Diversidade, Liberdade e Inclusão Social
Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt
sábado, 27 de dezembro de 2008
Feliz 2009
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
A Culpa é do Bloqueio
Fidel em janeiro de 1959. Ele continua no poder. A desculpa é a mesma de sempre: o bloqueio.
Concordo integralmente com esse artigo do Kennedy Alencar publicado ontem na Folha. O bloqueio americano a Cuba é a justificativa que a dinastia Castro tem para manter a ditadura. O fim do bloqueio pode significar o fim da .... ditadura.
Cuba Libre
Os EUA mantêm em Guantánamo uma máquina de tortura que afronta todo o sistema jurídico internacional. Afronta valores fundacionais do grande país que os EUA são. A doutrina de combate ao terror de Bush, além de equivocada, porque invadiu um país errado pelos motivos errados, é tão recriminável sob a ótica dos direitos humanos quanto a ditadura castrista.
Sustentar o bloqueio reforça o discurso Davi contra Golias que o regime usa para estimular a "resistência psicológica" da população. O fim do embargo reduziria a dependência dos petrodólares de Chávez e geraria uma prosperidade eficaz para democratizar Cuba.O fim do embargo não é esquerdismo romântico. Obama tomaria um decisão de estadista, acabando com algo que prejudica mais o povo do que o governo. Fortaleceria na América Latina a liderança do Brasil, um aliado maduro. Começaria 2009 à altura de seus desafios.
Investindo em C & T
Poucos sabem, mas Basf e AGFA tem "anilina" no nome. Ambas surgiram como produtoras de corantes à base de anilina durante a revolução industrial, que teve origem no final do século 19 e que fomentou pela primeira vez no mundo a pesquisa na indústria.
Artigo publicado na Folha de hoje de LUIZ EUGENIO ARAÚJO DE MORAES MELLO , 51, graduado em medicina, mestre e doutor em biologia molecular, com pós-doutorado em neurofisiologia pela Universidade da Califórnia, em Los Angeles (EUA), é pesquisador da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), presidente da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE) e membro titular da Academia de Ciências do Estado de São Paulo.
O Mundo Nâo É Mais O Que Era Antigamente
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Queime Depois de Ler
Um Post Natalício
Pensei em escrever uma mensagem de natal. Mas está difícil bloguear. A pior coisa do mundo é você fazer um post e não conseguir postar. É terrível. E quando se aperta o botão "publicar postagem" dá uma mensagem de ERRO - Não foi possível processar sua solicitação. Tente novamente. Dá uma raiva tremenda. Mas hoje é véspera de natal e é dia de festa. É dia de comer bem, beber bem e comemorar. E, portanto, já que está difícil bloguear hoje eu desejo a todos um feliz natal. Aproveitem a festa. E tenham juízo.
Vestibular Ideológico
Márcio Pochmann, presidente do IPEA
Ipea sob risco
Concurso com viés ideológico coroa mudanças negativas que colocam em risco a credibilidade do instituto.
Caminha a passos largos a reformulação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), abrigado na Secretaria de Assuntos Estratégicos, do ministro Roberto Mangabeira Unger. Infelizmente trata-se de uma mudança para pior.
Em vez de ater-se a conteúdos objetivos, a prova incluiu testes que requeriam posicionamento ideológico sobre projetos defendidos pelo governo e pelo PT. Candidatos deveriam aderir a pregações contra o "neoliberalismo" e a globalização.
