Hoje o TSE divulgou os números dos ga$to$ da campanha presidencial.
Deu o óbvio.
A candidata do poder econômico - Dilma Rousseff -- fechou as contas no vermelho, com buraco de R$ 27,7 milhões. Ela gastou R$ 177 milhões. O maior doador de Dilma foi o PT, que repassou a ela cerca de R$ 20 milhões dos cerca de R$ 130 milhões que arrecadou por conta própria. Excluído o valor sobreposto, a campanha de Dilma e o PT arrecadaram quase R$ 300 milhões na campanha. Entre as empresas que figuram como maiores financiadoras da campanha de Dilma estão a Camargo Corrêa, UTC, Andrade Gutierrez, CSN e Friboi. Segundo informações da Folha . com
Campanha de Serra à Presidência tem dívida de R$ 9,6 milhões. Ele gastou R$ 122 milhões.
O custo total desta eleição, que deve ultrapassar R$ 3 bilhões em valores declarados pelos candidatos (média de R$ 20 por eleitor) já é 42% maior se comparado ao de 2006, mesmo sem as contas finais de Dilma, Serra e dos 18 candidatos a governador que disputaram o segundo turno.
Em 2006, os candidatos gastaram cerca de R$ 1,9 bilhão e, em 2002, as despesas ficaram em R$ 1,1 bilhão, valores corrigidos pelo IPCA.
Diversidade, Liberdade e Inclusão Social
Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt
terça-feira, 30 de novembro de 2010
O Necessário -- e muitas vezes Truculento -- Poder de Polícia
Policiais civis usam cão durante averiguação no Complexo do Alemão
Não é nada mole ser morador de uma comunidade como a do Complexo do Alemão, no Rio. Estão todos a dizer que os traficantes foram embora. Não se sabe se eles voltarão e se a polícia vai continuar ali de forma permamente. Por enquanto a situação é caótica e a comunidade está dividida. Falta tudo. Para as câmeras eles dizem que apoiam a ação policial, mas eles sentem na pele a truculência das patrulhas porque são constantemente revistados, inclusivem em suas casas. Algumas vezes essa revista é feita de forma violenta e truculenta.
A situação -- guardadas as proporções -- é parecida com o Haiti, Afeganistão e Iraque. Esses povos necessitam do necessário poder de polícia realizado pelas tropas da ONU e americanas. Se esse poder de polícia fracassa, o caos e a barbárie tomam conta.
E como o estado aparentemente tomou conta da situação - pelo menos é o que se espera - é hora de começar a colocar as mãos á obra: melhorar as estruturas de habitação, de postos policiais, de escolas, de transportes, de saneamento básico, de saúde etc.
É o que se espera.
Não é nada mole ser morador de uma comunidade como a do Complexo do Alemão, no Rio. Estão todos a dizer que os traficantes foram embora. Não se sabe se eles voltarão e se a polícia vai continuar ali de forma permamente. Por enquanto a situação é caótica e a comunidade está dividida. Falta tudo. Para as câmeras eles dizem que apoiam a ação policial, mas eles sentem na pele a truculência das patrulhas porque são constantemente revistados, inclusivem em suas casas. Algumas vezes essa revista é feita de forma violenta e truculenta.
A situação -- guardadas as proporções -- é parecida com o Haiti, Afeganistão e Iraque. Esses povos necessitam do necessário poder de polícia realizado pelas tropas da ONU e americanas. Se esse poder de polícia fracassa, o caos e a barbárie tomam conta.
E como o estado aparentemente tomou conta da situação - pelo menos é o que se espera - é hora de começar a colocar as mãos á obra: melhorar as estruturas de habitação, de postos policiais, de escolas, de transportes, de saneamento básico, de saúde etc.
É o que se espera.
Guerra no Rio no Boston Globe
As imagens da Guerra no Rio estão no Boston Globe.
Texto original em inglês:
Rio's drug war
A small war took place last week in Rio de Janeiro, Brazil, between Brazilian forces and hundreds of drug traffickers holed up in the shantytown complex dubbed Complexo do Alemão. After recent efforts by officials to pacify Rio's drug and gang-related violence ahead of the upcoming the 2014 World Cup and the 2016 Olympics Games, drug gangs struck out last week - attacking police stations and staging mass robberies. After days of preparation, Brazilian security forces launched a raid in the Complexo do Alemão, where between 500 and 600 drug traffickers were holed up. At least 42 people were killed in the violence last week, with security forces taking control of many neighborhoods. A relatively low number of arrests were made, and authorities warn of further conflict as continue to flush out more suspects in Rio's maze of favelas.
Nada de novo nas informações do Wikileaks sobre o Brasil
Nada de novo nas informações trazidas pelo wikileaks sobre o Brasil. O Itamaraty, no governo Lula, chefiado por Amorim e Samuel Guimarães teve sempre uma postura antiamericana. E por isso, para os EUA o Itamaraty é adversário.
Alguma novidade? Nenhuma.
E o Nelson Jobim virou o mocinho da história. Detestado por uma certa esquerda, o homem que conseguiu, ao menos, controlar o caos aéreo quando assumiu o Ministério da Defesa é visto como pró EUA.
Alguma novidade? Nenhuma.
Matéria da Folha online abaixo sobre os documentos confidenciais da Wikileaks
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
O Pitaco de Marcelo Freixo
Charges do Jean na Folha de ontem e de hoje.
Não haverá vencedores
Pode parecer repetitivo, mas é isso: uma solução para a segurança pública do Rio terá de passar pela garantia dos direitos dos cidadãos da favela
Dezenas de jovens pobres, negros, armados de fuzis, marcham em fuga, pelo meio do mato. Não se trata de uma marcha revolucionária, como a cena poderia sugerir em outro tempo e lugar.
