Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Irresponsabilidade Fiscal em Ano Eleitoral



Herança Futura

O governo Lula aumentou as despesas de governo em 16%, considerando o mesmo período de janeiro/setembro de 2009, sendo que 4% para investimentos e o grosso do aumento  (mais de 30%) foi com as despesas de pessoal, Previdência (32%) e custeio (20%), que são permanentes e crescentes, informações da coluna do Delfim, na Folha de hoje.

Parece que essa vai ser uma das grandes heranças lulista, o aumento do gasto público. O tempo dirá, porque quem vai pagar essa conta. Somos nós, os viventes.

E a tendência é que essas despesas aumentem; com o novo pacote de bondades para o ano eleitoral que está sendo anunciado, aumento do salário mínimo, dos aposentados e do investimento do PAC.

O interesse do governo Lula no ano de 2010 não vai ser o da responsabilidade fiscal, mas da eleição da Dilma que já tem. segundo Data Fllha, 23% dos votos.

Qual a capacidade de transferência de votos que Lula pode dar para Dilma?

Segundo a Folha: . Uma análise mais detalhada da última pesquisa Datafolha mostra que há 15% de brasileiros que manifestam o desejo de votar no candidato apoiado pelo presidente, mas não sabem ainda que Dilma é sua escolhida, deixando de optar por ela.


Este percentual equivale, em termos quantitativos, à diferença que mantém José Serra (PSDB, 37%) na liderança do quadro mais provável de candidaturas nesse momento, formado ainda por Ciro Gomes (PSB, 13%) e Marina Silva (PV, 8%).

O foco do governo Lula vai ser esse. Assim ele vai trabalhar no ano de 2.010 para emplacar Dilma.

Alguma dúvida?



  Foto de ontem,  Lula da Silva, a ministra Dilma Rousseff e o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (dir), são cumprimentados pela população no Complexo do Alemão, na zona norte carioca, durante inauguração de unidades habitacionais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Lula elogiou a parceria com o Cabral

4 comentários:

charlie disse...

Vamos falar em números, então. Aumento de 16% em gastos públicos? Durante a era Lula a carga tributária do país teve um aumento recorde de 12,37%, consumindo 35,80% de tudo que é produzido no país. 35% do PIB? Isso não é arrecadação de tributos para administração do país, é puro e simples confisco. É carga de país escandinavo com uma contrapartida de país africano. E ele promete a geração de "milhões" de empregos para o ano que vem. Como? O custo do país está aumentando, e a tendência de um alto custo é um alto índice de desemprego ou trabalho informal.

O Guimas, claro, vai discordar.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Charles, estava falando ontem com um amigo que esteve na França recentemente. Ele estava me dizendo, cada vez que ele viaja mais ele consegue enxergar como o Brasil ´continua engatinhando. Quanto tempo estamos fazendo a reforma da Br 101? Passa veraneio e tudo continua como sempre está. Quanto tempo faz que iniciou a obra de duplicação da Pelotas - Rio Grande, que é uma rodovia importantíssima para o desenvolvimento do RS.
E nada termina, e tudo demora, e a corrupção corre solta.. Este país é mesmo uma m.... Sorry pela franqueza.

charlie, o indignado disse...

Fico triste por saber que o potencial do país é enorme. Os recursos são inacreditáveis. O povo é trabalhador. A arrecadação é alta. E mesmo assim o país não decola.

E fico indignado ao ver pessoas creditando nosso pequeno crescimento ao atual presidente, como se o cara tivesse feito algo meio mágico. Confundir causa e efeito é fácil, e acredito que o crescimento ocorreu apesar de nossos administradores, não em função deles.

O crescimento é resultado do suor de um povo que trabalha pra cacete, de pessoas que arriscam seu dinheiro em negócios que geram emprego e riqueza. São os filhos do Brasil é que mantém este país de pé. Não os demagogos, os mensaleiros, os incompetentes e os ignorantes que ocupam os cargos da administração pública.

Carlos Arruda disse...

