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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

E Tem Gente Que Duvida Que Foi a Privatização Que Popularizou os Celulares

Bom mesmo era o sistema anterior do monopólio estatal das telecomunicações que elitizava (ou zelitizava) o serviço de telefonia no Brasil.

Quem duvida é esse povo aqui.

7 comentários:

guimas disse...

Foi a tecnologia que popularizou os celulares. Eles eram caros porque a tecnologia era cara.

Simples assim.

Agora, se seria fácil como hoje obter um celular num monopólio estatal, são outros quinhentos.

O preço não tem nada a ver com isso.

Fábio Mayer disse...

Concordo que na época a tecnologia era cara. Mas a PÉSSIMA gestão das empresas estatais inviabilizaria qualquer sonho em adquiri-los, mesmo caros.

Lembro que na ESTATAL Telepar, fui comprar meu primeiro celular. Entre o pedido e a entrega, se passaram 6 meses, sendo que ainda por cima comprei o aparelho mais barato que havia, que também custava uma fortuna.

Eram empresas cheias de diretores que não serviam para absolutamente nada. Seus serviços eram engessados pela obrigatoriedade de licitar, tudo demorava, tudo era a passo de tartaruga.

E na mesma época, o telefone convencional que já era algo onipresente em outros países, era um luxo maior que automóvel aqui no Brasil.

A privatização das estatais colocou o Brasil na era da comunicação. Sem ela, estariamos patinando na economia e nem os bons fluidos políticos do Lula fariam as coisas melhorarem...

Pablo Vilarnovo disse...

Se fosse só o problema de custo não haveria a demanda enorme que tinha. Lembro que muita gente no Rio comprava celular em Minas Gerais pois a Telerggggghhh não conseguia (ou não queria) ofertar linhas o suficiente.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Guimas, as estatais (que eram estaduais e cabide de emprego dos políticos) não tinham recursos para adquirir tecnologia. E geralmente quem detém tecnologia exige uma certa parceria. E como ser parceiro dessas estatais estaduais e péssimamente gerenciadas? Se existe algo que o governo FHC acertou em cheio -- e pena que o Serra não utilizou mais isso na campanha -- foi a desestatização das estatais.

guimas disse...

Tem muitas coisas envolvidas aí. Eu trabalhava no setor de telecomunicações nos anos 90.

1. A tecnologia era muito mais cara do que hoje
2. A demanda era exponencialmente crescente - o serviço era uma novidade, e muita gente estava interessada
3. O custo de investimento em infra-estrutura era caro - porque não existia nada instalado, tudo estava partindo do zero
4. As estatais da época eram lentas

Por estes motivos, digo, sem problemas, que a privatização foi apenas um dos fatores que permitiu a popularização dos celulares. Se um aparelho de celular custasse hoje uns 500 dólares (como custava nos anos 90, independente de ser estatal ou privado), duvido que teríamos este número de linhas hoje.

Carlos Arruda disse...

Só pra lembrar os "esquecidos": As companhias telefônicas, assim como as de eletrecidade eram PRIVADAS no início do século até os anos 60 (lembram que Brizola teve que estatizá-las para levar um serviço decente à população?) e eram um verdadeiro desastre. Basta pegar o que diziam os jornais e revistas de época, para ter uma noção. Portanto, não me venham com a conversa fiada de que foi a privatização que melhorou os serviços.

Fábio Mayer disse...

Carlos Arruda,

Concordo, era isso mesmo. O Brizola estatizou a ITT do RS porque ela simplesmente entregava telefone para quem queria e "hueda-se" o resto.

Mas na década de 60, o Brasil nem sonhava em coisas como marco regulatório e órgãos de controle, até porque o debate político brasileiro era simples: presidente eleito de um lado X golpistas do outro, o homem não tinha tempo para pensar em realizar grande coisa, tinha que se concentrar em preservar a própria cabeça.

Brizola iniciou o processo de estatização das telefônicas e elétricas, e mais do que isso, serviu de inspiração para os governos militares entrarem com força nessa área. Mas eram outros tempos, ainda se praticava o keynesianismo puro, a intervenção estatal direta para alavancar a economia, contra a qual não havia absolutamente nada contrário.

Na década de 70 que o keynesianismo começou a perder força, porque com a crise do petróleo, empresas estatais inchadas e politizadas passaram a ser um fardo econômico para os países, que precisavam de eficiência para recuperarem suas economias. O Brasil só percebeu isso na década de 90.

Ou seja, teve, sim, a época da eletricidade e comunicação estatais, foi uma fase na história da humanidade, mas que tende a não voltar em um mundo em que a velocidade das decisões e a eficiência dos negócios não comporta mais grandes companhias administradas de modo amadoristico por políticos, sujeitas a processos licitatórios para dar conta do produto mais precioso de nossos dias: a informação.