Tem um novo post no Blog do Emir Sader ali na esquina do Carta Maior.
Dessa vez o Emir prega a "Alfabetização para a organização do povo".
Em síntese, o povo "o grande ausente da história brasileira (...) responde pelo apoio a Lula, diante das reiteradas ofensivas da direita."
E prossegue Emir -- ingressando na esfera da chapa branquice:
"Um povo contemplado pela combinação das mais amplas políticas de assistência social, de micro-crédito, de eletrificação rural, de elevação do salário mínimo, de controle dos preços dos produtos básicos. No entanto, não é um povo organizado, em condições de defender essas conquistas e de expressar sua força no campo político.A organização dessas imensas massas populares, que hoje estão fora dos partidos de esquerda e dos movimentos sociais é a tarefa essencial do presente."
O dono deste Depósito tenta traduzir: o povo consciente é aquele que apoia um governo de esquerda. Povo inconsciente e alienado é aquele que apoia um governo que não é de esquerda. Seguindo essa incrível lógica, podemos concluir que o cultíssimo povo alemão e o educado povo francês não são nem cultíssimos e nem educados, pois elegeram Merkel e Sarkozy, candidatos da direita.
E prossegue o Emir:
"Da capacidade desses setores de transformar sua força social em força política e ideológica depende o futuro da esquerda e do próprio país.O melhor instrumento para isso é uma campanha nacional maciça de erradicação do analfabetismo em três anos, levado a cabo pelos movimentos sociais, pelos partidos de esquerda, por organizações sociais e culturais, por instâncias do governo. Contamos com o melhor método de alfabetização – o método Paulo Freire -, com uma militância jovem – especialmente do movimento estudantil – e com necessidades elementares de terminar com o analfabetismo no Brasil.Este é um grande desafio que pode colocar as forças populares à altura dos desafios do presente, rompendo a passividade a que a luta política de cúpula condena a militância de base e a grande massa da população, incluindo a beneficiada pelas políticas governamentais. Conseguiríamos um avanço fundamental na luta pela elevação do nível educativo, cultural e de consciência da população pobre do país e ajudarimos na criação de organizações de base da grande maioria do povo brasileiro."
Na verdade, Emir prega a venezuelização do Brasil, a educação condicionada a um determinado discurso ideológico. Não se trata, pois, de um ensino plural, democrático, mas de um ensino jogral, onde o pensée unique do sectarismo ideológico impera. Jogar os pobres contra a classe média e os ricos é isso o que está por trás dessa proposta catequista de Emir Sader. Ele continua o mesmo.
9 comentários:
O ditador deste depósito tira conclusões precipitadas, e traduz de maneira equivocada o que Emir disse.
Eu traduzo de maneira mais simples: ele prega que se eduque mais as camadas populares para poderem defender-se melhor na escolha de seus governantes.
Se achas que o que ele prega é catequisação à esquerda, não deves ter dificuldades em concluir que o que a nossa mídia faz é catequisação à direita.
Depois, demonstras um certo preconceito, até um sentimento de inferiorização - pois achas que o povo mais humilde, ou pobre, é incapaz de discernir se está sendo catequisado ou não - parece que pensas que todos os pobres educados por algum movimento social, viram militantes de esquerda, por pura lavagem cerebral e são incapazes de pensar por si.
O Brasil já está "venezuelado" há tempos, Maia. A eleição de Lula e a atitude de nossa mídia são prova disso. Talvez em grau menor, mas que a divisão está clara, é fato.
Muito pelo contrário, Guimas, o povo educado tem discernimento para escolher o que é bom para a tosse. E o povo mais educado deste país votou em quem? Apoia quem? O erro de Emir é imaginar que o povo mais educado vai votar na esquerda. TAlvez sim e talvez não. Mas o ensino que Emir prega é um ensino ideologizado, de alimentar antagonismos sociais, de fomentar o materialismo histórico que na verdade é um determinismo idealista. Emir não prega e nunca pregou uma sociedade democrática. O Brasil é um país bem diferente da Venezuela. Aqui existe uma classe média muito maior do que na Venezuela. E é exatamente essa classe média brasileira que impede a venezuelização do Brasil. Não há como, no Brasil, se adotar um regime de populismo bolivariano.
