Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

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quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Linguagem do Preconceito


No blog do Zé Alfredo, Ainda a Mosca Azul (o Neo do Matrix recebeu a mensagem para seguir a mosca azul) foi postado um texto do Bernardo Kucinsky chamado a linguagem do preconceito.

Kucinsky - autor das cartas ácidas - detona todos aqueles que criticam o presidente Lula, porque dizem que ele nunca sabe de nada ou que não entende e se confunde.

No resumo de tudo, ele diz o seguinte: Virou moda dizer que “Lula não entende das coisas”. Ou “confundiu isso com aquilo”. É a linguagem do preconceito, adotada até mesmo por jornalistas ilustres e escritores consagrados."

Pois, é. Existe outra linguagem do preconceito que é da ditadura do politicamente correto. Se o presidente é de origem humilde, imigrante nordestino, torneiro mecânico ele vira santo e deve ser canonizado para todo o sempre, amém. Não se pode tocar no assunto e quem tocar é tido como golpista, fascista, direitista ou nazista.
* Foto de Marcos Nozeman

4 comentários:

Anônimo disse...

Não acho que seja moda ou preconceito dizer isto. Aliás, acho que está é errado, já que ele sabe perfeitamente de tudo que se passa ao redor dele. O que acontece é que ele próprio utiliza este subterfúgio para que o povo pense que ele é um anjo...

José Elesbán disse...

Não creio que falar em politicamente correto seja a questão. E não acho que todo mundo que faça troça do presidente seja fascista ou nazista, mas certamente é mal intencionado.
Eu não te conheço pessoalmente, Maia, então tudo o que vai abaixo é por hipótese. Acredito que tenhas boa educação, mas como todos os homens, não deves conhecer tudo de tudo. Que tal um amigo te encontrar na praia, vocês têm várias coisas para conversar, mas ele insiste em dizer que a tua barriga está grande. Não é desagradável?
Os teus textos são em geral bem escritos, mas, digamos que eu encontre um pequeno deslize gramatical em algum deles, e venha dizer, "Ô Maia, tu erraste aqui ó! É desse outro jeito que se escreve direito isso, ô ignorante!". Se eu quisesse realmente te ajudar, poderia te mandar um correio. Talvez tu não fiques chateado, mas muita gente ficaria com a correção pública.
Uma vez eu fui censurado em sala de aula porque não soube pronunciar corretamente o "Descartes" em francês. Qual a lógica da minha professora, senão enfatizar o domínio do francês por parte dela?
Claro que o presidente usa a sua falta de educação formal para se tornar simpático às massas. Mas ele de fato não teve educação formal. E provavelmente há políticos que têm educação formal, e falam errado pelo mesmo motivo.
Mas Lula não me parece mais burro, nem mais ignorante, que a média da população em geral. Acredito que ele leia mais de 2 livros por ano, nossa média per capita, ele certamente vê filmes, e suas viagens devem (ou deveriam) ter aberto sua visão de mundo para além de muitos brasileiros letrados. Como sabes, o ex-presidente FHC disse que o brasileiro era caipira, como, em geral parecem os povos habitantes de países-continentes. Em geral, nós brasileiros não somos refinados, nem cosmopolitas.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Zé Alfredo, Lula não tem nada de burro. Lula é o que os americanos chamam de american dream. O operário que se tornou presidente e assim ocorreu porque ele teve essa oportunidade. Discordo é da afirmativa de que falar mal do Lula é ser mal intencionado. Lula teve oportunidade nos anos em que concorreu a eleição e não conseguiu chegar lá para se preparar melhor, fazer um curso de inglês, aprender um pouco mais de economia etc., mas nada disso fez.

José Elesbán disse...

É, talvez um curso de inglês caísse bem, mas num país de políticos bacharéis e monoglotas, não sei se mudaria alguma coisa.
Conheci bastante gente que tenta educação formal quando mais velha. São pessoas que se dedicam bastante à tarefa, justamente porque quando mais velho, e com mais compromissos, é mais difícil se dedicar à vida acadêmica. E acho que foi por isso que Lula nunca foi adiante. Porque pouca gente vai. Neste aspecto, o Vicentinho deve ser mais louvado como herói, do que o Lula condenado como diplicente.
Quanto a outras coisas, como a economia que citaste, acho que Lula aprendeu com a turma com quem conviveu no partido, tanto assim que pressionou pelo crédito consignado com taxas mais baixas, para passar ao largo da ortodoxia de mercado que ele mesmo outorgou ao BC, e mandou a Petrobrás fazer encomendas no Brasil, para criar empregos e indústria naval aqui, mesmo que os equipamentos saíssem mais caros.