Meu amigo Charlie (do Bunker) e eu temos divergências pontuais.
Ele disse:
É aqui que nossos caminhos se afastam. Eu tenho lido constantemente que a causa da crise é o livre mercado. Não é. Mesmo nos países onde vigora um capitalismo mais liberal, ele não é suficientemente liberal.As bolhas que estouraram são a prova da intervenção do Estado existe. E não é pequena! Os lobbystas americanos são também uma evidência.
Eu respondo:
Essa crise está ai e está fazendo história porque houve falha do controle do Estado sobre o mercado. Deve sim o Estado regulamentar e fiscalizar essas atividades. As bolhas estouraram porque o mercado deu crédito sem lastro. E essas empresas maquiaram balanços para mostrar que esses créditos eram bons. Não eram. O Estado também errou porque deixou as coisas correrem, porque no fundo, no fundo, o mercado se acerta, se arregla. E a bomba estourou.
O Bush deve estar lamentando até hoje porque não socorreu o Lehman Brothers.
Um consultor, amigo meu, me disse o seguint: se ele tivesse liberado dinheiro público para salvar o banco essa crise não existiria...
A intervenção do Estado é necessária e tem que ser eficiente, mas deve, também, ter o santo cuidado de deixar o mercado rolar e não deve impedir, mas taxar razoavelmente, a circulação de capital.
Concordo com esse meu amigo consultor. No final das contas o Estado é que vai pagar as contas das ações e omissões equivocadas e danosas do mercado.
6 comentários:
A GM gringa vem se arrastando a tempos. Bem antes da crise das hipotecas. Problemas de gestão ou de mercado? Provavelmente, muito provavelmente, de gestão e agora, com o "aval" da crise, está sendo socorrida. Será o correto? Os americanos deixariam de comprar carros se a GM fechasse? Ou outra empresa tomaria seu lugar no mercado, com os mesmos empregos, os mesmos impostos?
As bolhas estouraram porque não teriam como não estourar. A questão é como elas se formaram! OK, elas maquiaram suas finanças, fazendo com que parecessem o que não eram: boas. Mas como elas conseguiram se manter em um mercado competitivo com crédito ruim?
Em uma verdadeira economia de livre mercado, a coisa é bem simples. Se o negócio não tem mais a mesma receptividade de outrora, ele quebra caso não consiga se ajustar. Se isso, que é natural, não ocorreu, alguma coisa estranha deve ter acontecido.
Normalmente, o Estado aconteceu. Ele pode considerar determinado mercado "estratégico", e de alguma forma ter favorecido os negócios deste mercado (seja através de uma tributação camarada, enfiando grana mesmo, ou algum outro meio).
Como disse o Popa antes, muitas das empresas que hoje estão mendigando salvação estatal não são vítimas inocentes de uma crise global, mas empresas que falharam em sua própria administração.
Assistencialismo para ricos é tão danoso e custoso quanto aquele para pobres.
E ao contrário, não pode ser o Estado onerado pelas flutuações do mercado! Tais flutuações são naturais. A imprevisibilidade, que gera realmente insegurança social, faz parte da natureza humana que tem o mercado.
Muito mais provável do que bancos financiando empresas falidas que mascaravam sua verdadeira situação...
Pampa e Charlie, revi agorinha Blade Runner. Tinha visto a última vez na década de 80. Um filmaço Los Angeles 2.019. Nos anúncios futuristas da cidade do futuro tinha um anúncia da Pan Am que foi para o espaço na década de 90.. Hoje os americanos usam a American a United e estão felizes; Se a GM for para o espaço vai surgir uma nova empresa e os americanos vão continuar felizes. Esse é o ciclo da nossa vida: a busca pela felicidade.
Charlie, assistencialismo para ricos não deve ocorrer. O sócio que é mau gestor deve ser afastado. O Estado tem que proteger o acionista, o emprego, a geração de impostos. Dizem que Bush chora até hoje por não ter dado graninha estatal para a Lehmann Brothers. Afastar a diretoria da má gestão e colocar outra em seu lugar.....
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