Durante 15 anos, como repórter, cansei de entrevistar “consultores” e “economistas” que defendiam: o Brasil precisa fazer a “lição de casa”. Os anos 90 foram assim: “lição de casa”! Eu tinha engulhos a cada vez que ouvia essa expressão. Perdi a conta de quantas vezes isso foi ao ar na TV brasileira – como uma pobre metáfora de nossa subserviência...
A turma da “lição de casa” pregava: “superávit primário”, “controle dos gastos públicos”, “autonomia do Banco Central” (como se o BC fosse uma instituição acima do governo, quando ele é mantido com nossos impostos, e deve estar subordinado ao governo de turno) etc etc etc.
Isso tudo virou lixo depois da crise de 2008.
No primeiro mandato, Lula ampliou um pouco os gastos sociais (“esmola”, diziam), mas manteve a ortodoxia na economia.
No segundo mandato, livre de Paloccci, o governo ampliou sua atuação como indutor do desenvolvimento. Mantega conduz uma política livre das amarras da turma da “lição de casa”.
Hoje mesmo, véspera de Natal, Mantega está nos jornais a dizer que Banco Central não precisa ser autônomo, coisa nenhuma!
A turma da “lição de casa” não gosta disso.
A turma da “lição de casa” não gosta de Keynes. O sábio economista dizia (groso modo, perdoem minha simplificação) que a equação da economia se resolve quase sempre pela demanda, não pela oferta. Se há crise, estimule-se a demanda, e a roda volta a girar.
Foi o que Mantega fez em 2008 – com isenção fiscal para carros, linha branca etc. Lula também pediu aos pobres que seguissem comprando. E deu certo.
Deu certo porque Lula havia criado as bases de um imenso mercado interno de consumo: “bolsa-família”, salário mínimo com ganho real, reajuste para funcionalismo...
Tudo isso contraria a cartilha da “lição de casa”.
Vejam: o governo (com Mantega, no meio da crise) adotou políticas de isenção de impostos (“populismo” berraram alguns colunistas), e ainda assim a arrecadação voltou a crescer. Número de novembro indica aumento de 26% em relação a novembro de 2008 - http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u670008.shtml.
A turma que torce pela “deterioração das contas públicas” não deve estar entendendo nada.
Lula fingiu adotar a política fernandista. Mas superou essa política, sem alarde.
Lula fez o que Celso Furtado e Maria da Conceição Tavares pregaram durante anos e anos! Lula construiu um mercado interno de verdade.
Serra – que não é tonto, e não é um “liberalóide” radical – sabe que não pode fazer campanha pregando “controle dos gastos públicos”. Isso servia para enganar a turma nos anos 90. O Brasil mudou. E o Serra sabe disso. Mas o Alexandre Garcia (com a turma mais tosca da UDN) não sabe.
Nem Obama mais acredita na doutrina liberal. Obama salvou a GM e alguns bancos com grana pública. Obama não fez a “lição de casa”?
Só a banda de música (na Globo e em alguns jornais) ainda segue a velha cartilha. É o passado, que se recusa a passar.
O passado será atropelado pelos fatos.
Ainda mais quando lemos que – com o reajuste para R$ 510 – o mínimo vai atingir o maior patamar em quase 3 décadas.
Lula colocou o capitalismo brasileiro em novo patamar. Os toscos capitalistas (ou aqueles que pensam representar os capitalistas, nas telas e nos jornais) não perceberam.
Dessa vez, a UDN vai ficar falando sozinha.
O suicídio dessa vez virá do outro lado. É a UDN que vai meter uma bala no peito se continuar se recusando a enxergar a realidade.
Azar da UDN.
PTB e PSD – se tiverem juízo – seguirão juntos, isolando a direita e mantendo o Brasil na rota do crescimento. Isso apesar de todos os problemas e insuficiências do governo Lula. É preciso – sim – fazer a crítica do governo Lula, pela esquerda. Mas sempre reconhecendo seus avanços.
Tudo leva a crer que Lula não vai se igualar a Getúlio. Não. Vai é superá-lo. Sem golpe, sem bala no peito. Tudo no voto.
É demais para a UDN. Coitadinha...

Rodrigo Viana