Nas décadas passadas, quem era a favor do aborto geralmente era esquerdista. Hoje o aborto é defendido tanto por setores da esquerda como da direita. E existem também esquerdistas que são contra o aborto e contra o controle da natalidade, sob o argumento de que isso se caracterizaria uma limpeza étnica.
Li recentemente o livro do filósofo francês Luc Ferry, "aprender a viver", e ele se diz que teve sua formação ligada à direita. Ferry foi ministro da educação do Chirac e foi autor daquele polêmico projeto de proibir símbolos religiosos e que parece que deu certo, porque diminuiu a intolerância nas salas de aula. Ferry faz parte de uma direita sensível e moderna que hoje é popular na França -- este país revolucionário -- que elegeu Sarkozy, que é da mesma estirpe.
Ferry, Chirac e Sarkozy como Angela Merkel não fazem parte da direita retrógada.
A direita retrógada é a que admira Pinochet, que adota o fundamentalismo religioso, é que apoia incondicionalmente o troglodita do Bush. No meio do maniqueísmo existente entre direita e esquerda -- e que é sempre alimentado generalizado e confundido pela extrema direita e pela extrema esquerda -- navegamos por esse largo espaço que existe entre o 8 e o 80.
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