Gaúcho Oriental - Movimento no Parque da Redenção em Porto Alegre -- que encarna o espírito guasca, vibrante e lutador e que nunca se entrega.
Dizem que no Rio Grande do Sul -- Estado que aboliu do dicionário a palavra "convergência" -- se vive clima de denuncismo movido por ações políticas.
O PMDB lançou hoje nota dos jornais alertando a população gaúcha, assinada pelo Simon.
O Tarso é candidato a governador. É ministro da justiça do "filho do Brasil" e tem o comando da Polícia Federal e que investiga eventuais falcatruas. A Bancada estadual do PT na Assembléia tem a relatoria - exercida por uma complicada deputada - da CPI que investiga as fraudes investigadas pela PF: Operações Rodin e Solidária.
Estaria, portanto, havendo um intercâmbio "além do normal" entre a bancada do PT gaúcho e a PF, tudo sob o comando de Tarso Genro que tem sim interesse em desestabilizar os governos Yeda e Fogaça.
A vitima agora parece ser Fogaça por conta de uma licitação numa autarquia municipal. O DMAE.
A tese do PMDB gaúcho não é nem teratológica e, muito menos, estapafúrdia.
Uma coisa é certa, considerando o que já ocorreu. Não existe prova forte e conclusiva contra Yeda, mas apenas indícios. Não se pode comparar a situação de Yeda com a do Arruda. Este foi pego com a mão na massa. No caso de Yeda, nenhuma gravação de áudio ou vídeo surgiu. Apenas conversas paralelas, comentários, fofocas. Nada além disso. Tendo em vista esse contexto, não se justificava aquele show promovido pelo MP Federal, convocando imprensa e o escambau, para dizer -- diante dos holofotes reluzentes -- que Yeda, a governadora dos gaúchos -- é ré de um processo movido por improbidade administrativa com possibilidade de perda de cargo e bloqueio de seus bens pessoais. E se disse que os réus, incluindo Yeda, não teriam sossego.
Pronto, o prejuízo já está causado e não tem volta. Ponto, muitos pontos para Tarso que ganha -- e muito -- com isso.
Meses depois o TRF da Quarta Região decidiu que Yeda não pode ser ré neste processo. E a Justiça já havia decidido antes que acerca da inexistência de prova e, pois, não determinou o bloqueio de nenhum bem, nem a casa, muito menos o puff.
Que interesses moveram o MPF para construir e montar a ação contra Yeda e fazer um show na frente da mídia? Nunca antes na história do Rs aconteceu fato igual. Tudo é muito extraordinário. A democracia tem seus limites. Não faz parte das regras democráticas que um procurador federal- com poderes e responsabilidades institucionais - ingresse com ação judicial pleiteando, inclusive, a destituição do cargo de uma governadora eleita pelo povo apenas com base em indícios e fofocas.
Quando a prova é cabal -- e Arruda foi filmado recebendo grana suja -- tem mesmo é que denunciar. Quando a prova é frágil tem de se investigar. E o ato de investigar compete a Polícia Federal e ao MP Federal e que não pode ser movidos por interesses políticos do Sr. Tarso. Parece ser esse o caso do denuncismo na República de São Pedro.
5 comentários:
"Uma coisa é certa, considerando o que já ocorreu. Não existe prova forte e conclusiva contra Yeda, mas apenas indícios. Não se pode comparar a situação de Yeda com a do Arruda."
Contra Yeda, pessoa física, ou contra governo Yeda? Da primeira, pouco me importa, apesar da compra da casa ser uma piada de mau gosto em cima dos gaúchos.
Do governo Yeda, provas estão abundantes de que seu governo praticou inúmeros ilícitos - os do Detran são inequívocos e indicam para a participação da governadora. Nada explícito, mas, como tu disseste, há indícios (muitos).
"Quando a prova é cabal -- e Arruda foi filmado recebendo grana suja -- tem mesmo é que denunciar. Quando a prova é frágil tem de se investigar. E o ato de investigar compete a Polícia Federal e ao MP Federal e que não pode ser movidos por interesses políticos do Sr. Tarso. Parece ser esse o caso do denuncismo na República de São Pedro."