Eles estão com armas nas mãos e as cabeças vazias. Não defendem ideologia. Não disputam o Estado. Não há sequer expectativa de vida.
Só conhecem a barbárie. A maioria não concluiu o ensino fundamental e sabe que vai morrer ou ser presa.
As imagens aéreas na TV, em tempo real, são terríveis: exibem pessoas que tanto podem matar como se tornar cadáveres a qualquer hora. A cena ocorre após a chegada das forças policiais do Estado à Vila Cruzeiro e ao Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro.
O ideal seria uma rendição, mas isso é difícil de acontecer. O risco de um banho de sangue, sim, é real, porque prevalece na segurança pública a lógica da guerra. O Estado cumpre, assim, o seu papel tradicional. Mas, ao final, não costuma haver vencedores.
Esse modelo de enfrentamento não parece eficaz. Prova disso é que, não faz tanto tempo assim, nesta mesma gestão do governo estadual, em 2007, no próprio Complexo do Alemão, a polícia entrou e matou 19. E eis que, agora, a polícia vê a necessidade de entrar na mesma favela de novo.
Tem sido assim no Brasil há tempos. Essa lógica da guerra prevalece no Brasil desde Canudos. E nunca proporcionou segurança de fato. Novas crises virão. E novas mortes. Até quando? Não vai ser um Dia D como esse agora anunciado que vai garantir a paz. Essa analogia à data histórica da 2ª Guerra Mundial não passa de fraude midiática.
Essa crise se explica, em parte, por uma concepção do papel da polícia que envolve o confronto armado com os bandos do varejo das drogas. Isso nunca vai acabar com o tráfico. Este existe em todo lugar, no mundo inteiro. E quem leva drogas e armas às favelas?
É preciso patrulhar a baía de Guanabara, portos, fronteiras, aeroportos clandestinos. O lucrativo negócio das armas e drogas é máfia internacional. Ingenuidade acreditar que confrontos armados nas favelas podem acabar com o crime organizado. Ter a polícia que mais mata e que mais morre no mundo não resolve.
Falta vontade política para valorizar e preparar os policiais para enfrentar o crime onde o crime se organiza -onde há poder e dinheiro. E, na origem da crise, há ainda a desigualdade. É a miséria que se apresenta como pano de fundo no zoom das câmeras de TV. Mas são os homens armados em fuga e o aparato bélico do Estado os protagonistas do impressionante espetáculo, em narrativa estruturada pelo viés maniqueísta da eterna "guerra" entre o bem e o mal.
Como o "inimigo" mora na favela, são seus moradores que sofrem os efeitos colaterais da "guerra", enquanto a crise parece não afetar tanto assim a vida na zona sul, onde a ação da polícia se traduziu no aumento do policiamento preventivo. A violência é desigual.
É preciso construir mais do que só a solução tópica de uma crise episódica. Nem nas UPPs se providenciou ainda algo além da ação policial. Falta saúde, creche, escola, assistência social, lazer.
O poder público não recolhe o lixo nas áreas em que a polícia é instrumento de apartheid. Pode parecer repetitivo, mas é isso: uma solução para a segurança pública terá de passar pela garantia dos direitos básicos dos cidadãos da favela.
Da população das favelas, 99% são pessoas honestas que saem todo dia para trabalhar na fábrica, na rua, na nossa casa, para produzir trabalho, arte e vida. E essa gente -com as suas comunidades tornadas em praças de "guerra"- não consegue exercer sequer o direito de dormir em paz.
Quem dera houvesse, como nas favelas, só 1% de criminosos nos parlamentos e no Judiciário...
MARCELO FREIXO, professor de história, deputado estadual (PSOL-RJ), é presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Os Anos JFK
JFK no famoso discurso em Berlim Ocidental, em 26 de junho de 1963. Obama recentemente também reuniu na Berlim unificada grande número de simpatizantes.
Há 50 anos JFK foi eleito presidente dos EUA.
Fotos inéditas da Life Magazine publicadas no Boston Globe.
sábado, 27 de novembro de 2010
Sobre a Luta de Classes no Rio
Meu ranço marxista está a voltar. O que está acontecendo no Rio é luta de classes que está presente em todos os detalhes da nossa vida. Paciência, a vida é assim e um mundo melhor somente é possível com solidariedade. Certa esquerda diz que a "burguesia" não gosta quando os mais pobres frequentam os mesmos lugares como restaurantes, aeroportos, aviões, mas não é isso o que eu sinto. Quando percebo que pessoas mais humildes frequentam os mesmos lugares que a classe média a primeira coisa que me vem a cabeça é: o Brasil está evoluindo.
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Eu Não Tenho Pena Desses Tadinhos
Tucano (não é do PSDB) encontrado numa casa na Vila Cruzeiro
Bandidos apontam suas armas contra a polícia no complexo do alemão no Rio.
Bandido com arma na mão e sorriso na boca no complexo do alemão no Rio. Quantos anos ele tem?
Cartazes do Comando Vermelho encontrado na Vila Cruzeiro.
Eles são muito jovens. Eles não tem medo da morte. Eles morrem com menos de 20. Os outros - a grande maioria que reside no complexo do alemão -- também são jovens e vivem muito mais do que 20, trabalham, dão muito duro e vivem corretamente. Essa é a grande diferença entre o cidadão de bem e o cidadão do mal.
Sobre o assunto - poemeu que fiz para o Blog Mínimo Ajuste:
Dignidade
Eu não tenho pena desses tadinhos
que escolheram - pelas vicissitudes --o caminho fácil da violência.
