Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


sábado, 28 de novembro de 2009

O Filho do Brasil E o Menino do MEP


Lula e seu staff no seriado South Park.


Barracos da Gauche

César Benjamin, ajudou a fundar o PT junto com o Lula e se desfiliou em 1995. Na eleição de 2006 foi candidato a vice presidente na chapa de Heloisa Helena do PSOL, partido que ele também se desfiliou. Ontem Benjamin escreveu um polêmico artigo na Folha de S. Paulo dizendo que Lula teria tentado subjugar um colega de cela quando esteve preso em 1980. O pessoal do Planalto - Franklin Martins e Gilberto Carvalho - reagiu dizendo que o artigo é loucura e a Folha não deveria ter publicado.


Transcrevo abaixo a parte do artigo de Benjamin que é longo. Se o leitor não está com saco de ler, pois leia - pelo menos - a parte em negrito.

Os Filhos do Brasil



(....)

São Paulo, 1994. Eu estava na casa que servia para a produção dos programas de televisão da campanha de Lula. Com o Plano Real, Fernando Henrique passara à frente, dificultando e confundindo a nossa campanha.Nesse contexto, deixei trabalho e família no Rio e me instalei na produtora de TV, dormindo em um sofá, para tentar ajudar. Lá pelas tantas, recebi um presente de grego: um grupo de apoiadores trouxe dos Estados Unidos um renomado marqueteiro, cujo nome esqueci. Lula gravava os programas, mais ou menos, duas vezes por semana, de modo que convivi com o americano durante alguns dias sem que ele houvesse ainda visto o candidato.Dizia-me da importância do primeiro encontro, em que tentaria formatar a psicologia de Lula, saber o que lhe passava na alma, quem era ele, conhecer suas opiniões sobre o Brasil e o momento da campanha, para então propor uma estratégia. Para mim, nada disso fazia sentido, mas eu não queria tratá-lo mal. O primeiro encontro foi no refeitório, durante um almoço. Na mesa, estávamos eu, o americano ao meu lado, Lula e o publicitário Paulo de Tarso em frente e, nas cabeceiras, Espinoza (segurança de Lula) e outro publicitário brasileiro que trabalhava conosco, cujo nome também esqueci.
Lula puxou conversa: "Você esteve preso, não é Cesinha?" "Estive." "Quanto tempo?" "Alguns anos...", desconversei (raramente falo nesse assunto). Lula continuou: "Eu não aguentaria. Não vivo sem boceta". Para comprovar essa afirmação, passou a narrar com fluência como havia tentado subjugar outro preso nos 30 dias em que ficara detido. Chamava-o de "menino do MEP", em referência a uma organização de esquerda que já deixou de existir. Ficara surpreso com a resistência do "menino", que frustrara a investida com cotoveladas e socos. Foi um dos momentos mais kafkianos que vivi. Enquanto ouvia a narrativa do nosso candidato, eu relembrava as vezes em que poderia ter sido, digamos assim, o "menino do MEP" nas mãos de criminosos comuns considerados perigosos, condenados a penas longas, que, não obstante essas condições, sempre me respeitaram. O marqueteiro americano me cutucava, impaciente, para que eu traduzisse o que Lula falava, dada a importância do primeiro encontro. Eu não sabia o que fazer. Não podia lhe dizer o que estava ouvindo. Depois do almoço, desconversei: Lula só havia dito generalidades sem importância. O americano achou que eu estava boicotando o seu trabalho. Ficou bravo e, felizmente, desapareceu.

(...)


A todos, autênticos filhos do Brasil, tão castigados, presto homenagem, estejam onde estiverem, mortos ou vivos, pela maneira como trataram um jovem branco de classe média, na casa dos 20 anos, que lhes esteve ao alcance das mãos. Eu nunca soube quem é o "menino do MEP". Suponho que esteja vivo, pois a organização era formada por gente com o meu perfil. Nossa sobrevida, em geral, é bem maior do que a dos pobres e pretos. O homem que me disse que o atacou é hoje presidente da República. É conciliador e, dizem, faz um bom governo. Ganhou projeção internacional. Afastei-me dele depois daquela conversa na produtora de televisão, mas desejo-lhe sorte, pelo bem do nosso país. Espero que tenha melhorado com o passar dos anos. Mesmo assim, não pretendo assistir a "O Filho do Brasil", que exala o mau cheiro das mistificações. Li nos jornais que o filme mostra cenas dos 30 dias em que Lula esteve detido e lembrei das passagens que registrei neste texto, que está além da política. Não pretende acusar, rotular ou julgar, mas refletir sobre a complexidade da condição humana, justamente o que um filme assim, a serviço do culto à personalidade, tenta esconder.

CÉSAR BENJAMIN, 55, militou no movimento estudantil secundarista em 1968 e passou para a clandestinidade depois da decretação do Ato Institucional nº 5, em 13 de dezembro desse ano, juntando-se à resistência armada ao regime militar. Foi preso em meados de 1971, com 17 anos, e expulso do país no final de 1976. Retornou em 1978. Ajudou a fundar o PT, do qual se desfiliou em 1995. Em 2006 foi candidato a vice-presidente na chapa liderada pela senadora Heloísa Helena, do PSOL, do qual também se desfiliou. Trabalhou na Fundação Getulio Vargas, na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, na Prefeitura do Rio de Janeiro e na Editora Nova Fronteira. É editor da Editora Contraponto e colunista da Folha.

