Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Alterações Demagógicas


Este Blog discorda das alterações pleiteadas pelo Senador Paulo Paim de extinção do fator previdenciário.

As inadequadas alterações na previdência
Darcy Francisco Carvalho dos Santos *

Como no Brasil há muita injustiça social e corrupção, esses fatos são usados freqüentemente como argumento para impedir que os governos tomem certas medidas necessárias, mesmo que impopulares, como se o fim de um erro estivesse na manutenção de outro.É o caso das propostas que estão no Congresso Nacional para eliminar o fator previdenciário e reajustar as aposentadorias pela variação do salário mínimo.

Posicionar-se contra essas propostas é antipático, é ir contra a corrente, porque os benefícios que elas proporcionam são diretos e imediatos e seus efeitos negativos serão graduais, difusos e a longo prazo, embora significativos.

Comecemos pelo fator previdenciário, introduzido para desestimular as aposentadorias precoces, mediante redução de seu valor. Elas estavam ocorrendo aos 48 e 49 anos, com pagamento integral, numa expectativa de vida de 30 anos, com um período de contribuição médio de 10 anos, que é o resultado do produto de uma alíquota previdenciária de 31% (patrão e empregado) pelo tempo de contribuição durante 30 ou 35 anos.

Na maioria dos países a aposentadoria ocorre aos 65 anos ou mais, podendo ser pleiteada aos 60, com desconto de 8% por ano de antecipação.

Pior que a eliminação do fator, no entanto, é a proposição de adotar a média das 36 últimas contribuições para a determinação do valor do benefício, o que propicia fraudes e inviabiliza qualquer cálculo atuarial.

A atualização do valor dos benefícios pelo salário mínimo apresenta duas dificuldades. A primeira delas é que nenhuma categoria de trabalhador ativo recebe a inflação mais variação do PIB; a segunda decorre do crescimento vegetativo do número de aposentados. Esses dois fatores contribuiriam para aumentar a defasagem entre o valor dos benefícios e o da contribuição previdenciária. As conseqüências no longo prazo seriam o aumento da carga tributária e o fim da recuperação do salário mínimo.A troca do fator pela idade mínima na aposentadoria por tempo de contribuição, a exemplo do que existe para o servidor público, seria pior para o trabalhador que viesse a perder o emprego antes de atingir essa idade mínima.

Quanto às aposentadorias com valor defasado, deve ser feita uma revisão, corrigindo-as daí em diante por um índice que mantenha seu valor real, podendo ser o índice de preços da terceira idade.

* Economista




Opinião do Editor do Blog: Concordo plenamente com o nobre economista que escreveu este artigo.

4 comentários:

Anônimo disse...

Eu não concordo. O que se faz com o contribuinte do inss é uma grande sacanagem. Senão, vejamos: o tal rombo da previdência é causado por aposentadorias que não contribuíram, por roubos bilionários e por gastos exorbitantes pelo sistema, sem que isto seja colocado nas aposentadorias que realmente contribuíram.
Se o governo quer aposentar quem nunca contribuiu, que o faça com recursos específicos do orçamento, não com recursos da previdência. Se quer dar saúde a todos brasileiros, que o faça, mas não com recursos da previdência!
O trabalhador que contribui durante anos sobre um determinado valor, deveria se aposentar com este mesmo valor e mantê-lo até o final da vida. Os que eventualmente conseguem isto mais cedo um pouco, é porque trabalharam cedo, perderam parte da juventude trabalhando! A classe média e rica, começa a trabalhar depois da faculdade... Lula está aposentado há anos! E aquele dedo não impediria nenhuma pessoa normal de trabalhar!
Lembre-se que o trabalhador larga 20% de seu salário mensalmente para sua aposentadoria e para sua segurança médica. 20%!!!! Porque o que a empresa recolhe, é seu salário também! Se durante toda sua vida ele colocasse isto em uma poupança, teria uma boa aposentadoria. Mas e a saúde?, perguntariam alguns. Que saúde?, respondo eu

Carlos Eduardo da Maia disse...

Muito bom e esclarecedor o teu comentário Popa. Eu sou um daqueles que sou atingido diretamente pelo fator previdenciário. Fiz faculdade e comecei a trabalhar mais tarde e contribuo com o teto. Eu sei que quando chegar aos 65 ou 70 não terei tempo suficiente para receber aposentadoria integral. Realmente, é um problemão.

Anônimo disse...

Maia,

Fiquei feliz de descobrir o seu blog, que bom que tem mais gente descobrindo a farsa da defesa dos aposentados, se quizer ver minha opinião sobre este tema veja o meu blog, jesusprev.zip.net, tenho comentado e escrevido muito sobre este tema, Pois "Não há mágica", veja este post: http://jesusprev.zip.net/arch2008-11-30_2008-12-06.html#2008_11-30_11_02_13-129422711-0

Jesus Divino Barbosa de Souza
jesusprevidencia@hotmail.com
jesusprev.zip.net

Carlos Eduardo da Maia disse...

Legal, Jesus. Vamos continuar trocando figurinhas.