Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

A Culpa é do Bloqueio


Fidel em janeiro de 1959. Ele continua no poder. A desculpa é a mesma de sempre: o bloqueio.

Concordo integralmente com esse artigo do Kennedy Alencar publicado ontem na Folha. O bloqueio americano a Cuba é a justificativa que a dinastia Castro tem para manter a ditadura. O fim do bloqueio pode significar o fim da .... ditadura.

Cuba Libre

O fim do bloqueio americano a Cuba é parte da estratégia brasileira para fortalecer sua liderança na América Latina. Ao fazer apelos a Barack Obama para encerrar o embargo à ilha caribenha, Lula mira sobretudo vizinhos do barulho, como o boliviano Evo Morales, o equatoriano Rafael Corrêa e o venezuelano Hugo Chávez.

Um gesto do novo presidente americano em relação a Cuba desarmaria espíritos. Tiraria gás do espírito antiamericano turbinado pelos oito anos de George W. Bush. Daí a aposta do governo brasileiro, vista por muitos como uma injustificada defesa de uma ditadura.
Para início de conversa, convém cobrar que Cuba pare de desrespeitar direitos humanos, libertando presos políticos e deixando de sufocar a oposição. Lula tem dado conselhos reservados para que Raúl Castro, sucessor do irmão Fidel, caminhe nessa direção. No entanto, a falta de liberdade em Cuba não é motivo razoável para sustentar um embargo criado em 1962.
Os EUA mantêm em Guantánamo uma máquina de tortura que afronta todo o sistema jurídico internacional. Afronta valores fundacionais do grande país que os EUA são. A doutrina de combate ao terror de Bush, além de equivocada, porque invadiu um país errado pelos motivos errados, é tão recriminável sob a ótica dos direitos humanos quanto a ditadura castrista.
Sustentar o bloqueio reforça o discurso Davi contra Golias que o regime usa para estimular a "resistência psicológica" da população. O fim do embargo reduziria a dependência dos petrodólares de Chávez e geraria uma prosperidade eficaz para democratizar Cuba.O fim do embargo não é esquerdismo romântico. Obama tomaria um decisão de estadista, acabando com algo que prejudica mais o povo do que o governo. Fortaleceria na América Latina a liderança do Brasil, um aliado maduro. Começaria 2009 à altura de seus desafios.

6 comentários:

Silvestre Gavinha disse...

Não há o que se espinafrar.
Toda esta história, tão velha e caquética quanto o próprio ditador, há muito deveria ter sido reciclada.
Mas como diria, e disse Saramago. Mais coisas se tem feito, de ruim no mundo em nome de Deus, do que em todas as outras causas.
"Assim caminha a humanidade, a passo de formiga...."

Anônimo disse...

Sinceramente, Maia, acreditas que o regime cairia com a queda do boicote? Certamente desmoralizaria o regime, caso ainda existisse alguma moral a ser salva, mas não há nenhuma.

Existe o modelo chinês disponível, que une prosperidade material capitalista e um severo regime político. É possível manter a casta militar no poder e abrir a economia sem maiores problemas, e acredito que é o que acontecerá caso caia o boicote.

Cai o embargo externo, mas se mantém o interno.

Anônimo disse...

O mundo moderno vê um dos últimos baluartes do comunismo clamando desesperado pelo vil metal estadunidense. Maior ironia não deve haver!

Anônimo disse...
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Anônimo disse...

Não é tão simples assim. O embargo é econômico tão simplesmente. O governo americano diz para as empresas americanas não fazerem negócios com Cuba. Só isso. Não impede que outros países negociem com Cuba. Mas o problema é um pouco mais complexo. Negociar como? Cuba não tem produção nenhuma, não tem dinheiro, portanto. As exportações brasileiras são feitas com garantia do BNDES, porque empresário nenhum iria fazê-las normalmente... ou seja, se eles não pagam, nós - os patos - pagamos!

Anônimo disse...

"Lula tem dado conselhos reservados..." se são reservados, como o jornalista sabe deles? Para mim, é mais óbvio que eles - Lula, Correia, Evo, Chávez e Lugo queiram ser um pouco Fidel e não o contrário...