Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


sábado, 21 de novembro de 2009

O Cheiro do Corporativismo


A presidente do CPERS veste sua roupa favorita: a grife do "fora Yeda".

Nunca antes na história recente do Rio Grande um governo prometeu aos professores de início de carreira e aos brigadianos um piso salarial de R$ 1.500. Nunca antes.

Mas a professora (professora?) Rejane Oliveira, presidente do CPERS é contra. Ela disse "Lugar de proposta contra os gaúchos é na lata do lixo."

Rejane Oliveira é contra qualquer proposta de Dona Yeda. O objetivo da presidente do CPERS é exatamente esse: ser contra, porque ela defende o status quo. Qualquer mudançinha que se possa fazer nos quadros do serviço público no RS ela é contra. Ora, carambas, ela nunca cogitou sequer de discutir qualquer mudança no quadro de carreira dos professores que é de 1978, da época do governo Amaral de Souza.

Serviço público é essencial e tem de funcionar bem. Não é isso o que quer Rejane Oliveira, porque ela não tem nenhum interesse em discutir de forma convergente com o governo Yeda e que foi democraticamente eleito.



Dona Yeda quer implantar a meritocracia, tal como está fazendo Serra em São Paulo. Rejane Oliveira, of course, é contra. É contra, por quê, cara pálida? A meritocracia é, na verdade, um incentivo ao servidor, ao profissional que cumpriu suas metas. Em qualquer serviço se aplicam as regras de metas. Por que no RS tem de ser diferente?

Dizem por ai que Dona Yeda vai passar por cima da crise de seu governo. Dizem por ai que Dona Yeda vai se reeleger no ano que vem. Dizem por ai tantas coisas que a gente acaba acreditando.

9 comentários:

guimas disse...

"Dona Yeda quer implantar a meritocracia, tal como está fazendo Serra em São Paulo. Rejane Oliveira, of course, é contra. É contra, por quê, cara pálida? A meritocracia é, na verdade, um incentivo ao servidor, ao profissional que cumpriu suas metas. Em qualquer serviço se aplicam as regras de metas. Por que no RS tem de ser diferente?"

Errado. A meritocracia não é necessariamente uma maneira eficaz de produzir melhores resultados. A questão é muito mais ampla, mas a nomenclatura atrai os "liberais" por tentar implicar modernidade e eficácia ao setor público.

Sugiro leres um pouco mais a respeito disso. O que Yeda quer é aprovar um projeto que possa gerar manchetes positivas sem uma discussão profunda e correta sobre o assunto.

Se o projeto viesse do PT, seria chamado de "autoritário" e "anti-democrático".

charlie disse...

"A meritocracia não é necessariamente uma maneira eficaz de produzir melhores resultados". Não é a única, tenho certeza, mas com certeza é uma maneira bastante eficiente.

Meritocracia é um nome que se dá para algo bastante elementar: premiar e reconhecer o trabalho dos melhores. Não precisa ter um senso muito aguçado para perceber que um sistema que se baseia pelo menos em parte em meritocracia seja mais eficiente do que um onde tal conceito seja alienígena, onde não importando tua produtividade ou eficiência, teus ganhos serão os mesmos do moleirão.

Mas, a propósito, gostaria de ler mais sobre assunto. Que obras recomendas que contradizem a o senso de que a meritocracia é eficiente?

Carlos Eduardo da Maia disse...

Discussão com quem? Com Dona Rejane? IMpossível discutir com ela. Ela não quer saber de discutir. Já demonstrou isso ao defender com unhas e dentes um Plano de Cargos e Salários de 1978. Ela significa o corporativismo reacionario puro. Uma das exigências da comunidade européia para os países membros é a meritocracia no serviço público. É a melhor forma do serviço público funcionar mais adequadamente para passar a população mais carente um ensino melhor, que é o que efetivamente importa. E para o ensino ser bom o professor DEVE GANHAR BEM. Yeda, pelo menos, apesar de todos os seus equívocos está fazendo o que nenhum outro governador fez: arrumando as contas publicas exatamente para que os futuros governos possam investir em segurança e educação.

guimas disse...

