Jornal diz que Lula pode "surpreender o Banco Central"
Segue queda-de-braço entre o presidente Lula e o presidente Meirelles
Deu na Folha de hoje, em matéria assinada pelo jornalista Kennedy Alencar
:[...] Toda vez em que são noticiadas as pressões de Lula sobre o Banco Central, a instituição reage endurecendo a política monetária. E o presidente acaba aceitando isso. Agora, auxiliares de Lula dizem que o presidente poderia fazer uma cobrança mais incisiva nos bastidores. Há uma crise capaz de estragar o final de mandato do petista, o que poderia levar Lula a surpreender o BC caso o banco opte por manter uma política monetária rígida. Ou seja, opte por não reduzir os juros.
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Nada que este blog DG já não tivesse tratado aqui, semana passada e em post anteriores. Resta saber, o que se entende mesmo por “surpreender o BC”?
Meu comentário:
A Selic, que está a 13% ao ano, é uma taxa de captação do dinheiro bancário; ou seja para o banco financiar ele tem que captar no mercado financeiro pela taxa Selic. A rigor, seguindo a boa técnica bancária, a instituição financeira não poderia emprestar a menos de 13% se ele capta a 13%. Mas as verdades financeiras são diferentes das verdades verdadeiras. O mercado e suas vicissitudes não tem lá seus compromissos com a lógica média. Não é preciso ter uma tv digital com tecnologia HD para se verificar, com razoável nitidez, que no mercado de crédito existem financiamentos com todos os tipos de taxas, muitas delas menores que a Selic. Quem quiser comprar um carro agora vai verificar diversas ofertas a juro 0%. Você dá o seu usado e paga em 24 ou 36 parcelas fixas e iguais a juro 0. As Casas Bahia estão fazendo um super hiper feirão no Ibirapuera em Sampa para pagamento em 5 vezes sem juros. Ora, ora, se a taxa Selic baixar -- e essa redução deve ser sempre gradual -- o brasileiro não sentirá grandes efeitos no varejo. Talvez no atacado, sim senhor, a crise esteja a chegar na velocidade de um conta-gotas, mas no varejo a crise e as marolas ainda não chegaram. Mas tem gente que colocou na cabeça que esse tipo de discussão se incorpora à religião da luta de classes, como se o malvado do banqueiro não tivesse interesse que o povo consuma.
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