Déficit Zero e as Pressões das Minorias Participativas
É alto o custo político de equilibrar as finanças públicas. Governo que busca austeridade contraria os eternos interesses das minorias corporativas. São grupos que possuem poderes políticos muito maiores do que sua relevância social, são as chamadas "minorias participativas". Esses grupos têm poder sobre o parlamento e sobre o Executivo. Eles são grupos de pressão. Quando o Estado não tem grana é a sociedade como um todo que perde. Deve interessar a alguém o desequilíbrio fiscal. Quem? Nenhum governo no RS, nos últimos 20 anos, tentou enfrentar de cara a grave crise fiscal. Ela não é virtual, ela existe, ela impede de pagar salários dignos para professores, profissionais de saúde, brigadianos. Ela limita os investimentos, impede a construção de nossa infra estrutura, atrasa as obras. E o pior de tudo, o déficit fiscal impede o Estado de ser eficiente no serviço público à população mais carente. Governos fracos têm menor controle sobre os gastos e freqüentemente acabam por desistir do equilíbrio fiscal para sobreviver eleitoralmente. Um marketing bem feito pelos grupos de interesse faz a opinião pública acreditar que ajuste fiscal é algo socialmente danoso. Nossos gastos com custeio de pessoal são altíssimos. Existem muitas excentricidades e injustiças nas contas públicas. Elas são como caixas pretas, onde não se pode mexer. Elas devem permanecer intactas, segundo os defensores do status quo. Quando se prioriza o gasto corrente em detrimento de investimentos, deixa-se uma dívida injusta para as gerações futuras, que não estão aqui para se defender de tais irresponsabilidades intertemporais.Mas o RS está mudando. As pessoas estão tomando consciência desses fatos. Estamos conseguindo um certo amadurecimento democrático. A sociedade está começando a entender esse conflito de interesses entre a burocracia estatal e o setor produtivo e já não tem tolerado tanto falsos discursos “em defesa do interesse público”, que na prática geralmente oneram o contribuinte. Neste sentido o déficit zero representa um avanço institucional de fato. O custo político no curto prazo é elevado, mas, se mantido, mostrará que os ganhos sociais compensam no longo prazo.
Para escrever este post contei com a ajuda de artigo do Eduardo Lamas publicado na ZH.
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Marxistas, Marxianos e Marxólogos
O Marxólogo Raymond Aron (1905/1983)
Você sabe a diferença entre Marxista, Marxiano e Marxólogo?
Marxista - São os ortodoxos. Aqueles que acreditam piamente na dialética da luta de classes.
Marxiano - É o indíviduo ou proposição que se remete ao pensamento de Marx sem pertencer à interpretação ortodoxa do marxismo.
Marxólogo - Os especialistas no conhecimento e na interpretação científica do pensamento de Marx.
Fonte: O Marxismo de Marx do Raymond Aron.
O Suplício do Papai Noel
Show da Xuxa Para Marmanjos?
Fernando de Barros e Silva
Tudo bem, eu confesso: fui ver Madonna. O ingresso dizia que o espetáculo era proibido para menores de 12 anos, mas a idade mental de tudo aquilo parecia pertencer à mesma faixa etária. Tive a sensação de participar de um show da Xuxa para marmanjos.Do começo ao fim, o deleite do público é moderado. Nada de multidão em fúria, explosões de alegria ou agressividade. A histeria é pouca e localizada. Não há pessoas em transe ou ápices de prazer. Na festa comportada de Madonna, Dionísio foi barrado. O verbo entreter nunca soou tão adequado.Ambulantes passam vendendo cerveja em lata, coca-cola, picolé: "Tudo cinco real, dotô. Preço tabelado". O que são "cinco real" para quem pagou 160, 300, 600 reais para ter acesso ao Playcenter? Afundo feliz no meu Chica-Bon tabelado.As pessoas se divertem enquanto Madonna trabalha. E isso significa menos cantar do que queimar calorias. Além da parafernália de luzes e efeitos visuais, da estética monumental e kitsch do espetáculo, dos clichês interativos, o que mais chama a atenção é a performance física de Madonna. Aos 50, sugere ter 20.Como Michael Jackson se transfigurou para evitar o mundo adulto, Madonna se recusa a envelhecer. Impõe a si mesma uma rotina de monge aeróbico. O que em Jackson denota loucura, nela surge como resultado de uma vida sã. Ela não é "sarada"? No palco, parece a professora exercitando alunos fora de forma. É a atleta da indústria cultural.O público a filma sem parar com câmeras e celulares, lembrando turistas japoneses no Louvre. Querem guardar antes de ver. No camarote de uma empresa de telefonia, políticos se juntam a artistas e colunáveis. Oposição e governo se confraternizam na quizumba vip. A imagem dos namorados Manuela D'Ávila e José Eduardo Cardozo com a camiseta da Claro é chocante. Ela é do PC do B. Ele é do PT, "ala ética". Tudo bem, o governo acaba de facilitar a vida da BrOi, e isso aqui é só diversão. "Like a virgin..."
