Imagem do jogo Bush Shoe Throw.
Leio no Diário Gauche de hoje o seguint post. Comento depois.
A menina morta de Bagdá
No dia 29 de abril de 2008, a capital do Iraque, Bagdá, foi bombardeada pela aviação do exército norte-americano de ocupação. O bombardeio visava principalmente alvos civis, uma vez que o serviço de inteligência das tropas de ocupação supunham que aqueles locais-alvos eram os esconderijos de perigosos terroristas iraquianos. Não eram. Era apenas a casa da menina morta de Bagdá , em registro da fotógrafa Kareem Raheen da agência inglesa Reuters.
Corte rápido.
Nesta semana, quando um lúcido jornalista iraquiano tentou atingir o presidente Bush com os próprios sapatos muitos riram e taxaram-no de “iraquiano fanático”.Logo, a máquina de fazer doido do “american way of life” tratou de desconstituir o gesto altamente politizado do jornalista iraquiano produzindo games eletrônicos em massa com a temática do arremesso de sapatos. É instantâneo e mecânico: uma despolitização da revolta e a subseqüente confecção de um gadget para valor de troca no mercado da idiotice de massas.Bush sabe porque levou a sapatada. Nós sabemos porque Bush levou a sapatada.Por que, como disse o poeta John Donne (1572-1631):Se o gênero humano perde um homem [uma menina, no caso],Todo o gênero humano perde e se sente diminuído,Por issonão me perguntem por quem os sinos dobram. Eles dobram por ti.
Meu comentário:
Daqui a um ano alguém vai fazer a seguinte pergunta: quem é Muntandhar Al-Zaidi ? A maioria vai esquecer. Um vai lembrar, foi o carinha que atirou o sapato no troglodita. O outro vai se questionar, pois é, onde mesmo aconteceu aquilo? O tempo passa e os pontos da história ficam. Será que ficam? O bloqueiro critica a despolitização da revolta pela máquina de "fazer doido" do american way of life. A frase é notável e o assunto é bom. A revolta, as manifestações, as insurgências se diluem pelos "gadgets da vida, pelos nossos compromissos, pela omissão. É impossível hoje fazer revolução como nos velhos tempos, porque as pequenas e médias revoltas se fragmentam. Eis, meus senhores e senhoras, a característica fundamental da nossa época de pós modernidade.
3 comentários:
O que certa esquerda tem em comum com o totalitarismo islâmico? Ojeriza ao bom humor! Esse povo leva tudo tão a serio que considera piada um sacrilégio.
Eu achei genial os joguinhos de arremessar sapatos no presidente americano. Alguns são bem engraçados! Tão engraçado quanto um maomé com uma bomba no turbante.
E, aliás, não é despolitização da situação. Pelo contrário. É uma piada altamente politizada!
Certa esquerda não tem senso de humor, Charlie.
Algumas pessoas não percebem que o humor é que dá sentido à vida! Ou continuamos a viver "num vale de lágrimas"?
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