Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


quarta-feira, 12 de setembro de 2007

A Direita Retrógada

Na entrevista que a filha do Allende deu ao Roda Viva na última segunda-feira ela elogiou a FIESP que patrocinou uma exposição sobre o acervo em homenagem a Salvador Allende realizada em São Paulo em março de 2007. Ela disse que a direita chilena e o grande empresariado jamais patrocinaria ou financiaria algum evento em homenagem a Allende. Ela também disse que o governo de Bachelet está distribuindo gratuitamente a pílula do dia seguinte e que a direita chilena -- que não faz parte da concertación -- faz um alarde bárbaro alegando que essa pílula é abortiva.

Nas décadas passadas, quem era a favor do aborto geralmente era esquerdista. Hoje o aborto é defendido tanto por setores da esquerda como da direita. E existem também esquerdistas que são contra o aborto e contra o controle da natalidade, sob o argumento de que isso se caracterizaria uma limpeza étnica.

Li recentemente o livro do filósofo francês Luc Ferry, "aprender a viver", e ele se diz que teve sua formação ligada à direita. Ferry foi ministro da educação do Chirac e foi autor daquele polêmico projeto de proibir símbolos religiosos e que parece que deu certo, porque diminuiu a intolerância nas salas de aula. Ferry faz parte de uma direita sensível e moderna que hoje é popular na França -- este país revolucionário -- que elegeu Sarkozy, que é da mesma estirpe.

Ferry, Chirac e Sarkozy como Angela Merkel não fazem parte da direita retrógada.

A direita retrógada é a que admira Pinochet, que adota o fundamentalismo religioso, é que apoia incondicionalmente o troglodita do Bush. No meio do maniqueísmo existente entre direita e esquerda -- e que é sempre alimentado generalizado e confundido pela extrema direita e pela extrema esquerda -- navegamos por esse largo espaço que existe entre o 8 e o 80.

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