E tem gente que apoia!
Na volta do seu programa dominical "Alô, Presidente", Hugo Chávez determinou ontem a expropriação de um grande shopping center em construção no centro de Caracas. "Em plena Candelária, vão fazer um Sambil [a maior cadeia de shoppings da Venezuela]? Não, não e não. Quem agüenta o tráfego?", disse. "Vamos revisar tudo isso e expropriar."Chávez disse que, após a "nacionalização", o edifício abrigará um hospital, uma universidade ou uma escola. Segundo ele, a construção de um shopping ali é um "crime" e será necessário tirá-lo do governo para consegui-lo.Com seis andares, o Sambil La Candelária está quase concluído e foi projetado para ser um dos maiores shopping centers do país, com 273 lojas e dez salas de cinema.Chávez disse ainda que quer que o referendo sobre a emenda da reeleição presidencial indefinida ocorra em 15 de fevereiro.
O "Segundo Mundo"
Entrevista do consultor de política externa de Barack Obama.
Folha de hoje.
FOLHA - O sr. defende a redefinição dos termos Primeiro, Segundo e Terceiro mundos. Chama os que fazem parte do grupo do meio de "países em transição", como o Brasil. Pode ampliar o conceito?
FOLHA - Um dos capítulos mais longos de seu livro o sr. dedica ao Brasil, onde já esteve. Qual sua impressão?
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
Este País é uma Islíndia
Desigualdade faz Brasil ter índice de "Islíndia"
Elite do país vive com padrão superior ao Islândia, enquanto os mais pobres têm qualidade de vida semelhante à da Índia
Pela primeira vez, Brasil aparece no relatório da ONU como o melhor dos Brics, grupo que também inclui a Rússia, a Índia e a China
Na década de 70, o economista Edmar Bacha utilizou o termo Belíndia (mistura de Bélgica e Índia) para descrever a desigualdade brasileira. No relatório deste ano, a ONU confirma que a elite do país vive num padrão até superior ao da média da Bélgica, enquanto os mais pobres se igualam à Índia.
Se fossem considerados apenas os brasileiros que se encontram entre os 20% mais ricos, o país teria IDH superior ao da média da Islândia, país de maior desenvolvimento humano, e seu índice bateria no topo da escala: 1,000.Já considerando apenas os 20% mais pobres, o IDH do Brasil estaria no mesmo patamar do verificado, na média, para a Índia (0,600).Analisando apenas a elite, os 20% mais ricos brasileiros chegam a ter um patamar de IDH superior até ao dos 20% mais ricos da Espanha, que não chegam a atingir o topo da escala.
Em compensação, os 20% mais pobres da Espanha têm padrão de desenvolvimento humano próximo ao da média de Cuba, país com IDH de 0,855, o que significa que, na Espanha, os dois extremos se encontram num patamar de alto desenvolvimento humano, fato que não ocorre no Brasil.
O relatório deste ano alerta também que países como Índia e China, que têm verificado forte expansão de sua economia, crescem num padrão de aumento significativo da desigualdade.
Extremos
A Islândia apareceu mais uma vez no Relatório de Desenvolvimento Humano da ONU como país mais avançado, enquanto Serra Leoa foi o país com pior índice.Neste ano, o Brasil apareceu pela primeira vez como o melhor dos Brics, sigla de Brasil, Rússia, Índia e China usada para designar os países com potencial de se transformar em potências mundiais em 2020.O relatório da ONU destaca o fato de o Brasil ainda ter níveis de desigualdades altos e de Índia e China estarem crescendo economicamente, mas aumentando sua desigualdade.A análise dos indicadores IDH mostra ainda que a riqueza nem sempre é compatível com o nível de desenvolvimento humano. Os Estados Unidos, por exemplo, vêm apresentando nos últimos 26 anos avanços pífios em seu IDH.Comparando apenas o grupo de 75 nações para as quais há dados comparáveis de 1980 a 2006, os Estados Unidos caem da quarta posição no ranking de 1980 para a 14ª em 2006.