Enquanto os outros -- a maioria --
preferiram as duras vias da vida justa
e estão obrigados a se submeter
às vontades dos "donos da comunidade"
convivendo com suas drogas,
seus gatos, suas armas e combustíveis.
Corrente Mais Atrasada do PT Leva a Secretaria da Educação no RS
Do Blog do Diego Casagrande:
O futuro secretário estadual da Educação de Tarso, José Clóvis Azevedo, é radicalmente contra bonificar professores por desempenho, a chamada meritocracia. Em entrevista ao jornal Zero Hora, ele bombardeia a proposta, adotada por inúmeros países desenvolvidos. "Esse modelo é um grande fracasso, que estão tentando acolher como a grande salvação da pátria. Claro que avaliação é importante. O merecimento das pessoas que se especializam e se aperfeiçoam deve ser contemplado no plano de carreira. Os critérios que já existem hoje podem ser aperfeiçoados. Não é um instrumento de resolução de problemas, mas uma proposta que só complica. É polêmica e trava a discussão pedagógica."
Meu pitaco: não foi isso que Tarso Genro prometeu em campanha. José Clóvis Azevedo é integrante da facção trotskista Democracia Socialista, do Raul Pont e Cia. o grupo mais atrasado do PT.
O futuro secretário estadual da Educação de Tarso, José Clóvis Azevedo, é radicalmente contra bonificar professores por desempenho, a chamada meritocracia. Em entrevista ao jornal Zero Hora, ele bombardeia a proposta, adotada por inúmeros países desenvolvidos. "Esse modelo é um grande fracasso, que estão tentando acolher como a grande salvação da pátria. Claro que avaliação é importante. O merecimento das pessoas que se especializam e se aperfeiçoam deve ser contemplado no plano de carreira. Os critérios que já existem hoje podem ser aperfeiçoados. Não é um instrumento de resolução de problemas, mas uma proposta que só complica. É polêmica e trava a discussão pedagógica."
Meu pitaco: não foi isso que Tarso Genro prometeu em campanha. José Clóvis Azevedo é integrante da facção trotskista Democracia Socialista, do Raul Pont e Cia. o grupo mais atrasado do PT.
Sobre a Guerra no Riiiio
Cenas do Rio ontem, ocupação da Vila Cruzeiro, no Bairro da Penha.
Os protagonistas no Rio são as milícias
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Estamos assistindo ao fim de um período e ao provável ingresso em outro patamar, que exigirá instrumentos mais amplos que as UPPs
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A interpretação oficial corrente sobre os eventos no Rio de Janeiro tem atribuído à reação dos traficantes às UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) a explicação para o impressionante surto de violência.
Trata-se de argumento simplificador, que desconhece o complexo processo que vem se desenvolvendo ao longo de quase duas décadas e que agora ingressa em um novo patamar de organização da atividade criminosa.
Atividades criminosas têm-se estruturado seguindo uma lógica bastante similar nos grandes centros urbanos brasileiros. Iniciam-se com atividades de gangues de bairros em ambientes urbanos deteriorados e assolados por péssimas condições econômicas e sociais.
O aprisionamento desses membros cria um novo patamar de organização, que se estrutura inicialmente no interior das prisões, com formação de coalizões, tendo como objetivo inicial sua proteção e, posteriormente, associação para fins criminais. Essa é a origem de PCC (Primeiro Comando da Capital), Comando Vermelho, ADA (Amigos dos Amigos) ou Terceiro Comando.
Nesse estágio, inaugura-se também um período de intensa competição entre grupos, com uso maciço de armas de fogo e a introdução crescente de mecanismos de corrupção. O amplo domínio territorial desses grupos é a marca desta fase.
Este arranjo se desmorona e o que estamos assistindo são os estertores desse período.
Seus protagonistas encontram-se crescentemente acuados: de um lado, por estratégias do governo estadual que são bastante distintas do padrão vigente; por outro, temos emergência de grupos mais voltados para uma lógica empresarial e com padrões de eficiência criminal mais elevados.
Há uma expansão das atividades comerciais, que agora não se limitam apenas ao tráfico de drogas, mas se estendem a diversos outros tipos de atividades ilegais, tais como a venda informal de serviços e bens públicos por meio de "gatos", provisão de bens e serviços, como gás, transporte e segurança, e até mesmo exploração de prostituição.
No lugar do violência, a cooptação, o ingresso no mundo da política e a infiltração institucional. Os protagonistas centrais deste processo no Rio têm sido as milícias, para quem o espetáculo exuberante da etapa anterior não é mais funcional para os negócios.
Por sua vez, o Estado do Rio de Janeiro tem atuado firmemente em estratégias visando o restabelecimento da ordem, buscando a erradicação das armas de fogo e a retomada de territórios.
Estamos assistindo ao fim de um período e ao provável ingresso em outro patamar, que exigirá instrumentos e políticas mais amplos e profundos que a bandeira das UPPs. Estas, aliás, devem se multiplicar e deveriam ser parte de um projeto sistêmico e com perspectiva mais estratégica.
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CLAUDIO BEATO é professor do Departamento de Sociologia da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e diretor do Crisp (Centro de Estudos em Criminalidade e Segurança Pública), da mesma universidade, publicado na Folha de hoje.
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Certa Esquerda Quer Construir Favelão no Morro Santa Tereza em Porto Alegre
Vista do alto do morro Santa Tereza em Porto Alegre.
Pois aqui em Porto Alegre também existe uma comunidade chamada Vila Cruzeiro que talvez seja a maior favela da cidade e, infelizmente, região de grande violência.
Essa Vila Cruzeiro avança no Morro Santa Tereza, que fica em frente ao estádio Beira-Rio.
Existe uma área no Morro de Santa Tereza que é do Estado do RS e onde está localizada a FASE, antiga FEBEM.
