E que a zebra corra solta.
Diversidade, Liberdade e Inclusão Social
Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Que em 2010 Aconteçam Coisas Incríveis
Plano Equivocado
Não viu, não leu, mas assinou
Lula faz na crise com as Forças Armadas o que fez no caos aéreo: empurra com a barriga. Sem condições de decidir entre Jobim e os militares, de um lado, e Dilma, Tarso Genro e Paulo Vannuchi (Direitos Humanos), de outro, ele simplesmente não decide. Foi para a Bahia e deixou a confusão no ar, até os ventos do novo ano.
Depois de lançar o terceiro Plano Nacional de Direitos Humanos, com ex-militantes de esquerda emocionados e Dilma chorando, Lula não tem ambiente político para revogar trechos do texto, como exigem Jobim e militares.
Eles reclamam que são parte diretamente interessada e que todas as suas sugestões foram ignoradas, produzindo um texto "desequilibrado" -que cobra todas as responsabilidades da área militar da ditadura e nenhuma dos seus opositores, entre eles os próprios Dilma, Tarso e Vannuchi. Como se a guerra continuasse, mas com um lado só armado. E não é o lado militar.
Cobrado por Jobim, Lula disse o de sempre: assinou o decreto, mas não viu, não leu e não sabia de nada.
Andava muito ocupado com Copenhague. Mas, como é contra revanchismo, tomaria uma atitude. Lula disse e Jobim reproduziu para os comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica, que entenderam como uma decisão de mudar o texto. Entenderam errado. Lula não vai revogar uma vírgula, só pretende esvaziar os tópicos críticos na implementação do plano.
O seguro morreu de velho, e um oficial adverte que "intenções são intenções, e o que vale é o que está escrito". Ou seja, o plano.
O risco é que, na hipótese de vitória de Dilma em 2010, em vez de negociarem com Lula e tendo o marechal Jobim como ministro, os militares vão ter que engolir a "ex-guerrilheira" (como dizem), tendo um petista qualquer na Defesa.
Lula viajou, mas a crise continua.
No mínimo, a crise de desconfiança de lado a lado, com Jobim louco para jogar o quepe e tirar a farda.
Artigo de Eliane Cantanhêde na Folha de hoje.
O Caso Clarin e o Direito de Não Querer Saber
Marcela e Felipe filhos adotivos da dona do El Clarin, Ernestina Herrera de Noble
Diante de tão esclarecedores argumentos de leitores deste Blog, o redator deste depósito coloca suas sandalhas da humildade e reconsidera o que disse no post "Um Exame Justo", sobre o exame de DNA dos dois filhos adotivos da proprietária do grupo de mídia argentino El Clarin, onde disse que é direito indisponível dos avós saberem quem são seus netos.
O bonito do direito é exatamente isso, quando todos têm direito há de se ponderar, de se mitigar, de se aplicar princípios universais, de verificar o que é mais razoável. E, no caso, o que é mais razoável? Primeiro, ninguém pode ser submetido a exame quando não quer. Segundo, os direitos dos filhos de pais desaparecidos vêm antes do dos avós. São eles, os filhos, que devem escolher ou decidir se querem ou não fazer o exame e nem podem ser forçados pelo Estado, mesmo que através da Justiça a fazer exame de DNA. Terceiro, existe, também, neste caso, o direito de não querer saber. Os dois jovens, que não são menores, têm o direito de não querer saber o que aconteceu acerca de seu passado. Se os pais adotivos foram cúmplices do governo militar e adotaram as crianças -- filhos de desaparecidos políticos -- de forma irregular, o estrago já está feito. Cabe exclusivamente a esses filhos, porque se trata de direito personalíssimo e indisponível de saber ou não saber acerca do seu passado. Só eles podem decidir e mais ninguém.
De qualquer forma, trata-se de uma interessante discussão moral e jurídica e coloco abaixo o depoimento de leitores do Blog que me auxiliaram a refletir melhor.
Terráqueo disse.
30 de dezembro de 2009 12:3
O bonito do direito é exatamente isso, quando todos têm direito há de se ponderar, de se mitigar, de se aplicar princípios universais, de verificar o que é mais razoável. E, no caso, o que é mais razoável? Primeiro, ninguém pode ser submetido a exame quando não quer. Segundo, os direitos dos filhos de pais desaparecidos vêm antes do dos avós. São eles, os filhos, que devem escolher ou decidir se querem ou não fazer o exame e nem podem ser forçados pelo Estado, mesmo que através da Justiça a fazer exame de DNA. Terceiro, existe, também, neste caso, o direito de não querer saber. Os dois jovens, que não são menores, têm o direito de não querer saber o que aconteceu acerca de seu passado. Se os pais adotivos foram cúmplices do governo militar e adotaram as crianças -- filhos de desaparecidos políticos -- de forma irregular, o estrago já está feito. Cabe exclusivamente a esses filhos, porque se trata de direito personalíssimo e indisponível de saber ou não saber acerca do seu passado. Só eles podem decidir e mais ninguém.
De qualquer forma, trata-se de uma interessante discussão moral e jurídica e coloco abaixo o depoimento de leitores do Blog que me auxiliaram a refletir melhor.
Considero muito relativo esse direito ao exame de DNA. Se estivermos diante de menores, concordo com a sua opinião. Todavia, considero que os descendentes quando adultos podem recusar tal constrangimento, se não tiverem interesse em ser parte de uma nova família. O tempo não volta e esses novos laços podem ser extremamente desagradáveis.
Bípede Falante disse...
