O obscuro caso da mala de US$ 800 mil dólares apreendida no aeroporto de Ezeiza com o empresário venezuelano Guindo Antonini Wilson em avião fretado pela PDVSA está sendo desvendado: era uma contribuição do governo de Hugo Chávez à campanha presidencial de Cristina Fernández de Kirchner, afirmou à Justiça dos EUA o procurador federal Thomas Mulvihill, a um tribunal de Miami ao apresentar denúncia contra os empresários venezuelanos Carlos Kaufman, Franklin Durán, Moises Maionica e contra o uruguaio Rodolfo Wanseele Panciello, presos anteontem pelo FBI.
Essa notícia está na Folha de hoje que prossegue:
Os quatro e Antonio Chancica Gómez, que está foragido, são acusados de atuar como agentes do governo venezuelano e de pressionar Wilson para que não revelasse a origem e o destino do dinheiro."A denúncia feita hoje descreve uma conspiração de agentes do governo venezuelano para manipular um cidadão americano [Wilson tem também a cidadania venezuelana] em Miami em um esforço para ocultar um escândalo internacional", disse Kenneth Wainstein, procurador-geral assistente de Segurança Nacional dos EUA, em comunicado à imprensa do Departamento de Justiça.Segundo as investigações, os cinco teriam ameaçado a família de Wilson e mantiveram reuniões com o empresário onde arquitetaram a elaboração de documentos falsos para encobrir a origem do dinheiro.Os investigadores afirmaram que a operação ocorria com o conhecimento de "altas esferas do governo de Hugo Chávez", incluindo a Vice-Presidência e o serviço de inteligência.Mulvihill disse ao tribunal que escutas do FBI indicam que o destino do dinheiro era a campanha de Cristina, segundo informou a Associated Press.Embora a lei eleitoral argentina não preveja cassação do candidato em caso de financiamento ilegal de campanha, mas apenas sanções ao tesoureiro e ao presidente do partido, a suspeita é um duro golpe para o governo de Cristina, que tomou posse há apenas três dias.FuncionáriosO caso Wilson ocorreu no último dia 4 de agosto, quando o empresário voou de Caracas a Buenos Aires em um avião fretado pela estatal argentina Enarsa, no qual também viajavam três funcionários do governo argentino e quatro executivos da petroleira estatal venezuelana PDVSA.A Alfândega argentina surpreendeu Wilson com a mala e apreendeu o dinheiro, mas ele não foi detido e assim pôde retornar à Miami, onde vive.O governo argentino pediu a extradição de Wilson sob a acusação de tentativa de contrabando, mas o pedido ainda não foi aceito pela Justiça dos EUA.Chávez sempre negou qualquer envolvimento com o caso. A viagem de Wilson antecedeu em apenas dois dias uma visita do presidente venezuelano à Argentina. Até o fechamento desta edição, o governo argentino não comentara o caso.
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