Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Por Falar em Yoani


Coloquei no cabeçalho do Blog a foto da blogueira cubana Yoani Sanchez, redatora do Blog "generación Y" (em português). Ela é hoje uma personalidade mundial. Na última postagem dela ela fala que apesar do bloqueio econômico americano -- que considero uma grande burrice dos irmãos do norte, porque serve como justificação da dinastia Castro para manter a ditadura na ilha -- boa parte do que os cubanos consomem é Made in USA.



Made in USA


Faz um dias que a imprensa estrangeira revelou que com o chanceler espanhol Miguel Ángel Moratinos, viajou à Havana um recado da administração norteamericana. Sugeria-se aos nossos governantes que dessem alguns passos na melhoria das liberdades cidadãs para avançar em direção ao fim do desacordo. A piscadela não foi mencionada nos meios oficiais cubanos, que intensificaram por esses dias as críticas às sanções econômica impostas pelos Estados Unidos fazem cinquenta anos. São estas restrições comerciais - no meu juízo - tão torpes e anacrônicas que podem ser usadas como justificativa para o descalabro produtivo bem como para reprimir os que pensam diferente. Chama a minha atenção, certamente, que nas prateleiras dos mercados as etiquetas e os tetrapacks mostram o que o discurso antiimperialista esconde: boa parte do que comemos é “Made in USA”.
Nunca como agora havíamos estado tão dependentes dos vaivém que ocorrem em Washington ou Wall Street. A tão apregoada soberania desta ilha e o suposto exemplo de independência que ela mostra ao resto do mundo, oculta - na realidade - quão necessitados estamos dessa nação onde vivem milhares de nosso compatriotas. Na medida que as palavras de ordem políticas tornam-se mais enérgicas contra os yanquis, a população está mais dependente do fluxo econômico e migratório que se estabeleceu entre as duas margens. O estreito da Flórida parece separar-nos, porém na realidade há uma ponte invisível de afeto, apoio material e informação que une esta ilha ao terreno continental.
O sapateiro dos pobres nasceu um par de anos antes que os Estados Unidos rompesse relações com nosso país, porém a cola que usa para seus consertos é enviada por um irmão em Miami. A memória flash que aquele jovem leva pendurada no pescoço foi recebida de um “yuma” (americano) que fundeou o seu iate na marina Hemingway; a cabelereira da esquina pede as tinturas e os cremes de New Jersey. Sem essa corrente de produtos e remessas, muitas pessoas ao meu redor estariam na mendicância e no abandono. Até o whisky bebido pelos mais altos dirigentes do Partido exibe o inconfundível selo do proibido
.

3 comentários:

charlie disse...

A história da civilização praticamente se confunde com a história do comércio. Auto-suficiencia não é possível ou desejável. A depencia de todos para com todos obriga a uma boa relação, dificulta o estado de guerra e ajuda a derrubar preconceitos. Nao eh a toa que uma guerra entre paises democraticos eh uma absoluta raridade, mas bastante comum entre regimes nacionalistas e isolados.

Que Cuba escolha entre continuar isolada, socialista e atrada ou fazer parte do mundo civilizado.

charlie disse...

Eu amo o comércio. Eu amo a cooperação voluntária de povos e pessoas. Eu amo o capitalismo global e liberal!

\o/

charlie disse...

http://www.youtube.com/watch?v=d6vjrzUplWU Um vídeo de dois minutos. Recomendo!