11 comentários:

guimas disse...

Com todo o respeito, Maia, caíste muitos pontos no meu conceito.

O artigo do César já está desmentido por todos os participantes do ocorrido. E é um exemplo óbvio do anti-petismo do Folha.

Republicar esse lixo político aqui fez o blog ficar sujo. Muito sujo.

É uma pena. Minha sugestão: antes de publicar esse tipo de porcaria, dá uma esperada. Fica chato pra quem lê ver essas coisas soltas aí. Chega a dar uma vergonha alheia do blogueiro.

Pena mesmo.

charlie disse...

E lá vem o Guimas dizer o que pode e o que não pode ser publicado.

guimas disse...

E lá vem o Charlie passar vergonha. Não entendeu nada, coitado. Lê de novo. Repense.

Desculpas aceitas.

Calos Arruda disse...

Publicar as mentiras da Folha "ditabranda" só demonstra o "nível" de certa direita.

Terráqueo disse...

Se houve ou se não houve alguma coisa nessa ocasião, só mesmo os que estiveram na cela podem dizer com certeza.Mas censurar um blog de publicar qualquer notícia é contra a democracia.Algo que nos últimos anos associo mais ao PT do que a ARENA.

guimas disse...

Atenção! Chamando Terráqueo de volta à Terra. Me diz aí onde está a censura?

Obrigado, e desculpas aceitas (de novo).

PS.: Já se ouviu os delegados que vigiavam a cela, e presos que estavam lá no período. Ninguém viu nada. Só os anti-petistas estão ainda repercutindo a história.

Terráqueo disse...

Guimas,

Espero e acredito que seja realmente mentira. Uma piada de mal gosto. Se for verdade fico com ainda mais pena do rapaz, pois logo a imprensa descobrirá de quem se trata ele passará a ser conhecido como a "mocinha" do Lula. Ser preso quando se luta por ideal já é bastante triste. Pior ainda se tiver um companheiro de cela tarado. Ninguém merece.

guimas disse...

Terráqueo,

O simples fato de estares considerando a possibilidade de Lula ser um estuprador já diz muito a respeito do que queres acreditar.

Antes de pensar em fazer uma acusação deste vulto - gravíssima - a Folha e o César Benjamim deviam estar forrados de provas, ou pelo menos de indícios de que isto possa ter ocorrido. Só que com meia dúzia de telefonemas o artigo foi desconstruído - até pela Veja, inclusive.

E aí vai minha crítica à Folha, por publicar este tipo de grosseria, baixaria sem um mínimo de compromisso factual, ou seriedade. E note, é um artigo publicado num jornal que já estampou uma ficha policial falsa de Dilma Roussef em primeira página.

Aposto uma caixa de Carmenère que se alguém escrevesse algo desse tipo sobre o Serra não passava nem na redação do Diário Gaúcho.

Terráqueo disse...

Guimas,

Quero não acreditar que o Lula seja um estuprador, embora eu jamais fosse fazer uma piada que pudesse ter esse sentido sobre mim mesmo. Já vi muita coisa e acho que tem muito tarado com cara de bonzinho. Além disso, tem coisas que nem em tom de brincadeira são admissíveis. Embora eu seja de direita, e bem assumido, acho que o Lula fez um excelente governo. Falhou no combate a corrupção, mas foi um bom governante. Quanto ao Serra é tão insosso que ninguém acreditaria mesmo. Pode guardar sua caixa de Carmènere, porque você ganha essa aposta fácil. O Lula, com todo o seu carisma, é um ser apimentado. Embora seja feio que dói, tem charme e borogodó. Tem cara de gostar do babado. Só fiquei com pena do pobre rapaz... Verdade ou não, ficará com fama de primeira dama. Como já deve estar velho, não receberá convites nem para posar na G Magazine.
Se ralou de qualquer forma.

Anônimo disse...

O tal Guima deve ser nomeado urgente para o futuro cargo de assessor para piadas indecentes e sem graça, cujo titular será Silvio "deixa que eu chuto" tendler, pois este CONFIRMOU, VIU GUIMINHA, QUE LULA DISSE AQUILO,APENAS ALEGOU QUE FOI UMA PIADA, OK, SEU PATETA!AGORA, O PRÓPRIO MENINO DO MEP JÁ SE RECUSOU 2 VEZES EM SIMPLESMENTE INOCENTAR LULA, POIS ALEGA QUE SUA RELIGIÃO NÃO PERMITE MENTIR.SERÁ QUE TÁ DIFÍCIL ENTENDER OU QUER QUE EU DESENHE,Ô PATETÃO.uLTIMA QUESTÃO PARA VER SE VOCÊ PODE ASSESSORAR TENDLER NO FUTURO MINISTÉRIO : (genro,do lula, é parente ?) kkkkkkkkk

Anônimo disse...

Que filho o Brasil pariu!