Diversidade, Liberdade e Inclusão Social
Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Um Exame Justo
Marcela Noble Herrera ao sair do local onde fez exame de DNA em Buenos Aires, Argentina.
Os herdeiros do grupo de mídia argentino "Clarin", Marcela e Felipe Noble Herrera que foram adotados pela proprietária Ernestina Herrera de Noble se submeteram ontem, por determinação judicial, a exames de DNA. Eles foram adotados em 1976 durante o governo de Jorge Rafael Videla e tudo indica que são filhos de militantes de esquerda que foram presos, torturados e mortos durante a ditadura militar. Quem moveu a ação foram as avós da Plaza de Mayo e as amostras de sangue serão comparadas apenas com de duas famílias que alegam tê-los como descendentes, segundo informação da Folha de ontem.
Apesar de ser contra a política que o governo Cristina K. vem adotando em relação ao Clarin acho esse exame absolutamente justo. É direito indisponível de qualquer ascendente saber se determinada pessoa é seu descendente. E é sabido que muitos filhos dos desaparecidos políticos na Argentina daquela época foram entregues para famílias de militares e de grandes empresários.
E nem mesmo a anistia, que passa a borracha do esquecimento nas manchas e ressentimentos causadas no passado, é capaz de impedir esse direito absoluto e indisponível. Agiu bem, portanto, a Justiça argentina.
Se o exame for positivo e se demonstrar que Marcela e Felipe -- que já são maiores -- são mesmo filhos de desaparecidos políticos o que poderá acontecer? Ora, caramba, vai depender exclusivamente de Marcela e Felipe. Eles é que poderão optar se querem ou não estabelecer algum tipo de vínculo.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
Considero muito relativo esse direito ao exame de DNA. Se estivermos diante de menores, concordo com a sua opinião. Todavia, considero que os descendentes quando adultos podem recusar tal constrangimento, se não tiverem interesse em ser parte de uma nova família. O tempo não volta e esses novos laços podem ser extremamente desagradáveis.
Tomara que não sejam filhos desses avós que em nome de seu sangue, submetem os pretensos netos a uma violência incomensurável, acreditando que podem ser para eles uma família quando, para isso, pretendem destruir a única que eles agora conhecem. O que restará se ficar comprovado que os pais adotivos foram coniventes com a morte de seus primeiros pais? Esses avós querem tornar órfãos os netos pela segunda vez. Isso não se faz com quem se ama. Imagino que não amem uma vírgula esses jovens.
Coagir judicialmente um cidadão plenamente capaz a fazer exame DNA para averiguar ascendência contra sua vontade é ofensa gravíssima. Um legítimo tapa na cara!
Pessoal, confesso que fui convencido. O direito dos filhos se sobrepõe, neste caso, ao dos avós.
Postar um comentário