Artigo publicado na Folha de hoje.
Comentário do Blogueiro
Não foi a Islândia o país que faliu com a crise internacional????
Embriaguez Precoce
A constatação não se restringe à sociedade brasileira: o consumo excessivo de álcool cada vez mais cedo é de âmbito global.
Em São Paulo, as noites de sexta a domingo testemunham multidões de jovens consumidores em suas baladas à alegria. Abastecem-se e aquecem-se nos postos de gasolina e supermercados, espalham-se brindando pelas ruas e calçadas vizinhas a casas noturnas e lotam os bares. Há as festas e raves, que só freqüentamos perplexos por meio de relatos dos filhos. Mesmo a planilha de inocentes churrascos calcula a quantidade de cerveja multiplicando-se o número de pessoas por dúzias, em vez de unidades.
Não fora a associação com o carro, que agride o direito à vida e pode tornar motoristas em homicidas, talvez tivéssemos tolerado a embriaguez precoce como o mal do novo século. O debate está instaurado, é legítimo e importa que não se arrefeça assim que se perder o impacto da novidade.
Porém, esse movimento, tal como é exposto pela mídia, pode permanecer no rodapé do problema. A análise tende ao tipo digital (sim/não) e opinativo (concordo/não concordo). É imprescindível introduzir consistência e argumentos mais complexos, na tentativa de desenhar um projeto não exclusivo da lei e da pena, mas que interaja com princípios de outra ordem. A vida de cada um e a de todos se nutre de planos direcionados ao futuro, mas o que nos permite compreender a realidade e sustentar tais projetos é o apoio no passado, na história humana que nos gerou e na cultura que nos constitui. A tradição hebraico-cristã, por exemplo, modelou padrões e valores que os presentes sucessivos se encarregam de rechaçar ou confirmar, reinterpretar e transfigurar em hábito, moral e poesia.
O primeiro milagre de Jesus, de acordo com o Evangelho de João, foi transformar água em vinho, a pedido de Maria, para que as bodas em Caná pudessem cumprir seu ritual de alegria. Deve haver na literatura bíblica críticas à embriaguez; mas em suas páginas também cabe o elogio ao prazer de viver, amar e compartilhar simbolizado pelo vinho do Cântico dos Cânticos e da Santa Ceia.
Do sábio sabor do brinde ao retrato caricato dos excessos, séculos de arte traduzem o melhor e o pior das ações humanas, mais que do álcool. Este contracena com a fragilidade do homem, com sua inquietação e liberdade, sua graça e desespero. Depois da segunda dose -diz a anedota-, qualquer um começa a sentir-se interessante; depois da terceira, crê plenamente em sua capacidade de decidir e continuar dirigindo.
Houve épocas e sociedades em que a tradição esteve apta a oferecer referências, fronteiras e respostas. Esta, em que vivemos, carece de certezas: nem fé, nem razão, nem cidadania estabilizam o desencanto nos valores e o mal-estar coletivo.É uma sociedade logicamente inconsistente, construída sobre contradições sem síntese possível.
É permissiva e superprotetora com crianças e jovens, o que adia a autonomia e a responsabilidade; a moeda corrente é o excesso, enquanto prega a virtude da temperança; cria necessidades e as descarta rapidamente; reitera o bordão do sucesso a qualquer preço e não ensina a frustração; declara a meta da felicidade coletiva e suprime que viver é viver a dificuldade; apela à força das leis e dos deveres como recurso para o caos e as adapta à interpretação individual plena de direitos.
