Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Déficit Zero e as Pressões das Minorias Participativas




É alto o custo político de equilibrar as finanças públicas. Governo que busca austeridade contraria os eternos interesses das minorias corporativas. São grupos que possuem poderes políticos muito maiores do que sua relevância social, são as chamadas "minorias participativas". Esses grupos têm poder sobre o parlamento e sobre o Executivo. Eles são grupos de pressão. Quando o Estado não tem grana é a sociedade como um todo que perde. Deve interessar a alguém o desequilíbrio fiscal. Quem? Nenhum governo no RS, nos últimos 20 anos, tentou enfrentar de cara a grave crise fiscal. Ela não é virtual, ela existe, ela impede de pagar salários dignos para professores, profissionais de saúde, brigadianos. Ela limita os investimentos, impede a construção de nossa infra estrutura, atrasa as obras. E o pior de tudo, o déficit fiscal impede o Estado de ser eficiente no serviço público à população mais carente. Governos fracos têm menor controle sobre os gastos e freqüentemente acabam por desistir do equilíbrio fiscal para sobreviver eleitoralmente. Um marketing bem feito pelos grupos de interesse faz a opinião pública acreditar que ajuste fiscal é algo socialmente danoso. Nossos gastos com custeio de pessoal são altíssimos. Existem muitas excentricidades e injustiças nas contas públicas. Elas são como caixas pretas, onde não se pode mexer. Elas devem permanecer intactas, segundo os defensores do status quo. Quando se prioriza o gasto corrente em detrimento de investimentos, deixa-se uma dívida injusta para as gerações futuras, que não estão aqui para se defender de tais irresponsabilidades intertemporais.Mas o RS está mudando. As pessoas estão tomando consciência desses fatos. Estamos conseguindo um certo amadurecimento democrático. A sociedade está começando a entender esse conflito de interesses entre a burocracia estatal e o setor produtivo e já não tem tolerado tanto falsos discursos “em defesa do interesse público”, que na prática geralmente oneram o contribuinte. Neste sentido o déficit zero representa um avanço institucional de fato. O custo político no curto prazo é elevado, mas, se mantido, mostrará que os ganhos sociais compensam no longo prazo.





Para escrever este post contei com a ajuda de artigo do Eduardo Lamas publicado na ZH.

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