No início deste ano, a governadora Yeda Crusius resolveu vender essa área para a iniciativa privada construir ali imóveis de classe média e valorizar, assim, aquele local. O empreendedor, que adquirisse o bem, também se obrigaria a construir 5 unidades da FASE no interior do RS.
E certa esquerda chiou tanto que Yeda retirou o projeto da Assembléia. Coisas do Rio Grande.
Agora, como se vê no site http://www.omorroenosso.com.br/noticia51.html , esse mesmo pessoal quer que o futuro governador Tarso Genro faça ali um parque público.
A proposta é bonita, mas fazer um parque público ao lado de uma favela é pedir para que essa comunidade ocupe o parque público, o que já aconteceu zilhões de vezes neste Brasil afora.
Não é questão de preconceito. Um dos princípios fundamentais da Constituição Federal é o da dignidade da pessoa. Morar numa favela sempre foi um local indigno. Se o Brasil quer mesmo acabar com a pobreza, com a miséria tem de impedir que se faça mais e mais favelas.
O ideal é que se efetue mesmo a venda do imóvel, que se loteie o local, que se faça ruas públicas e que prédios de classe média sejam construídos no local. Existe no local área de preservação ambiental, que se preserve este local, que se faça praças públicas, que se construa ali um bairro para que as pessoas possam morar melhor e valorizar aquela região localizada em área nobre de Porto Alegre. Parque estadual perto de uma favela não.
Típico Jogo de Cartas Marcadas
Na primeira entrevista já concedida a um grupo de blogueiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os entrevistadores se uniram nas críticas à grande imprensa.
Dez blogueiros autoclassificados "progressistas" participaram da entrevista, de duas horas, na manhã de ontem no Palácio do Planalto.
Um dos blogueiros, Altamiro Borges, é filiado ao PC do B. Outro, conhecido como "Sr. Cloaca" [ele não revela o nome], é assessor de imprensa de político do PT no Rio Grande do Sul, cujo nome também não revelou.
O blog Amigos do Presidente Lula, que não estava na lista divulgada pelo Planalto, também participou. O Planalto disse que o blog não entrou na lista por "erro".
Dos 10 sites, 8 têm como linha a defesa do governo Lula e se alinharam, na eleição, à candidatura de Dilma Rousseff, reproduzindo uma série de ataques ao candidato do PSDB, José Serra. Os outros têm uma linha mais neutra.
O blogueiro Eduardo Guimarães, fundador do Movimento dos Sem Mídia, que já fez protestos em frente à Folha, citou a sigla "PIG". Coube ao secretário de imprensa do Planalto, Nelson Breve, traduzi-la a Lula: "PIG é o que ele chama de Partido da Imprensa Golpista".
Ao lado do ministro Franklin Martins (Comunicação Social), Lula voltou a afirmar que não lê jornais e revistas, mas que, quando sair da Presidência, vai "reler tudo".
Meu pitaco: Francamente. Se isso não é jogo de cartas marcadas, o que é jogo de cartas marcadas?
Cara, Ontem Torci Direto para o Goiás
Palmeirenses estão a dizer que os 2 x1 que eles levaram ontem do rebaixado Goiás, em casa, foi a maior zebra de todos os tempos.
Parecia que o imortal tricolor estava em campo. Torci desesperadamente contra o time do Felipão. Que se dane o Felipão, porque esse Palmeiras não joga nada e não merecia estar na semifinal da Sulamericana. O Goiás - rebaixado esta semana à série B do brasileiro -- é muito mais time e conta com um excelente centroavante, Rafael Moura, nº 9.
Agora vamos torcer para o Independiente da Argentina ou a LDU do Equador, que se enfrentam hoje em Avellaneda para pegar o Goiás. E parei de torcer para o Goiás, porque quero ver o imortal tricolor de novo na Libertadores.
Zoeira no Riiio
Os telejornais de ontem e de hoje alardeiam sobre a guerra no Rio. Segundo o site da rede Globo, 19 mortes, 9 ônibus queimados e 16 carros incendiados -- parece Saint Dennis na França--, arrastões, cabines de polícia atacadas, ruas fechadas, troca de tiros. Parece que é o único assunto do momento. Os criminosos que perderam seus espaços por conta nas comunidades ocupadas pela polícia em caráter permanente-- ponto para o governador Sérgio Cabral que não pode esmorecer -- estão revoltados e saem às ruas para fazer essas "zoeiras".
A carioquíssima Fernandinha Abreu ilustra bem o atual momento do Riiio, Rio 40 graus.
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Os "Mudernos" e o Presidente
O pessoal do Cloaca News, que faz um jornalismo de esgoto, sujo, mal educado, censurador, maniqueísta, e preconceitoso participou da entrevista com o Lula.
Lula disse hoje aos "blogueiros progressistas" e "mudernos" que a imprensa antiga ainda crê que o povo é massa de manobra.
"Eles se enganam, o povo está mais inteligente, sabido", afirmou.
Tudo bem, o povo pode estar mesmo mais inteligente e sabido, mas isso não significa que o governo e suas benésses do tipo bolsa família não troque assistencialismo por voto. E quem viu "Tropa de Elite 2" percebeu que voto é que nem dinheiro, tem um preço alto.
Os "inteligentes" e os "mudernos" e os "progressistas" também são enganados pelos governos, senhor pop presidente, inclusive pelo seu.
Lula também destacou que a grande mídia está toda hora sendo contestada por certa blogosfera que coincidentemente é a mesma que o entrevistou. Assim funciona o Brasil de hoje: a mídia divulga os fatos, se eles não são a favor do governo, os "blogueiros progressistas e mudernos" se encarregam de fazer o papel de defender o governo. Isso se chama imprensa chapa branca.