"Meritocracia é um nome que se dá para algo bastante elementar: premiar e reconhecer o trabalho dos melhores."

NÃO é elemetar. Como se mede o que é melhor? Isso dá tanto pano pra manga que vou parar por aqui.

Leituras recomendadas? Google is your friend! No site do Bresser Pereira tem um PDF interessante. Vai lá!

"Discussão com quem? Com Dona Rejane? IMpossível discutir com ela. Ela não quer saber de discutir. Já demonstrou isso ao defender com unhas e dentes um Plano de Cargos e Salários de 1978."

Conveniente. "Do lado de lá tem um radical, e este não será ouvido. NÓS temos a verdade e a melhor opção." Se isto não é um desrespeito à democracia... bom, deixa pra lá.

charlie disse...

Estranho, nunca me pareceu muito complicado identificar os melhores. E menos complicado ainda identificar os piores. Aliás, todos praticamos esse exercício em nosso dia a dia. Eventualmente algum equívoco acontece, mas via de regra o julgamento é correto.

Claro, quando não existe vontade de aplicar o princípio ELEMENTAR de premiar os melhores então qualquer desculpa é desculpa.

guimas disse...

"Estranho, nunca me pareceu muito complicado identificar os melhores. E menos complicado ainda identificar os piores."

Nos extremos, não. Os muito melhores e os muito piores se destacam com obviedade. Para a grande maioria, que fica no meio, isso não é óbvio.

A tua simplificação do assunto demonstra que estás disposto a tratar o assunto de maneira superficial. Isoo só é útil em discussões políticas inócuas.

"Claro, quando não existe vontade de aplicar o princípio ELEMENTAR de premiar os melhores então qualquer desculpa é desculpa."

Superficialidade novamente: ninguém é contra a meritocracia, e suponho que até os radicais do CPERS são favoráveis. Mas, é como eu disse. Escolher os melhores e premiá-los adequadamente não é simples. Yeda, a essa altura, não tem cacife político para implementar esse projeto.

charlie disse...

Camarada, em um espaço dedicado a comentários de um blog brevidade me parece a única alternativa viável e até desejável. Esse espaço não difere muito, na minha opinião, de uma roda de amigos discutindo assuntos polêmicos. Ninguem pretende escrever uma tese neste espaço.

Mas respondendo, sim, é bastante notável os bons e os maus profissionais em um ambiente de trabalho, e qualquer um que já trabalhou na vida sabe bem disso. Os que não se sobressaem de maneira positiva ou negativa são os medíocres, sem querer empregar com esse termo um significado pejorativo. Oras! Em poucas semanas de convívio com colegas já é possível, com boa margem, identificar quem é quem.

Guilherme disse...

"Mas respondendo, sim, é bastante notável os bons e os maus profissionais em um ambiente de trabalho, e qualquer um que já trabalhou na vida sabe bem disso. Os que não se sobressaem de maneira positiva ou negativa são os medíocres, sem querer empregar com esse termo um significado pejorativo. Oras! Em poucas semanas de convívio com colegas já é possível, com boa margem, identificar quem é quem."

Concordo, mas isso é fácil no setor privado, onde pode-se demitir ou promover pessoas facilmente. No setor público, escravo de indicações políticas, o furo é mais embaixo.

Depois, no privado é facil medir produtividade. No público, onde o objetivo não é (ou não deve ser) o lucro, isso não é trivial. Varia de setor a setor, e envolve uma boa dose de gestão.

Com isso, quero dizer a mesma coisa de antes: meritocracia não é um sofisma capaz de produzir melhores resultados num estalar de dedos, como os liberais gostam de dizer. O assunto é complexo, e o desastre político que chamamos de governo Yeda não tem cacife pra bancar qualquer coisa nesse sentido, a essa altura.

Volto a dizer, se um projeto desses viesse do PT, seria carimbado de autoritário ou anti-democrático.

charlie disse...

Com vontade, meu caro, é possível melhorar bastante o sistema público que existe atualmente. Provavelmente não será um sistema perfeito, e talvez nem supere a eficiência de uma administração privada, mas pode melhorar horrores com uma boa reforma.