Índios Charruas.
Do Blog da Bípede Falante copio e colo o seguinte post: É a imagem viva do que a ditadura do "politicamente correto" está fazendo nas escolas.
O Gosto do Ser Humano
Não tem jeito. Não dá para deixar barato. Está errado. É preconceituoso, quase xenofóbico. Foi assim que uma bípede latino-americana, prova viva da miscigenação racial, resolveu meter-se onde não devia: no tema de casa de seu pequeno bípede. O pequeno bípede, em um brevíssimo resumo, pode ser descrito fisicamente como um menino branco, de cabelos e olhos muito, mas muito mesmo, pretos. Pois bem, esse menino clarinho, de temperamento amistoso, pacífico por algum mistério, não por DNA, certo dia chegou da escola sentindo-se o último dos moicanos, culpado, réu confesso absoluto de um genocídio. A tal mãe bípede latino-americana, prova viva da miscigenação racial, a princípio, pensou tratar-se de um teatrinho, coisa do mundo mágico e manipulador da infância, e , sendo assim, não deu atenção ao falatório dramático. Mas as horas foram passando e a pequena criatura caindo em silêncio, e nada de querer comer um lanche, nem mesmo uma bolacha recheada, um balde de pipocas. Nada de querer assistir televisão ou jogar Playstation. Nada. Um único interesse percorrendo o um metro e trinta do magrelinha: fazer o tema e fazer para tirar a limpo a maldade humana, a maldade do terrível homem branco, o matador de índios. Mãe, eu sou um homem branco e os homens brancos são maus!
Ah, não, aí já era generalização demais até para uma bípede latino-americana, prova viva da miscigenação racial. Como assim os homens brancos são maus? De onde saiu essa idéia? Ora, de onde seria se não da moderna e afetiva escola particular, afeita aos mais avançados métodos pedagógicos e, pelo jeito, ideológicos, conceitos vigentes da formidável sociedade brasileira. Foi a prof. quem falou. E ela tem provas, está escrito no texto da minha pasta azul. O homem branco é o pior tipo de homem! Pois que estivesse impresso nas páginas também brancas do colégio. Não estava nas da história real nem na dos dois nem da bisavó Rabuzina, porque o pequeno bípede e sua mãe bípede latino-americana, prova viva da miscigenação racial, para quem não sabe, são descendentes em linha reta de uma selvagem índia charrua, caçada à cavalo e à cachorro por um espanhol e levada diretamente para o sagrado mundo dos padres jesuítas de São Miguel das Missões no sul do sul do Brasil. O nome real de tão nobre mulher segue desconhecido, perdido entre as ruínas. É provável que a ela tenham sido oferecidos um Maria e até um Madalena, mas, se sangue não é água, rios de laço tiveram de correr-lhe o lombo até o inusitado Rabuzina, de livre e espontânea vontade, ter sido aceito.
Mas voltando aos bípedes vivos, não tendo escolha e sentindo-se aviltada em sua parte branca e em sua parte colorida, a bípede mãe em questão decidiu fazer com o pequeno grande culpado homem branco o seu dever de casa. Uma tarefa direcionada de pesquisa sobre como vivem os dóceis índios agora e como viviam antes da chegada de vocês sabem quem, a ser apresentada em aula para os outros terríveis homens brancos de um metro e trinta. Sem problemas. Mamãe ajuda e sem a mínima maldade ou sacanagem porque mamãe é boa parte indiazinha, uma pão de mel dos trópicos, então, tem isenção e inocência e um coração e carta indígenas, indigeníssimos, para tratar do assunto. E por se interessar, de verdade, há um bocado de tempo, pelo tema, levou pela mão e pelo teclado o seu pequeno bípede ao popular universo do canibalismo brazuca. De Hans Staden ao site da Funai, dos rituais de batalha ao tratamento dispensado aos prisioneiros, de como os covardes e doentes eram descartados do privilégio de serem almoço ou jantar, de como as tribos guerreavam entre si, matando a torto e a direita quem encontrasse pela frente, todas as aventuras e segredos foram sendo revelados aos espantados olhos pretos do pequeno grande culpado bípede. E o pequeno grande culpado bípede, a cada página lida, foi absolvendo-se, entendendo a maldade humana e não branca ou colorida e, sabe-se lá porque motivo - a bípede latino-americana, prova viva da miscigenação racial jura não ter sugerido nada - preparou o seu texto de apresentação para os colegas, sorrindo e murmurando, ah, essa a professora vai ver.
4 comentários:
Hoje em dia está acontecendo um racismo muito grande às avessas. Há alguns anos em Londres assisti um grosseiro funcionário de um Mc Donalds ofender um cliente chamando-o de "branquinho". Adorei que o cliente meteu a boca e o acusou de racismo aos sete ventos. Também na África é nítido o ódio que ele têm dos brancos. Uma vez uma amiga minha pediu que um homem parasse de nos seguir e exigir dinheiro. Ele começou a gritar racistas, voltem para o Brasil. Não fomos linchados por pouco. Eles ainda tem muito ressentimento com relação aos brancos, principalmente os descendentes dos portugueses que tanto mal lhes fizeram. Espero que em algumas décadas os homens se humanizem e parem efetivamente com esses ensinamentos racistas, visíveis não apenas em piadas pouco inteligentes, mas até nas boas escolas que hoje enaltecem as outras raças esquecendo-se que o homem, seja de qual cor ou crença, é um ser violento e cruel. Todos os povos e raças cometeram atrocidades. Não sobra ninguém se examinarmos a fundo.
É justo fazer política de inserção social, mas sem ressentimentos e rancores. Um estado não pode alimentar esse tipo de antagonismo, nem seus professores.
Pelo que li no texto da Bípede, ela não tem porque se preocupar: o pequeno bípede não é "homem branco". É um mestiço.
@Terráqueo e Maia:
Concordo que a utopia a ser alcançada é esta: o homem (de qualquer raça) é violento, e não há sentido em fazer distinção entre as diferenças em nosso genótipo.
Só, note bem, Maia, o ressentimento e o rancor no texto da bípede não está somente no professor.
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