E por isso Lula esteve tão a vontade na reunião de hoje.
E nosso pop presidente avisou que vai entregar para a Dilma a batata quente da regulação da mídia:
Lula disse ainda que pretende apresentar até o fim de seu mandato um esboço do projeto de lei que regula a atuação da imprensa. A responsabilidade de encaminhar o texto ao Congresso, entretanto, será de sua sucessora, a presidente eleita Dilma Rousseff. "Espero ter condições de apresentar um texto antes de terminar meu mandato e passar para Dilma. Ela certamente vai fazer o debate e levar para o Congresso Nacional", afirmou.
As informações são do Terra Notícias
Gente, os blogueiros sujos e o deus presidente.
Impressões Inteligentes de Um Blogueiro Português Sobre a Greve Geral de Hoje
Centrais sindicais- que ajudaram a eleger o atual governo -- convocam para a Greve Geral - contra o governo -- em Portugal hoje.
Notas avulsas sobre um país mergulhado na loucura
A conversa era ontem igual em toda a parte: «claro que concordo com a greve, mas o salário está todo contado até ao fim do mês. Não posso perder nem um cêntimo. Já meti um dia de férias».
Sem dados estatísticos que o comprovem, estou convencido que a esmagadora maioria dos portugueses apoia a greve de geral de hoje. Estou também convencido que uma parte significativa da população a faz recorrendo a esquemas que lhe permitam não perder o dia de remuneração.
No fundo, a atitude subjacente a esta greve não se distingue da atitude recorrente do governo desde que tomou posse em 2005 e da atitude geral do país que determinou o estado de catatónico e abúlico em que mergulhámos e que nos atirou para o fundo do poço. Uma crise colectiva da vontade, muito mais do que uma crise económica ou financeira, embora o Presidente da República não tenha capacidade cultural nem intelectual para o compreender.
Tal como o governo e o seu chefe, os grevistas acreditam piamente – com convicção inabalável e ilimitada demência – que, se o desejarmos muito, se o desejarmos com muita fé, pensamento positivo e orações ao santo padre Cícero – a crise vai passar e vamos voltar aos dias felizes da prosperidade, sem necessidade de qualquer sacrifício particular ou atitude séria e empenhada de mudança.
Tal como o governo e o seu chefe, os grevistas de hoje (que, por acaso, são os que votaram ontem a reeleição do governo, apesar de este ter passado quatro anos a tentar demonstrar com força apodíctica a sua desmesurada incapacidade e irresponsabilidade) dão-se mal com a realidade e não conseguem lidar com a realidade. Optam quixotescamente por bafordar contra ela.
E, no entanto, a realidade é hoje, como nunca, de cristalina e transparente leitura: vivemos há anos muito acima das nossas possibilidades, gastando muito mais do que o que produzimos. Isto tem sido possível, porque os estrangeiros nos têm emprestado dinheiro. Agora, os estrangeiros fartaram-se. Não emprestam mais.
Perante isto, em abstracto, só temos quatro possibilidades:
- Ou gastamos menos;
- Ou produzimos mais;
- Ou gastamos menos e produzimos mais;
- Ou nos declaramos incapazes e nos entregamos aos alemães e ao FMI que, de fora e sem respeito pela nossa independência, nos obrigarão a gastar menos e a produzir mais.
A verdade, porém, é que, em concreto, os portugueses já proclamaram que não querem gastar menos, nem produzir mais. Como vem sucedendo desde Guterres, continuam a jurar que querem tudo. De graça e sem esforço. Reconhecem que a crise impõe sacrifícios e concordam sem qualquer reserva que os outros todos os devem fazer. Como o demonstrou de forma contundente e exemplar a muito ponderada, sensata e sacrificada Manuela Ferreira Leite numa conferência na ilha da Madeira.
Sobra, portanto, a quarta solução. É a que vai inelutável e fatalmente impor-se.
Entretanto, o governo e o seu tresloucado chefe juram que não, que vivemos tempos de crescimento e de sucesso económico ímpares que nos distanciam anos-luz da Grécia, da Irlanda e da Espanha e que fazem de nós a inveja e o espanto do mundo e dos alemães.
O povo, do seu lado, faz greve. Como se a greve aumentasse a produção ou nos pagasse as dívidas.
«Mas combate as injustiças» – redarguir-me-ão. Que o nosso problema não é apenas o de sermos pobres, mas o de a riqueza e de a pobreza serem sempre distribuídas pelos mesmos.
Concedo. Esse é um problema real, grave e sério. Todavia, não afasta o outro, o prévio: vivemos colectivamente acima das nossas possibilidades.
E nenhum dos dois se combate com greves nem com votos. Combate-se com armas e com violência. É aí que vamos acabar. Já sem retorno. Amanhã com mais danos e sangue do que hoje.
Teórico aburguesado, aguardo que outros morram na rua por mim. Vou trabalhar.
Meu último pitaco: vai direto para o meu blogroll.
Meu último pitaco: vai direto para o meu blogroll.
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Texto Fraquinho, Argumento Medíocre, Mas a Mídia de Esquerda Publica
Dilma é do bem? E daí!
Esse texto abaixo foi copiado da Carta Capital do jornalista Mino Carta -- esse eu respeito, porque pelo menos escreve bem. O artigo é de Paulo Cezar da Rosa, que também escreve para o Sul 21. Como é que um cara que tem titica na cabeça consegue espaço para escrever nesses órgãos da mídia? Essa é a qualidade da mídia de certa esquerda?
