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segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Venezuela - Campeã em Sequestros

Cartaz em Bogotá exibe fotos de 15 dos cerca de 750 reféns em poder das Farc; guerrilha colombiana está em posição defensiva

Interessante, bem interessante a matéria abaixo da Folha de hoje que mostra que o governo da Colômbia está sim enfraquecendo as Farc e controlando pelo necessário poder de polícia a violência e, enquanto isso, na vizinha Venezuela .... a violência só aumenta.

A matéria é do nosso homem em Caracas, Fabiano Maisonnave:

Venezuela passa Colômbia em seqüestros
Debilitação das Farc contribui com queda do crime em território colombiano, onde há cerca de 3.000 em cativeiroNo país de Chávez, onde privação de liberdade dura menos tempo, governo vê fluxo de seqüestradores vindos de área vizinha
Leonardo Muñoz - 2.jan.08/Efe
Cartaz em Bogotá exibe fotos de 15 dos cerca de 750 reféns em poder das Farc; guerrilha colombiana está em posição defensiva FABIANO MAISONNAVEENVIADO ESPECIAL A BOGOTÁ Apesar da visibilidade provocada pelos reféns em poder das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), a indústria do seqüestro na Colômbia diminuiu bastante nos cinco anos e meio de governo Álvaro Uribe. Em 2007 o país deixou de ser o líder em crimes desse tipo na região, posto ocupado hoje pela Venezuela.Em números proporcionais, o país de Chávez apresentou no ano passado cerca de 12 casos para cada 1 milhão de habitantes, enquanto na Colômbia foram nove ocorrência por 1 milhão. Os dados, ainda preliminares, são do Observatório de Segurança Sul-Americano, uma coalizão de organizações regionais que tratam do tema.Na Colômbia, a tendência é de queda acentuada. De 2.285 seqüestros registrados em 2002, o primeiro ano de Uribe, passou-se em 2006 para 687. No ano passado houve uma nova redução, com estimativa preliminar de cerca de 300 casos, segundo a Fundação Segurança e Democracia, uma das ONGs do observatório.Em casos atribuídos às Farc, a redução foi de 915, em 2002, para 118, em 2007. Atualmente, estima-se que a guerrilha tenha em seu poder cerca de 750 reféns, dos quais só 45 são seqüestrados políticos e, assim, incluídos nas até agora inócuas negociações com o governo."A diminuição tem vários motivos. Há um debilitamento da guerrilha. Pela primeira vez as Farc tiveram uma diminuição de seus homens em armas e muitas de suas redes urbanas foram destruídas. Além disso, perderam capacidade de movimento em muitas partes do país. De outro lado, a política de segurança tem desmantelado muitas quadrilhas de delinqüentes comuns", disse Alfredo Rangel, diretor da Fundação.Segundo Rangel, os seqüestros políticos diminuíram ainda mais também por causa do debilitamento das Farc, hoje praticamente em estratégia defensiva. A última grande ação desse tipo ocorreu em abril de 2002, quando a guerrilha seqüestrou o então governador de Antioquia, Guillermo Gaviria, e o ex-ministro da Defesa Gilberto Echeverri. Os dois morreram no ano seguinte.Rota opostaJá a Venezuela segue o caminho contrário, revelam números oficiais. Em 2007, 382 pessoas haviam sido seqüestradas até dezembro, um aumento de 48,6% em relação a 2006.Para o governo venezuelano, o aumento nesse tipo de crime é explicado pela chegada da indústria colombiana de seqüestro ao país nos últimos anos. De fato, os Estados mais afetados, Táchira, Zulia e Barinas, estão todos na zona de fronteira. Muitos desses seqüestros têm sido atribuídos às Farc e aos paramilitares colombianos.Os números refletem ainda o desempenho geral dos dois governos na segurança. Enquanto o direitista Uribe foi reeleito em 2006 em grande parte pelos avanços na área, na Venezuela as pesquisa de opinião mostram que a insegurança se tornou a principal preocupação.Mas os seqüestros na Venezuela são menos longos e dramáticos do que os colombianos. O governo Chávez reconheceu que 31 pessoas estavam em cativeiro em dezembro. Já na Colômbia são cerca de 3.000 reféns, segundo a Fundação País Livre, voltada à assistência a familiares de seqüestrados.Depois dos dois países, os seqüestros são mais comuns no Brasil e na Argentina, segundo o Observatório. No Estado de São Paulo, que tem uma população parecida com a da Colômbia (40 milhões e 44 milhões, respectivamente), houve 48 casos entre janeiro e 26 de dezembro do ano passado.

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