Trabalhos da grafiteira Princess Hijab que pinta véus islâmicos nos anúncios de publicidade no metrô de Paris.
Em Paris todo mundo pergunta: quem é a princess Hijab? Será ela mulher? Ou um homem disfarçado? Dizem que tem 20 e poucos anos. Discreta ninguém sabe quem ela é, mas todos conhecem seu trabalho.
Abaixo mais informações na Zero Hora de hoje sobre essa enigmática grafiteira.
O trabalho da artista é aparentemente simples: ela desenha um niqab, ou, nas suas palavras, “niqabiza” modelos em anúncios publicitários do metrô parisiense. Realizadas desde 2006, as intervenções ganharam visibilidade com o debate em torno da proibição do uso do símbolo islâmico por mulheres em espaços públicos no país – a lei foi aprovada em outubro.
Ao contrário do que se possa imaginar, a “princesa hijab” (hijab é o véu preto com o qual as mulheres islâmicas cobrem a cabeça) não é uma ativista e se nega a revelar se tem origem muçulmana. Apesar de adotar um nome feminino, a artista esconde sua identidade, até mesmo se é homem ou mulher – quando esteve com jornalistas, cobria a cabeça com capuz e usava roupas andróginas que não permitiam identificar seu sexo. Uma repórter do jornal britânico The Guardian que viajou a Paris para entrevistá-la disse estar claro que a artista de 20 e poucos anos não veste o símbolo que transformou em assinatura.
Seus fãs a idealizam como uma jovem rebelde do subúrbio de Paris que vai à capital deixar sua marca, imagem que não agrada Princess.
– Eu me posiciono como artista. Nunca pretendi ser a bandeira de uma comunidade – disse à BBC.
Seletiva, grafiteira diminuiu o número de intervenções
A ideia de realizar as intervenções surgiu quando a artista trabalhava com moda e costumava desenhar uma espécie de burca colada ao corpo.
– Paris é a capital da moda. É um ato forte fazer isso aqui – afirmou, referindo-se às “niqabizações”.
Por uma estranha coincidência, o primeiro graffiti, em 2006, foi desenhado sobre um pôster da rapper francesa Diam’s, recentemente convertida ao islamismo. Em quatro anos, Princess tornou-se seletiva com as intervenções. Tem feito de quatro a cinco por ano. A proteção aos espaços de publicidade no metrô de Paris aumentou e agora cada obra sua dura no máximo uma hora até ser limpa. Fotografados, os graffitis despertam atenção internacional ao circular na internet.O alvo preferido da artista são as publicidades da marca H&M, loja de departamentos que ela argumenta terem democratizado a moda a preços baixos e tem entre suas clientes muitas mulheres trajando hijab.
Zero Hora de hoje.
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