Na confluência contemporânea entre homem e álcool -essa droga lícita e cultural-, o embate talvez só possa ser evitado por meio da educação.Educar é a possibilidade limite da humanização. Ela prevê norma e restrição, mas acredita, sobretudo, na razão e na construção do livre pensar.O homem é feito de interrogações perenes, que buscam sentido e certeza, que por sua vez se afastam ou se refazem em novas perguntas.Essa condição inquieta e livre impõe ao educador procedimentos de formação da consciência, e não apenas da contenção externa. Não há dúvidas de que as regras asseguram as condições para a socialização e o aprendizado; mas deve haver uma construção interna de valores, capaz de criar uma pessoa convicta, cujas ações são uma adesão livre ao convívio e à coletividade. A consciência implica essa adesão de dentro para fora, e tal processo é lento.A força da lei e suas sanções detêm a transgressão, mas, sozinhas, não consolidam uma ética. Não parece eficaz impedir sem motivar, sem orientar e permitir a escolha com base em um ideal de vida e sociedade.Jovens precisam sobrevoar sozinhos o espaço próximo de seus ninhos, discutir sua experiência e questionar a de seus pais e pares, para poder crescer e alçar com menor risco altitudes e longitudes novas.
Artigo de Cristine Conforti, mestre e doutora em educação pela USP, é diretora do colégio Santa Cruz, de São Paulo (educação infantil e ensino fundamental 1).
Nossa Eterna Lentidão
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
A Fragmentação da Revolta
Imagem do jogo Bush Shoe Throw.
Leio no Diário Gauche de hoje o seguint post. Comento depois.
Crimes Contra a Confiança
Todo crime é também crime contra a confiança, sem a qual qualquer coletividade se desfaz
A confiança, como mostrou Francis Fukuyama em livro de 1995 ("Confiança", Rocco), é a pedra angular da sociedade moderna, o que faz com que a convivência social seja minimamente harmônica, próspera e capaz de garantir o bem-estar (não só econômico) dos que vivem sob um mesmo céu. Confiança no quê? A confiança recíproca entre os cidadãos alimenta a confiança de todos na existência de uma coletividade.
Na Coréia do Sul é Crime
A atriz sul-coreana Ok So-ri reage ao deixar tribunal na cidade de Goyang. Ela foi condenada a 8 meses de prisão por adultério. A atriz havia sido sentenciada a 2 anos de detenção anteriormente, mas admitiu o crime e teve a pena reduzida. So-ri é uma das atrizes mais famosas do país.
Terra Fotos 24 Horas
Venezuela Próxima do Mercosul
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
Trilha Sonora da Série Capitu
Black Sabbath - Iron Man
Cocorosie - Jesus Loves Me
Cocorosie - Brasilian Sun
Manacá - Diabo
Marcelo D2 - Desabafo
Pink Floyd - Money
Janis Joplin - Mercedes Benz
O Retorno do "Z"
Crise grega expõe falhas do Estado em cativar jovens
Kerin Hope do "FINANCIAL TIMES"
Alegorias Tributárias
Tenho algumas ressalvas sobre o artigo abaixo que trata da reforma tributária que parece vai ser aprovada pelo Congresso, com a criação de mais duas faixas de incidência do Imposto de Renda. O articulista entende que a alíquota de 27,5% é baixa comparada a de outros países como Holanda (60%), França (57%), Alemanha (53%), Chile (45%) e EUA (39,6%). Todos esses países, a exceção do Chile que caminha na frente do Brasil faz muito tempo, oferece uma contrapartida ao cidadão, um bom serviço público, uma boa educação, saúde e segurança. O Brasil precisa é fazer uma revolução no Estado brasileiro para fazer com que ele funcione. O resto são apenas alegorias.
O pacote anunciado pelo governo na última semana parece intuir o problema da injustiça de nosso sistema tributário. Mas, acanhado, contenta-se em tangenciá-lo, sem buscar solução definitiva.Nosso sistema tributário pode ser estudado como um exemplo de como o mundo jurídico descola-se da realidade, produzindo normas, especialmente as constitucionais, que são tornadas letra morta por distorções cuidadosamente orquestradas.Teoricamente, nossa Constituição assenta tal sistema sobre as bases do princípio da capacidade contributiva, segundo o qual os impostos deverão ser, sempre que possível, graduados pela capacidade econômica do contribuinte. Aquele que participa de maior parte da riqueza produzida pelo país deve contribuir proporcionalmente mais. Em outras palavras, quem tem mais deve pagar mais.
ALMIR TEUBL SANCHES , 29, mestre em filosofia do direito pela USP, é procurador da Fazenda Nacional. Artigo publicado na Folha de hoje.