Vejam quantas babaquices podem ser encontradas no texto abaixo, rancoroso, ressentido, amargurado. Ele parece que vive ainda nos anos de chumbo - que já passaram faz mais de duas décadas e meia. Só porque a Folha disse algo óbvio: a ditadura no Brasil não foi nadica perto da ditadura argentina e chilena. É só comparar, quantas mortes ocorreram no Brasil e quantas ocorreram na Argentina e Chile? Este blogueiro foi às ruas exigindo eleições diretas já e o fim da ditadura. E os caras insistem em bater sempre na mesma tecla. Tudo bem, Dilma ganhou, parabéns aos vencedores, mas é hora de trocar o disco.Vamos para a frente.
Dilma é do bem, para desgosto da grande mídia
Dilma não estava do lado dos bandidos, como o PIG tenta nos fazer crer. Ao contrário, os bandidos estavam do outro lado, do lado da ditadura
Os jornais e jornalistas que até agora tiveram acesso aos IPMs da Dilma comprovam o que revelamos aqui em primeira mão. Dilma não participou de nenhuma ação direta na guerra travada contra a Ditadura Militar no Brasil. Dilma, até pelo critério perverso do PIG, é do bem.
Minhas fontes são seguras. Tenho certeza de estar dando testemunho da verdade. Mas é preciso que se registre. Eu preferia até que Dilma houvesse dado uns tiros. Assim, não sobraria nenhum território de conforto nem mesmo para os que, rapidamente demais, eu diria, se exilaram.
O valor da luta
Mas também é preciso que se registre. Se a nova presidente do Brasil houvesse travado combates diretos, talvez não houvesse sobrevivido. As novas gerações, especialmente, tem de ter isso em conta. Dilma não estava do lado dos bandidos, como o PIG tenta nos fazer crer. Ao contrário, os bandidos estavam do outro lado, do lado da ditadura.
Nossa liberdade é selvagem
Uma coisa é preciso deixar claro: se a Folha de São Paulo, ou qualquer outro jornal pode fazer o que vem fazendo, inclusive contra seus “Manuais de Redação”, ou contra as normas mais básicas do jornalismo e da ética, isso só é possível porque hoje temos democracia e liberdade. Porque Dilma e uma geração de brasileiros lutou para que isso fosse possível.
Verdade que ainda não temos liberdade de imprensa. Temos só liberdade. Uma liberdade meio selvagem e desgovernada. E é com base nisso que os órgãos que compõem o PIG se sentem a cavaleiro para fazer as barbaridades que fazem, especialmente quando se trata de atacar posições e políticas que defendem os direitos dos mais pobres. Quando tivermos liberdade de imprensa neste país, com regulação ética, impedimento de monopólios cruzados, com certeza os jagunços do atraso serão obrigados a ter outro comportamento.
Ok. A Folha conseguiu acesso ao IPM da Dilma. Penso que agora temos direito a abertura de todos os registros. Os inquéritos não trazem a verdade, mas são informação e podem lançar muitas luzes sobre episódios obscuros de nossa história.
Paulo Cezar da Rosa é jornalista e publicitário. Publicou o livro O Marketing e a Comunicação da Esquerda. É diretor da Veraz Comunicação e da Red Marketing, ambas sediadas em Porto Alegre. paulocezar@veraz.com.br
Impressionante Incêndio em Shangai
Esse incêndio ocorreu no dia 15 de novembro em Shangai, China. As chamas rapidamente se espalharam pelo edifício de aproximadamente 30 andares. 58 pessoas morreram e 70 ficaram feridas.
Vejam, as mangueiras não atingem grande parte do edifício de 30 andares, que não é tão alto assim considerando outros naquela cidade. A China cresce, mas parece não ter infraestrutura para manter esse crescimento.
Mais fotos, porque definitivamente não gosto de tragédias, no Boston Globe.
Felizmente, no Brasil, faz tempo que tragédias como essa não ocorrem. Lembro do Edificio Joelma em SP e das Lojas Renner em Porto Alegre.
Lula Concede Entrevista A Blogueiros Chapa Branca
"Blogueiros Progressistas" se encontraram em SP em agosto e hoje vão entrevistar o pop deus presidente.
Leio no Estadão de hoje que o Lula vai dar entrevistas para os nossos amigos da blogosfera. A lista é conhecida. Estão presentes apenas aqueles alinhados com o "pensée unique" do governo. Eles se autodenominam "Blogueiros Progressistas". São os seguintes os blogueiros chapa branca:
Altamiro Borges (Blog do Miro), Altino Machado (Blog do Altino), Conceição Lemes (Viomundo), William (Cloaca News), Eduardo Guimarães (Cidadania), Leandro Fortes (Brasilia, Eu Vi), Pierre Lucena (Acerto de Contas), Renato Rovai (Blog do Rovai), Rodrigo Vianna (Escrevinhador) e Túlio Vianna (Blog do Túlio Vianna).
A lista dos participantes foi estipulada após o 1º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, realizado entre os dias 20 e 22 de agosto no Sindicato dos Engenheiros, em São Paulo.
O jornalista e blogueiro Renato Rovai, um dos organizadores do encontro, explicou que a lista dos participantes foi determinada pela comissão organizadora do evento, da qual também fazem parte Luiz Carlos Azenha, Paulo Henrique Amorim, Luis Nassif, Altamiro Borges, Conceição Lemes, Eduardo Guimarães, Conceição Oliveira, Rodrigo Vianna e Diego Casaes, visando dar espaço a blogueiros de todas as regiões do país.
Uma última nota. Já participei de debates em alguns desses Blogs ai de cima. Como meu ponto de vista é um pouco divergente ou fui agredido moralmente ou censurado.
Os Riscos de Inflação Com A Vitória dos "Expansionistas"
Entre Meirelles e Mantega, Dilma escolheu Mantega.
