A Zero Hora e a Rede RBS, aqui no sul do Brasil, lançou uma campanha contra a violência no trânsito. Na edição de ontem a ZH colocou, na primeira página, o nome de todos os 379 mortos do trânsito no verão de 2007, nas estradas gaúchas, sendo que a maioria dos falecidos são os homens da faixa entre os 18 e 29 anos. A campanha se chama "Isso tem que ter fim, basta de violência no trãnsito".
Como sempre ocorre, a mídia e os blogs alternativos de esquerda -- os espartaquistas ou carapebeus -- estão a dizer que se trata apenas de uma campanha publicitária para vender mais jornal e mídia.
É o que diz, por exemplo, o diario gauche, com sua afiada lâmina do ódio:
é uma campanha de fachada, uma campanha institucional que visa dar contornos humanitários ao business empresarial da mídia corporativa. Os mídias no mundo todo periodicamente fazem tais campanhas com a finalidade de aproximá-los dos seus leitores e simpatizantes. Mera questão de imagem, de aparência pública formal. Como eles passam o tempo inteiro apregoando as excelências da civilização do automóvel, exaltando de todas as formas - direta ou indiretamente - um tipo de sociedade moldada plasticamente para que o automóvel seja o feitiço central do nosso tempo, por vezes é necessário distensionar a corda e passar algumas horas lembrando das perdas que o automóvel pode causar. É o morde-assopra da mídia corporativa, que tem na indústria automobilística uma de suas principais fontes de receita. E os anúncios da indústria automoveira são verdadeiras rapsódias in blue de elogio aos valores mais fundamente atávicos e primevos do homem (como macho): velocidade, força, individualismo, convite à projeção das frustrações em objetos e extensões fetichizadas (a máquina), disputa narcísica, darwinismo social, rebaixamento objetificado da mulher, etc.
Comentário deste blogueiro:
Por que nos países desenvolvidos, como Alemanha, Estados Unidos, França, Japão e Austrália, onde existem e circulam muito mais carros que o Brasil morre muito menos gente do que aqui? Sabem por que? Porque lá existe uma maior educação no trânsito. Porque as estradas lá são mais seguras, porque o Estado lá é muito mais fiscalizador. E quando a mídia faz uma campanha exatamente para que o brasileiro tenha mais educação no trânsito vem os espartaquistas denunciar que a propaganda tem apenas uma finalidade: a comercial, businesse empresarial, alimentar darwinismo social e outras baboseiras de sempre. Concordo com o diario gauche que a civilização do automóvel é danosa, mas que o Estado faça, então, um transporte público decente, como existe nos países desenvolvidos, para que as pessoas com maior poder aquisitivo circulem no transporte público. Quem circula nos metrôs de Paris, de Londres e Nova York são pessoas de TODAS as classes sociais. A crítica -- sempre bem-vinda -- não é por ai.
Um comentário:
Ora, é óbvio que tudo que uma empresa comercial faz, o faz visando o seu próprio bem-estar. Se isto inclui auxiliar a população de alguma maneira, ótimo.
Se não fizesse esta campanha, ao relatar - por obrigação profissional - a contabilidade macabra do trânsito do final de ano, talvez o Gauche cobrasse mais responsabilidade da empresa...
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