Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Por que Tereza não grita?


Sou testemunha dessa verdadeira história. Tereza tem 60 anos e mora nos campos de cima da serra gaúcha. Ela é uma brasileira pobre, aposentada de poucos recursos que trabalhou como empregada em famílias da classe média. Tereza tem uma doença no sangue e necessita fazer um exame para saber que tipo de doença é essa. No Sistema Único de Saúde, o SUS, Tereza só poderá agendar esse exame para daqui a um ano. Um ano é muito tempo.


Os amigos de Tereza fizeram uma vaquinha (o dono deste empório participou) para pagar esse exame que será feito fora do SUS. Tereza vai fazer esse exame, mas se algo grave for constatado nada poderá fazer, pois terá de aguardar para realizar esse mesmo exame pelo SUS, aguardando na fila do sistema. É que o sistema é único, o tratamento, os exames, as consultas médicas, as internações só podem ser feitas dentro do sistema. Nada pode ser feito fora. Se amigos conseguem recursos para Tereza fazer exames em laboratórios particulares nada disso adianta, porque o sistema não permite consultas e exames de fora do SUS.


Ou seja, mesmo sabendo da gravidade da doença e podendo já iniciar o tratamento, os médicos do SUS não poderão ajudar Tereza, pois ela vai ter de aguardar chegar a sua vez, na imensa fila, para fazer o mesmo exame , cujo resultado ela já sabe.


Parte muiiito considerável da população brasileira está condenada ao SUS, a esse sistema inflexível, único e burocrático. Tereza está cansada, mas não grita. Deveria gritar e gritar forte por um direito que é dela e de todos: um atendimento de saúde decente.


8 comentários:

PoPa disse...

O pior de tudo, é que este sistema, além de perverso, é burro! Tudo isso seria evitado se os recursos da CPMF tivessem sido encaminhados para o que foi destinado. Pobre Jatene, que acreditou neles... E ainda querem manter esta escrescência tributária!!!! quanto à isso, esta esquerda que reclama dazelites nada fala? E esta taxa, todos pagamos...

Anônimo disse...

A CPMF tem de ser mantida. É um ótimo meio de fiscalização para a receita federal. Que se baixe a alíquota, mas acho que não deve ser extinta.

PoPa disse...

Guimas, o sistema financeiro brasileiro é, por incrível que possa parecer, um dos mais informatizados e bem controlados do mundo. Não precisa da CPMF para nenhum tipo de controle. Esta é mais uma das muitas inverdades que se diz para manter esta verdadeira roubalheira no bolso do brasileiro. É bem verdade que o governo não usa este argumento nunca, já que ele não resistiria a qualquer análise.

O que aconteceria se ela fosse mantida com uma alíquota pequena? na primeira oportunidade, iriam colocar mais um percentualzinho nela... e depois mais outro...

Ela precisa ser extinta, sim! Nada justifica sua existência.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Nessa estou com Guimas. Sempre fui favorável à CPMF que é um imposto impossível de ser sonegado. O que te de se mudar neste Brasil é a burocracia, a burrice, a estupidez do antendimento do serviço público que é destinado aos pobres deste país que não tem acesso ao serviço privado. O SUS não aceitar exames feitos fora do SUS é o absurdo dos absurdos. HOje o Paulo Santana na Zero Hora colocou uma mensagem de uma pessoa que enfrenta problema semelhante no SUS.

PoPa disse...

Caro Maia, insonegável é o IR sobre salários, o ICMS sobre combustíveis, energia e comunicação, a CIDE sobre combustíveis (que deveria conservar nossas estradas) e tantos outros.

A CPMF é um tributo escuso, escondido, não se sabe de onde veio e para onde vai, os estados e municípios não enxergam nada e têm sua economia sangrada destes valores que, aparentemente pequenos, pesam no bolso de todos, mais ainda no bolso dos pobres.

Anônimo disse...

Pobre pampa, acho que o teu problema não é com a arrecadação dos impostos. Mas com a maneira que eles são gastos.

Concordo contigo completamente, se é isso que pensas.

Agora, se o teu negócio é diminuir os impostos, não resolve nada. Diminuir imposto tem efeito a curto prazo no bolso da classe média. Nada mais.

PoPa disse...

Não, Guimas, não se trata da redução pura e simples de impostos. Trata-se de uma - pelo mínimo - equivalência na contribuição da sociedade para o governo. Grandes fortunas não pagam impostos neste país. Salário paga como se fosse renda. No Brasil, somente se faz quando é fácil cobrar e difícil sonegar! Como a CPMF e os outros que citei antes.

Também acho que há uma distribuição muito errada. A centralização de praticamente toda a arrecadação no governo federal, dá margem a muito roubo, muito desvio. Se este dinheiro ficasse no estado, nos municípios, seria muito melhor utilizado.

Aliás, nosso grande problema é que não somos uma federação de estados.

Anônimo disse...

Esse sistema é mais do que burro: é assassino. O mesmo vale para quase tudo onde o governo, o anti-Midas, coloca a mão.