Parece que Dilma não gostou das declarações de Henrique Meirelles de que ele ficaria no cargo se o Banco Central continuasse independente. Não sei se por isso ou por outros aspectos do tipo: o pessoal que se alinha com Dilma é desenvolvimentista ou expansionista (Guido Mantega) e o estado deve, portanto, ser o indutor da economia e o Banco Central deve ser instumento dessa indução.O fato é que Dilma escolheu Mantega e Meirelles vai seguir outros caminhos a partir de janeiro de 2011.
A estabilidade brasileira está centrada em três vetores: metas de inflação, câmbio flutuante e responsabilidade fiscal (muito embora esse último item seja discutível). É assim que o Brasil aprendeu a se equilibrar e passar incólume diante da grande crise internacional de 2008. O governo Dilma quer atingir ou ultrapassar o PIB potencial e isso pode ser perigoso, porque pode gerar inflação. É evidente que os tempos são outros e não temos mais no Brasil a cultura inflacionária. Já faz mais de 15 anos que os preços estão estáveis e se a inflação subir um pouco é fácil de controlá-la. O que parece ser preocupante são os gastos públicos que aumentaram significativamente no segundo governo Lula e isso também tem o efeito de gerar inflação, porque alguém paga essa conta: nós.
Espera-se que o Brasil consigar reduzir os juros sem causar inflação ou recessão e não faça mais o que tanto fez: abusar na emissão de moedas e utilizar o Banco Central como instrumento de política irresponsável, ou seja aquela que só enxerga o curto prazo.
Análise da Folha hoje sobre o risco de inflação com a vitória da ala expansionista ou desenvolvimentista do governo:
O mercado brasileiro parece apostar em chance crescente de que a nova administração consolide a tendência recente de política fiscal expansionista e seja mais leniente no combate à inflação do que foram o governo Lula e seu antecessor.
O relatório Focus (que traz projeções econômicas de analistas do mercado) divulgado ontem pelo Banco Central (BC) confirmou o temor de inflação mais elevada.
As expectativas para o IPCA (indicador que baliza o regime de metas de inflação) subiram de 5,48% para 5,58% em uma semana.
No mesmo período, as projeções para 2011 passaram de 5,05% para 5,15%.
O aumento das expectativas de inflação e dos juros ocorreram na esteira da confirmação de que Guido Mantega (de tendência desenvolvimentista) continuará no Ministério da Fazenda, e de fortes especulações sobre a provável saída de Henrique Meirelles (visto como ortodoxo) do comando do BC.
Para analistas e operadores do mercado, o que cria maior incerteza não é a saída de Meirelles em si, mas o temor de que o BC poderá perder a autonomia que teve na prática nos últimos anos.
Essa incerteza é alavancada por ruídos em relação à política fiscal, como a indefinição em relação à fórmula que será adotada para o reajuste do salário mínimo.
O temor do mercado é que a continuação da tendência de gastos públicos elevados contribua para pressões inflacionárias e que, com menor autonomia, o BC sofra pressões para não subir os juros, principalmente em 2011, primeiro ano do governo de Dilma Rousseff.
Está Tudo Invertido
Artigo do sempre polêmico Vladimir Safatle na Folha de hoje.
Esse pessoal de esquerda é estranho. Seus ideais foram para o espaço e o que eles mais gostam de fazer é navegar na crítica. Eles têm sempre as melhores idéias e o monopólio da boa ação. Eles detestam a modernidade e a pós modernidade que relativiza tudo. E essa estratégia não é interessante, o importante é radicalizar, voltar ao mundo bipolar onde a definição de direita e esquerda era bem concreta. Hoje pensadores de direita são a favor do aborto e contra a pena de morte, bandeiras que eram de uma certa esquerda. Está tudo misturado e embaralhado e isso não interessa. E por isso surgem figuras do tipo Vladimir Safatle para tentar colocar uma ordem nesse mundo invertido. Pena que essa ordem também pode ser invertida.
Um mundo invertido
Há certas épocas e situações em que podemos observar o esgotamento de processos históricos que até então pareciam guiar nossa maneira de nos orientarmos na política. Quando isso ocorre, nos vemos diante da dança vertiginosa das inversões. Valores e normas que antes pareciam ter a força de garantir a efetivação de expectativas de liberdade, autorrealização e justiça passam simplesmente a funcionar de maneira contrária.
Nessas horas, vemos um cenário político macabro, composto de tolerantes que usam o discurso da tolerância para justificar a intolerância mais crassa contra estrangeiros, democratas que defendem práticas autoritárias, pacifistas que gostariam de tratar com bombas tudo o que está abaixo da Turquia e cosmopolitas comunitaristas. Isso quando não somos assombrados pelo retorno de pensamentos edulcorados de crítica da modernidade pregando a necessidade de uma refundação conservadora de nossos vínculos sociais.
No fundo, todas estas figuras indicam como a substância normativa das nossas sociedades ocidentais não tem mais força nenhuma para orientar a crítica social.
Por isso, não é difícil entender por que intelectuais atentos como Antonio Cícero estranhem o fato de que insisti nesta coluna na existência de uma dinâmica bipolar e complementar entre liberais e conservadores. Se voltarmos os olhos para o mundo anglo-saxão, os liberais não são definidos exatamente por contraposição ao pensamento conservador fortemente tingido de matizes religiosas?
Scott Fitzgerald disse que a prova de uma inteligência superior consistia em ter duas ideias contrárias na cabeça e continuar a funcionar. Talvez isso não seja mais privilégio de inteligências superiores.