Quais são as provas, mesmo, que o PMDB tem de que Tarso está usando a PF para criar este clima de denuncismo aqui no RS? Quer dizer que, para criticar o denuncismo, o PMDB denuncia uma suposta ação irregular do favorito às eleições do ano que vem?
Simon já foi mais esperto. Deve ser senilidade, dele e dos que compram esse discurso.
Yeda fez o que os gestores públicos no Brasil fazem: passam para os partidos políticos as indicações e as gestões das estatais. Foi assim que ocorreu no Detran que Yeda passou ao PP do Germano. Fato que já ocorria antes no governo Rigotto. É o que o Busatto disse na conversa gravada pelo vice Feijó: o governo rateia entre os partidos aliados os cargos e as gestões das estatais. Isso ocorre no Rs e ocorre no Brasil do Pt que prometeu um país decente. O correio ao PTB, a Petrobrás ao PT, o setor energético ao Sarney e assim vai. O PP, sob a batuta do Otávio Germano, fez sim falcatruas e picaretagens no Detran. Yeda sabia? Acho que ela sabia da terceirização, aprovada por parecer da PGE, uma vez que o picareta Lair Ferst foi retirado do esquema -- durante o governo da Yeda. Ele queria voltar e tentou apelar a ela e seus secretários. As conversas gravadas são nesse sentido.Não existe, na verdade, nem mesmo indício de provas do envolvimento direto e pessoal de Yeda no caso. Houve equívoco administrativos, mas isso, por si só, não justifica pedidos de impeachment, afastamento de cargos e CPIs eleitoreiras.
"Houve equívoco administrativos, mas isso, por si só, não justifica pedidos de impeachment, afastamento de cargos e CPIs eleitoreiras."
Temos aí uma boa dose de boa vontade com o governo Yeda. Não foram só equívocos administrativos: tem indícios (pesados) de caixa dois na campanha, tem um vice que confirma esse caixa dois, tem o Busatto dizendo que os partidos usam os cargos pra financiar campanhas por fora. Tudo isso envolvendo o PSDB (da Yeda), o PMDB (do Simon), o PP, o PPS.
E os envolvidos no caso do Detran falam da "progenitora maior", e etc., levando a entender que o caso era combinado com Yeda. Eu sei que isso não é prova de nada, mas quando temos integrantes do governo agindo assim, só se pode investigar.
Concordo que a CPI tem caráter eleitoreiro, mas tem uma utilidade grande: deixou o PSDB embretado, e expôs o apoio da mídia gaúcha à Yeda e seus aliados.
"Pt que prometeu um país decente"
Não tenho notícia de algum partido que tenha prometido um país indecente na campanha. Yeda também prometeu um "novo jeito de governar", e não inovou nem nos desvios.
O que mais me incomoda no governo Yeda é o desrespeito às instituições, ao estado de direito: está se agindo como se todo mundo soubesse que tem maracutaia na jogada, e que é assim que deve ficar, que não devemos falar do assunto. A PF descobre esquemas de desvios de dinheiro, e o Simon diz que o problema é que o Tarso é Ministro, e por isso estão investigando. Ou seja, o problema não é o esquema de corrupção, mas a investigação. Considero isso uma imoralidade, um desrespeito aos cidadãos.
Ontem ouvi a entrevista do Simon, Guimas, e ele isentou o Tarso: Disse que quem está fazendo isso são os companheiros dele. Sou crítico do governo Yeda, da pessoa da Yeda, acho que ela errou muito por total falta de habilidade política. E o RS é exatamente o que está acontecendo neste final de brasileirão: o Grêmio, com meu apoio, quer perder para o Flamengo para que o Inter não seja campeão. Na política ocorre o mesmo.
Bah, Maia, essa analogia com futebol é pra lá de fajuta.
E não é só a Yeda que não tem habilidade política. É ela, seu partido, e seus aliados, que só se sustentam hoje com blindagem da mídia.
Por outro lado, o que o Simon fala do Tarso continua irrelevante. O que ele quer implicar é que as investigações são políticas. E não são, tem desvio de grana, tem corrupção e não se fez muita força pra esconder. Só não tem vídeo que nem tem do Arruda.
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