Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


segunda-feira, 28 de março de 2011

Laranjas de Deus





Coisas do Brasil Contemporâneo
A Folha de S. Paulo, em matéria publicada ontem, analisou documentos de  91 empresas que obtiveram, de 1997 até 2010, concessões de rádio e televisão do governo federal.

As Igrejas, principalmente as pentecostais -- que têm isenção fiscal prevista na nossa Constituição -- utilizam laranjas  -- os pobres crentes -- que participam das licitações, vencem o certame e  registram seu nome no Ministério das Comunicações. Mas esses 'pobres coitados' não têm renda compatível com os valores os quais foram fechados os negócios.

É o caso do evangélico Domázio Pires de Andrade, 74, vive da pensão de um salário mínimo numa casa humilde em terreno público invadido.



No papel, é sócio da empresa Rádio 541 Ltda., com Antonio Ribeiro de Souza, ex-vice-presidente da Igreja Deus é Amor. A empresa comprou quatro rádios em Minas, por R$ 200 mil. Após trabalhar por 24 anos na igreja, Domázio foi demitido e aderiu à Clamor dos Fiéis.


A direção da Deus é Amor não quis falar sobre o registro de empresas em nome de fiéis. (EL)

Folha - O senhor é dono da empresa Rádio 541 Ltda.?
Domázio Pires de Andrade - Só dei meu nome para a igreja arrumar emissoras.


Quem lhe pediu o nome?
A direção da igreja.

O senhor tem recursos para pagar as concessões?
De jeito nenhum.


De onde virá o dinheiro?
Disseram para eu não me preocupar. A igreja arca com toda a responsabilidade.


O senhor sabe qual é a situação atual de sua empresa?
Não tenho ideia. Todos os documentos ficaram no departamento jurídico.


O senhor vai reclamar a propriedade das rádios?
De maneira alguma. Dei minha palavra.


Por que saiu da Deus é Amor?
Me mandaram embora há cinco anos, porque eu estava de idade (velho). No início, eu vivi da ajuda dos meus amigos. Depois, fui para a Justiça do Trabalho. Na semana passada, eles me ofereceram R$ 3.000, e aceitei.

2 comentários:

PoPa disse...

Este sistema de outorga de rádios no Brasil é uma piada. Deveria ser um sistema apenas técnico, liberando canais para uso de empresários interessados. O mercado garantiria a presença deles ou não e a Anatel (ou sei lá quem controla eles) faria um controle técnico de potência, equipamentos homologados, horários... estas coisas.

A atual configuração abre espaços enormes para a corrupção.

Fábio Mayer disse...

Sd com tudo isso ele aceita 3000 de indenização... então não há o que fazer...