Tomara que não sejam filhos desses avós que em nome de seu sangue, submetem os pretensos netos a uma violência incomensurável, acreditando que podem ser para eles uma família quando, para isso, pretendem destruir a única que eles agora conhecem. O que restará se ficar comprovado que os pais adotivos foram coniventes com a morte de seus primeiros pais? Esses avós querem tornar órfãos os netos pela segunda vez. Isso não se faz com quem se ama. Imagino que não amem uma vírgula esses jovens.
30 de dezembro de 2009 23:00
Coagir judicialmente um cidadão plenamente capaz a fazer exame DNA para averiguar ascendência contra sua vontade é ofensa gravíssima. Um legítimo tapa na cara!
30 de dezembro de 2009 23:55
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
A Sorte de Ser Viúva
Um Bom Livro Para o Ano-Novo
Nestas merecidas férias de fim de ano gosto de devorar livros. Atualmente estou abocanhando a viúva Clicquot. Sim a viúva que dá o nome ao famoso e caro champagne. Trata-se da vida de Barbe Nicole Clicquot de Ponsardin que nasceu um pouco antes da revolução francesa. Ela tinha 11 anos em 1789 e era filha de burgueses industriais -- não de vinhos e champagnes -- da indústria têxtil. A família era proprietária do famoso Hotel Ponsardin, no centro de Reims, no coração da região de Champagne, França. Barbe-Nicole se casou com François Clicquot, de família de vinicultores que tinha extensa propriedades na área nobre da Champagne. François morre, de febre tifóide, aos 30 anos. E a viúva assume o comando da indústria de champagne, que era uma novidade e estava em ascensão apesar das limitações impostas pelas guerras napoleônicas. Napoleão era grande amigo do concorrente, os Möet que tinham mais facilidade nos comércios e nas complicadas exportações.
Barbe-Nicole, por ser viúva, tinha mais condições de administrar do que uma mulher casada, que necessitava sempre da outorga do marido, na época do código napoleônico. Mas o mercado não era para qualquer um. A viúva aprendeu, com as complicadas vicissitudes e limitações daquela época, a linguagem e o segredo do bom negócio.
O livro - editado no Brasil pela Rocco -- da americana, fanática por champagne, Tillar Mazzeo, é bem interessante exatamente por isso, porque mostra como era o comércio e o mercado na França pós revolução francesa e as dificuldades e preconceitos que as mulheres carregavam. Uma coisa parece ser certa, Barbe Nicole, a Viúva Clicquot, não teria feito o sucesso que fez, se não fosse viúva.
Barbe Nicole Clicquot Ponsardin, a veuve Clicquot.
Um Exame Justo
Marcela Noble Herrera ao sair do local onde fez exame de DNA em Buenos Aires, Argentina.
Os herdeiros do grupo de mídia argentino "Clarin", Marcela e Felipe Noble Herrera que foram adotados pela proprietária Ernestina Herrera de Noble se submeteram ontem, por determinação judicial, a exames de DNA. Eles foram adotados em 1976 durante o governo de Jorge Rafael Videla e tudo indica que são filhos de militantes de esquerda que foram presos, torturados e mortos durante a ditadura militar. Quem moveu a ação foram as avós da Plaza de Mayo e as amostras de sangue serão comparadas apenas com de duas famílias que alegam tê-los como descendentes, segundo informação da Folha de ontem.
Apesar de ser contra a política que o governo Cristina K. vem adotando em relação ao Clarin acho esse exame absolutamente justo. É direito indisponível de qualquer ascendente saber se determinada pessoa é seu descendente. E é sabido que muitos filhos dos desaparecidos políticos na Argentina daquela época foram entregues para famílias de militares e de grandes empresários.
E nem mesmo a anistia, que passa a borracha do esquecimento nas manchas e ressentimentos causadas no passado, é capaz de impedir esse direito absoluto e indisponível. Agiu bem, portanto, a Justiça argentina.
Se o exame for positivo e se demonstrar que Marcela e Felipe -- que já são maiores -- são mesmo filhos de desaparecidos políticos o que poderá acontecer? Ora, caramba, vai depender exclusivamente de Marcela e Felipe. Eles é que poderão optar se querem ou não estabelecer algum tipo de vínculo.
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Qual o Melhor Presidente do Brasil?
O site Terra está fazendo uma enquete.
Qual o melhor presidente da história do Brasil, pós 1930?
Lula ganha seguido de FHC.
Considero o resultado -- que já tem mais de 1 milhão de pontos -- absolutamente normal.
O resultado, por enquanto, é o seguinte:
1. Luís Inácio Lula da Silva
342740 ptsvotar:
2. Fernando Henrique Cardoso
262080 pts
Você já votou
3. Juscelino Kubitschek
196030 ptsvotar:
4. Getúlio Vargas
158660 ptsvotar:
5. João Goulart
81570 ptsvotar:
6. Itamar Franco
70660 ptsvotar:
7. Fernando Collor
61700 ptsvotar:
8. José Sarney
41180 ptsvotar:
O Brasil de Nossos Dias
As bicicletas de aluguel da Rio Tur
Quando estive no Rio de Janeiro em março fiquei impressionado com o serviço de aluguel de bicicletas na orla da zona sul. Juro que pensei: enfim o Brasil está entrando na onda do primeiro mundo, pois estamos implantando um modelo que é um sucesso em Paris e nas cidades civilizadas. O sujeito retira a bicicleta no início de Copacabana e devolve no Leblon.
Só que o Brasil não é a França.
56 bicicletas foram furtadas em meados de dezembro e o serviço foi suspenso.
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