Acho que tens que ler melhor as pesquisas, Maia.
Lula é mais aprovado do que rejeitado em todas as classes sociais e em todos os níveis de educação. Entre os mais pobres e os com menos instrução a diferença é maior, é certo. Mas entre os universitários, seu governo tem mais aprovação do que desaprovação.
Achas que a falta de discernimento é um mal que aflige todos os brasileiros, de todas as classes?
Quem está querendo mudar isso é a mídia. Pregando o antagonismo que antagonizas.
Falta-te escala, Maia. O Emir é uma pedrinha num rio. A mídia é um banco de areia.
Guimas, a mídia quer vender jornal ou espaço publicitário. A voz da grande mídia é muito mais plural do que o da mídia alternativa de esquerda. Apesar (eu sei) de vc não concordar com isso. E o Emir quer criar fatos para causar convulsões sociais. Entre a manipulação do Emir e a manipulação da grande mídia, fico com esta última.
Pois é Maia. Eu prefiro não ficar com manipulação nenhuma.
Só que, como disse, falta-te escala.
A mídia manipulando atinge muito mais pessoas do que o Emir, junto com todos os blogs de esquerda.
Só que o Emir, o RSUrgente e os outros são alvos muito mais óbvios e fáceis.
Mas não são os que causam mais danos, tenha certeza.
Manipular entre aspas. O que eu quero dizer, Guimas, é o seguinte entre a credibilidade da grande mídia e a do Emir fico com a da mídia. Hoje mesmo o RS Urgente fez um alarde imenso, com base em declaração do Dionisio Marcon, sobre agressão da Brigada ao MST apenas com base no que disse o deputado. Não dá para dar muito crédito. Acho apenas que existe uma imensa paranóia da esquerda em relação ao comportamento da mídia, como ocorreu com o caso da TAM. A cobertura da mídia foi exemplar. Foi ela que trouxe as informações que isentaram o governo da grande culpa.
Maia, nem com banda de música dá pra achar a cobertura da mídia exemplar. A cobertura beirou o amadorismo. E a confissão do amadorismo veio com o artigo do Ali Kamel, onde ele diz que foram "testando hipóteses". Beira o ridículo. Não foi a mídia que trouxe os fatos que isentaram a pista no acidente. Foi a caixa-preta. Mesmo assim, a Veja correu para culpar o piloto e dizer que se a pista fosse maior não teria ocorrido o acidente - uma maneira digamos "diferente" de enfocar o fato.
Quanto ao negócio do MST em Pedro Osório, ouvi hoje no rádio que teve 29 pessoas atendidas no hospital, sendo 24 do MST, 1 ruralista e 4 brigadianos. Pergunto: quem apanhou nesta história?
Tua desconfiança com a esquerda devia se estender aos anti-esquerda - estás sendo enganado e não te dás conta.
Guimas, a mídia fez o que tinha de fazer. Subscrevo integralmente o artigo do Ali Kamel. O que existe é uma imensa paranóia por parte da esquerda que adora ler a mídia chapa branca. O MST, aliás sua liderança, não é santa e os ruralistas também não. Mas prefiro um governo que cumpra a lei e que cumpra decisões judiciais do que um governo omisso no cumprimento de decisões judiciais, como foi o do Olívio.
Cruzes, Maia. Fechaste os olhos para uma confissão de manipulação grosseira dos fatos. Diz muito sobre tuas opções políticas.
Aliás, todo mundo gosta de ler mídia chapa branca, e é justamente por isso que a Veja ainda vende alguma coisa.
Quanto ao cumprimento ou descumprimento das decisões judiciais, continuas tendo indignação seletiva. Mas deixa pra lá. É coisa de anti-petista.
Postar um comentário