Diversidade, Liberdade e Inclusão Social
Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
A Queda do Muro de Berlim e o Mundo Melhor e Possível
Peças de dominó vão ser derrubadas hoje na Frente da Porta de Brandemburg em Berlim.
A esquerda brasileira e latino americana, salvo raras exceções, nunca assimilou muito bem a queda do muro de Berlim. Prova cabal disso é o absoluto silêncio dos Blogs da nossa gauche a respeito de um acontecimento político de grande importância que ocorre hoje: faz 20 anos que o chamado 'muro da vergonha' foi derrubado.
E quem derrubou o muro, cara pálida? Ora, carambas, o povo unido que jamais será vencido.
Mas porquê mesmo que a esquerda latina não vê com bons olhos essas comemorações? Porque a queda do muro significa, também, o fim de uma utopia. Sonhar o sonho impossível foi sempre uma forma de revigorar os ânimos de uma certa ideologia e esse sonho foi para o espaço há exatamente 20 anos quando o sonho da igualdade socialista ruiu. Freud, muito antes disso, quando escreveu o Mal-Estar da Civilização já disse que, do ponto de vista psíquico, o ideal de igualdade é uma grande aberração. Não somos iguais e nossas diferenças devem ser respeitadas.
A partir da queda do muro a esquerda perdeu o foco de sua própria ideologia. É uma idéia que perdeu o sentido. Perdida levou tempos para se encontrar. Hoje, na distante américa latina, se ouve rumores de que um novo mundo é possível. Mas qual mundo melhor é possível?
Uma das críticas que sempre fiz em relação ao Fórum Social Mundial é exatamente esse: se critica o capitalismo, o mercado, a grande mídia e se defende a construção de novo mundo melhor e possível. Sou curioso e, pois, gosto de perguntar. E até hoje nunca recebi nenhuma resposta convincente do que seria exatamente esse mundo melhor e possível.
Uns dizem que esse mundo teria o controle social dos movimentos sociais organizados. Já pensaram o MST ter o controle dos meios de comunicação do Brasil? Ora, mas foi exatamente esse chamado "controle social", realizado pelos Stalinistas, pelas polícias secretas do regime, pelos camaradas organizados, que fez com que o povo unido que jamais será vencido se encarregasse de colocar abaixo o muro de Berlim. Ou seja, esse mundo melhor e possível que certa esquerda latino americana gosta de alardear por ai já caiu como pedras de dominó ou como castelo de cartas.
A data de hoje deve sim ser comemorada e nós, latino americanos, temos de estar em constante alerta acerca de movimentos que insistem em retomar as idéias mofadas do controle social sobre as iniciativas e os atos dos cidadãos.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
Maia,
O socialismo existente é um engodo. Serve apenas para beneficiar a minoria no poder. Há três anos atrás estive em Berlim e puder ver a melhoria causada ao massacrado povo alemão. Hoje estou em um dos países mais capitalistas do mundo e que é inclusive sede do templo do liberalismo (Organização Mundial do Comércio), e vejo que o respeito ao ser humano e o reconhecimento do trabalho são muito maiores do que no Brasil e do que nos países socialistas. Não dá nem para comparar com o que acontece nos países comunistas. Essa esquerda que apenas crítica e não aponta soluções dá no que deu em Berlim e em Porto Alegre. É muito fácil justificar sua incompetência atrás de chavões contra o mundo capitalista. Tenho uma pena do nosso Estado. Ficou para atrás. Ficou berrando no foro social. O pior é que os governos liberais que sucederam os bolcheviques petistas também foram e são lamentáveis. Fora Fogaça e fora Ieda também.
Abraço,
Terráqueo
Terráqueo... Conheci Berlim em 1986. Foi ali que meu sonho socialista ruiu. A antiga DDR era um país cinzento, triste, extremamente oprimido. A utopia socialista acabou. O capitalismo, apesar de tudo, tem condições de gerar ao povo as mesmas igualdades dos países socialistas. Eu acredito sim na utopia capitalista, da sociedade de consumo, onde o poder é difuso e diversificado e os direitos das minorias têm muito mais condições de serem respeitados. E no RS estamos sempre no eterno dualismo da política com raiva. E parece que vai continuar.
Sem querer parecer muito otimista, mas percebo (e a percepção é algo um tanto relativo, uma vez que tenho apenas três décadas de existência e apenas uma, no máximo, de, na falta de termo melhor, "consciência") que o mundo vem melhorando consideravelmente, principalmente depois da revolução industrial, em termos de conforto material, e da Segunda Guerra, em termos de direitos humanos.
A expectativa de vida de alguém nascido em qualquer lugar do planeta no sec XVIII não era algo muito reconfortante, tampouco os bens de consumo que estavam disponíveis. E durante a Segunda Guerra, a prática militar adotada pelo Ocidente, em tese os "mocinhos" do conflito, não era muito diferente da usada pelos "vilões" ("carpet bombing" e duas bombas atômicas em centros urbanos são coisas impensáveis atualmente).
Então, sim, acredito que o mundo está se tornando um lugar melhor e mais civilizado. E o capitalismo, com seu sistema baseado na liberdade contribuiu de forma definitiva para esta melhora.
Postar um comentário