Um país como o Brasil, que, já no século 19, mostrou como era possível ser, ao mesmo tempo, liberal e escravagista, não deveria estranhar o fato de que, em certas situações, as ideias saem do lugar.
Já não é de hoje que o pensamento liberal demonstrou ter a flexibilidade necessária para ora se adequar aos laivos esquerdistas de um liberal nova-iorquino ora se adequar àqueles que elevam a "luta contra os tentáculos do Estado" e o direito de propriedade à medida de todas as coisas.
Hoje, ele alimenta, de maneira hegemônica, uma visão de mundo profundamente atomizada, que consiste em ver a sociedade como uma mera associação de indivíduos.
Vale a pena ficar atento a essas inversões, porque, atualmente, é difícil encontrar algo como um "tipo ideal" conservador. Ao contrário, eles sempre vêm com alguns traços atenuantes, com alguns discursos híbridos. Maneira de conjugar certas exigências contraditórias que habitam nossa sociedade, maneira de tirar certas ideias do lugar.
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Já Está no Ar o Fotospot
Sombra de dúvida nº 3 de Rogério Medeiros
Rogério Medeiros, fotógrafo gaúcho radicado em São Paulo, está convidando os interessados para conhecer o site http://www.fotospot.com.br/ que está iniciando hoje.
Passei por lá e achei muito, muito, muito legal.
Ou como diz a geração 2000: muito bala.
Continuismo ou Mudança?
Esta semana saberemos qual será o rumo do Brasil no governo Dilma.
Se Henrique Meirelles ficar vai ser mantida a mesma política econômica -- que fez eleger Dilma.
Se Henrique Meirelles sair haverá uma ruptura, uma mudança.
Sobre Lobos e Porquinhos
Dilma e o baú da felicidade
Lula sempre teve uma relação próxima com a imprensa.
É vaidoso, gosta de aparecer e sabe que os jornais o ajudaram a conquistar e garantir espaço político, principalmente na reabertura democrática.
Dilma nada tem de frívola e até a campanha manteve distância dos jornalistas, desconfiada ou mesmo convencida de que só atrapalham, quando não representam "o inimigo".
É seu DNA brizolista.
Não é certo, porém, que, em razão das diferenças de personalidade e trajetória, a futura presidente atuará mais ostensivamente do que o padrinho contra as grandes empresas de comunicação do país.
Lula deu bordoadas sucessivas na imprensa não só para atiçar patrulhas e esvaziar denúncias, mas, sobretudo, para reforçar a imagem de pai dos pobres e vítima das elites. Os vilões de outros momentos (usineiros, banqueiros, coroneis etc.) estavam todos no governo. Sobrou para "a mídia".
Dilma não tem perfil para replicar a estratégia. O marqueteiro da campanha não a pintou como coitadinha. Destacou "a mulher que decide".
Outro senão é que Dilma terá de escolher meticulosamente as primeiras batalhas.
A macroeconomia e a aliança com o PMDB já prometem dor de cabeça o suficiente.
Ademais, como todo chefe de governo em início de mandato, ela será pressionada a produzir boas notícias. Por que torpedear justamente quem poderá veiculá-las?
Mas há mais uma razão para Dilma, a despeito do discurso beligerante do PT, não gastar tempo e energia contra a radiodifusão e a grande imprensa: a ofensiva, silenciosa, já foi feita, sob amparo da tendência de mercado.
Neste ano o governo Lula:
* acionou os fundos de pensão estatais e chancelou o acordo que passará a portugueses a "supertele nacional";
* decidiu abrir às teles o mercado da TV a cabo;
* lançou um plano nacional da banda larga, nas mãos de uma estatal com R$ 15 bilhões para escolher quem contratar;
* fechou os olhos à entrada dissimulada de capital estrangeiro na imprensa/internet;
* ampliou a publicidade em órgãos menos independentes. Coordenadas ou não, essas medidas alteram a correlação de forças na iniciativa privada -ampliam a margem de ação de múltis telefônicas e/ou têm potencial para enfraquecer algumas empresas nacionais. As teles investem por ano no Brasil R$ 20 bilhões -oito vezes o patrimônio total do Grupo Silvio Santos.
A aposta no Planalto é que vários empresários brasileiros terão de pedir água e, em troca de barreiras protecionistas, aceitar, senão pedir, mudanças na lei das telecomunicações -ideia que hoje rejeitam. Caberia a Dilma, nesse cenário, arbitrar não apenas a nova conjuntura de mercado, mas também o debate sobre o "papel" da imprensa.
Artigo de Melchiades Filho na Folha de ontem.
As Melhores Fotos de 2010
Kanana Camp - Botswana - foto de Alex Tan
Tenganan Village, Bali (Ario Wibisono)
Em algum lugar dos EUA - Yes it's spring. Fishing on the end of the bridge. (Photo and caption by Stan Bouman)
Dhaka, Bangladesh. Amy Helene Johansson
Zhangmu ( fronteira do Nepal com Tibete ) foto de Sergi Barisashvili
Lençois, Bahia, Brasil. Foto de Rodrigo West de Magalhaes
Suradita Village, West Java, Indonesia. foto de Ario Wibisono
Surva, o Festival "Masquerade" realizada na cidade de Pernik, Bulgária (Foto de Orlin Ognyanov)
Ki Gompa, Pequena aldeia no meio do Himalaia (Natalia Luzuriaga)
Zhenyuan, província de Guizhou, China (Fred Wang) #
Arquipélago de Fernando de Noronha, Brasil - foto de João Vianna.
Relâmpago na estátua da liberdade, NYC - Foto de Jay Fina.
Ilhas Farne, Foto de Ron McCombe
Sudoeste da Etiópia. foto de Stephen Murdoch.
Segundo a National Geographic.
Do Boston Globe
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