Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


quarta-feira, 2 de março de 2011

O Futuro é Hoje

Os Jetsons

O futuro já chegou modificando cenários e contextos e quebrando tabus. Estamos embutidos num mundo de informação. Como dizia o velho guerreiro, quem não se comunica se trumbica. Não basta ter apenas o diploma: isso, por si só, não qualifica. O mercado exigente quer mais. E será que estamos preparados para isso?

Recomendo a leitura desse artigo do publicitário e jornalista Alfredo Fedrizzi, publicado hoje na Zero Hora.


O profissional do futuro,

por Alfredo Fedrizzi *

Com a tecnologia invadindo tudo e provocando mudanças importantes no cotidiano de todos nós e nos negócios de todo mundo, a insegurança ronda muitas profissões. As tradicionais ainda têm espaço? Todos os dias surgem novas atividades, algumas voltadas para pequenos nichos de mercado, outras prometendo revolucionar as estruturas. Assustada com a variedade de profissões que vão desaparecendo ou se transformando, a geração acima dos 30 anos não sabe muito que rumo tomar, assim como adolescentes que são obrigados a escolher muito cedo o que vão ser no futuro. E boa parte da população envelhece nesse cenário. Ninguém mais precisa de datilógrafos. Telefonistas e secretárias são cada vez mais raras. Há muitos anos não existe frentista de posto de gasolina em vários países. A construção civil usa cada vez mais peças prontas, feitas em fábricas. A web desemprega vendedores em todas as áreas. Está muito mais fácil trabalhar remotamente, de casa, de aeroportos, do carro, de outras cidades ou países. Crescem os home-offices.


Tenho acompanhado o perfil de profissionais que as grandes empresas buscam e o que percebo é a procura por verdadeiros super-homens. A disputa de vagas aumenta, especialmente para cargos mais qualificados. Há 20 anos, o bom profissional era aquele que tinha conhecimento técnico e havia cursado uma faculdade de primeira linha. Hoje, só conhecimento técnico não basta. O relacionamento é muito valorizado. A internet botou na nossa mão o conhecimento volátil. Temos que saber trabalhar com times multiculturais e lidar com essas diversidades: buscar oportunidades de interagir com culturas diferentes e exercitar a comunicação por todos os canais disponíveis, além de entender os impactos de uma atividade nas demais áreas da empresa ou dos negócios.


O conhecimento passou a ser responsabilidade dos indivíduos. Antes a empresa era a grande mãe do nosso aprendizado, da nossa carreira. Agora temos que nos apropriar do nosso desenvolvimento, participar de atividades extracurriculares, workshops, viagens, cuidar do nosso papel profissional e social, do nosso perfil online e da postura de vida offline – buscar coerência dentro e fora da organização. Foi-se o tempo em que se dizia que a vida pessoal ficava lá fora.


O conflito de gerações está desaparecendo. Hoje temos o encontro de gerações. O que posso aprender com os mais velhos? E com os mais jovens? Apenas a idade cronológica envelhece, mas tem muito mais gente com cabeça jovem do que em outros tempos. Muitos aposentados estão sendo chamados de volta, pela sua bagagem acumulada. Podemos nos aproximar dos líderes que admiramos, com uma postura de aprendizado. A internet permite isso. Devemos olhar para o outro integralmente.


Os líderes de empresas também têm um novo papel: facilitar o desenvolvimento das pessoas, saber como aproveitá-las melhor, propiciar o crescimento delas. Não se trata mais de ser autoritário, mas responsabilizar-se pelos resultados com a equipe. Num ambiente de mudança constante, temos que fazer parte dessa mudança. Afinal, mudanças sempre existiram. A diferença hoje é a velocidade com que tudo acontece. Por isso, ter a humildade de reconhecer que não se sabe tudo e buscar orientação, é fundamental. Especialmente, ter a dimensão do nosso papel nesse mundo de velocidade vertiginosa, a partir de uma visão holística dessa transformação, vendo o todo.

Mas como fazer para não trabalhar sete dias por semana, 24 horas por dia? Muita disciplina é a recomendação de alguns especialistas. Não deixar de fazer o que se gosta, negociar horários com a família, cuidar para ter vida pessoal. Não tem regra. Cada um faz a sua rotina. Hoje o trabalho não é mais um dever, como era para nossos avós. O prazer, para eles, estava fora do mundo do trabalho. Agora está dentro. Por isso, as pessoas têm que ser capazes de tomar decisão e ser corresponsáveis, aproveitar as pequenas e as grandes oportunidades que a vida apresenta. Podemos passar a vida nos queixando ou nos desafiar. O que é possível fazer mais e melhor?


Ufa! Como se não bastasse o assoberbamento de tantas mudanças, em tão pouco tempo, ainda temos que escolher de que lado da vida queremos estar. Vamos lá! Fica aqui esta inquieta e rápida reflexão para pensarmos juntos.

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