasil) e o senador Paulo Paim (PT-RS) tiveram seus sigilos violados.

Na televisão não aparece NADA. Só aparece a filha do "você sabe com quem está falando?"

Os sigilos do ministro da justiça são quebrados (na época Tarso Genro era ministro).

Os sigilos de um senador da república são quebrados.

Sabe porquem?

"O sargento Cesar Rodrigues de Carvalho, que estava lotado no gabinete da governadora Yeda Crusius (PSDB) até a semana passada, foi preso na manhã de hoje em Porto Alegre após uma investigação do Ministério Público Estadual (MPE).

Ou seja, membro do gabinete da governadora do PSDB (uma das principais peças da campanha do José Serra) VIOLOU sigilos de um ministro e de um senador do PT e a notícia é praticamente escondida?

As informações foram para as mãos de quem?

Foram para as mãos da governadora Yeda Crusius?

Foram para as mãos do candidato José Serra?

Quem foi que recebeu estas informações?

Usaram estas informações para o que?

Tudo deve ser investigado. Muito bem investigado.

Pense bem: a Globo e o resto da imprensa conservadora praticamente esconde a quebra de sigilo ocorrida por pessoa de dentro do governo gaucho. E faz este estardalhaço com a filha do Serra.

Porque esta diferença?

Quebrar o sigilo de um ministro e de um senador é MUITO MAIS GRAVE.

A não ser eles considerem que alguns são cidadãos de primeira classe e outros são cidadãos de terceira classe. E que quebrar sigilo de cidadãos de terceira classe não tem problema.

Leia também aqui:
http://noticias.bol.uol.com.br/brasil/2010/09/03/sargento-que-extorquia-contraventores-fazia-dossies-contra-politicos.jhtm

PS: parabéns ao senador Paulo Paim e o ex-ministro Tarso Genro pela conduta equilibrada que estão tendo neste momento.