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Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


terça-feira, 24 de novembro de 2009

Posição do Brasil Sobre Eleição de Honduras Está Longe de Ser Razoável


Lula deve ter prometido mundos e fundos para Zelaya continuar no poder. Mas ele não vai, porque a maioria do povo não quer.

Brasil Contribui Para Eternizar o Impasse em Honduras


Um dos grandes princípios dos tempos modernos é o da razoabilidade. Há de se verificar diante das diversas alternativas a que é mais razoável, a que é mais crível, mais sensata, mais tolerante, mais proporcional, mais possível.

E a posição do Brasil em relação a não reconhecer o resultado da eleição pelo voto universal que vai se realizar em Honduras no próximo domingo está longe de ser razoável.

Os EUA já disseram que vão apoiar as eleições e o resultado das eleições de domingo. Marco Aurélio Garcia disse que o governo Obama tem sabor de decepção.

Quem é Marco Aurélio Garcia para dizer insensatez desse tipo? O Brasil pretende o impossível: que Zelaya retorne ao poder e que -- a partir de então -- se realize eleições. Mas Zelaya -- e isso é importante -- não tem cacife popular para voltar ao poder. Se Zelaya tivesse apoio do povo hondurenho já estaria sentado na cadeira presidencial. Ele continua residindo na embaixada brasileira.

A solução mais sensata, mais razoável, mais crível é o voto universal que vai escolher o novo presidente de Honduras, com a participação de todos os partidos politicos.

Na verdade, o que está por trás disso tudo é que a esquerda -- que poderia participar das eleições -- vai fazer boicote e quem vai ganhar vai ser um candidato de centro direita. Isso não interessa aos movimentos bolivarianos, capitaneados por Chávez e que escolheu o governo Lula para o "cara" fazer uma espécie de "mediação bolivariana" para a crise do país centro americano.

Isso até pode fazer parte do jogo geopolítico latino americano, mas parece inquestionável que a posição do governo Lula extrapola o limite da razoabilidade. É isso o que está fazendo o governo brasileiro ao continuar apoiando um presidente que não tem mais poder e nem mesmo apelo popular e entrando no jogo equivocado do boicote às eleições de domingo, cumprindo assim o que determinou a agenda bolivariana.

Em outras palavras, o Brasil contribui para que o impasse em Honduras se eternize.

5 comentários:

Biú disse...

Não adianta, troll. Por mais que se esforce, você jamais chegará a uma mísera fração da estatura do Diário Gauche.
Sem contar que esse layout dessa sua porcaria de blog é pura viadagem.
Bem...é pra isso que o PSDB te paga, né?

guimas disse...

Vejamos: primeiro, temos um golpe de estado. O presidente é deposto e retirado do país. A oposição decreta toque de recolher, fecha rádios e jornais.

Aí, nesse entreveiro todo, o mesmo governo golpista realiza eleições no país.

E, como a situação não é o que a "esquerda bolivariana" pretende, as eleições passam a ser o mais puro exemplo de democracia.

Aqui no Brasil também tivemos eleições no período da ditadura. Super democráticas foram elas, não?

Não há impasse em Honduras. Há golpe de Estado. E nesse clima de regime de exceção se realizam eleições. E o problema é a intevenção de Lula.

Pfft. Mais um caso de anti-lulismo crônico.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Nunca concordei com o golpe em Honduras. Pode ver aqui no Blog. Quando aconteceu fui contra. Mas percebi depois que parte considerável do povo hondurenho - tal como fez o povo brasileiro com Collor -- concordou com o novo governo golpista. O que fazer quando parte considerável do povo concorda com o golpe? Zelaya não tem cacife e nem popularidade para reassumir o poder. Certa esquerda gosta mesmo é de ser rancorosa. Existe a oportunidade de passar por toda a crise com a realização das eleições. A esquerda vai boicotear as eleições assim como fez a direita na Venezuela. E isso é burrice. Não se pode fazer política com rancor e ressentimentos, há de se passar por cima disso e olhar para a frente.

guimas disse...

"Mas percebi depois que parte considerável do povo hondurenho - tal como fez o povo brasileiro com Collor -- concordou com o novo governo golpista. O que fazer quando parte considerável do povo concorda com o golpe?"

Olha, o Collor renunciou, e não teve golpe nenhum, então acho que a comparação não se aplica. Mas em toda democracia, uma parte "considerável" é contraria ao governo eleito e apoia deposição ou golpes. Aqui no Brasil isso aconteceu, e, não fosse a popularidade de Lula, teria acontecido novamente na época em que se revelou o escândalo do mensalão.

Faz parte da democracia respeitar as instituições estabelecidas. O governo golpista de Honduras não as respeita, e é no mínimo prudente desconfiar que estas eleições não serão legítimas.

"Certa esquerda gosta mesmo é de ser rancorosa. Existe a oportunidade de passar por toda a crise com a realização das eleições."

Por muito menos Chavez foi acusado de fraudar eleições, de praticar atos ditatoriais, etc. Em Honduras se fez tudo isso e muito mais. Eu não chamaria isso de rancor, mas de pessimismo e realismo. Dependendo de como as eleições forem conduzidas (o governo é golpista e não apegado à práticas democráticas, como já se viu) a crise vai se agravar.

"A esquerda vai boicotear as eleições assim como fez a direita na Venezuela. E isso é burrice."

Concordo, tremenda burrice. Mas a tua frase só prova que a certa esquerda pode ser tão imbecil quanto certa direita. Nada de novo debaixo do sol.

Pablo Vilarnovo disse...

Não houve Golpe em Honduras. E isso está o cerne da mudança de atitude de Obama para com o país.

Não é coincidência que Obama mudou sua politica para Honduras logo após o relatório da Biblioteca do Congress Americano afirmar com todas as letras que a saída de Zelaya do poder estava de acordo com a Constituição Hondurenha.

O que não consigo entender são os pretensos expecialistas que dizem "foi golpe" mas preferem distância de debater a constituição daquele país.

Em que base Maia e Guimas vocês podem dizer que foi golpe? Qual é a base jurídica para tanto?