Dona Yeda foi eleita com um discurso único: arrumar o complicado cobertor curto das receitas e despesas do Estado do RS. Foi isso que ela prometeu para o povo gaúcho que votou nela e lhe deu um voto de confiança. A dívida do RS vem de muito tempo e de muitas administrações sucessivas que não enfrentaram, como deveriam enfrentar, o cobertor curto das finanças.
O que fazer diante desse impasse? Não existe milagre. Dona Yeda tem de racionalizar despesas, profissionalizar gestão e focalizar a atividade do Estado nos serviços prioritários: educação, saúde e segurança.
O governo tem de racionalizar a máquina pública, como está fazendo, com alguma coragem, no caso da Emater. Injustiças vão ocorrer, é evidente que vão. Mas será mesmo que a Emater, essa entidade privada, necessita mais de 1000 servidores? Será que ela não pode fazer o que faz com menos pessoas?
Dona Yeda poderia também pensar em relação às autarquias e fundações e também poderia cortar -- e muiiiito -- os cargos de confiança, os famosos CC´s. Será que o RS precisa mesmo de tantas autarquias e fundações? E a quantidade de cedências que existem entre os órgãos da administração direta e indireta, elas não podem ser revistas?
Exite no Estado -- e todo mundo sabe disso -- muitos órgãos mal administrados e que se socorrem mensalmente do combalido erário público. Dinheiro que poderia ser encaminhado para melhorar o salário dos professores estão indo para essa inesgotável fonte de ineficiência.
O governo está mandando para exame da Assembléia Legislativa um orçamento realista que vai contar, segundo dizem, com os recursos que estão efetivamente disponíveis. Essa é uma grande novidade, porque os últimos governos fizeram orçamentos irreais e demagógicos e alimentaram e muito a dívida do Estado.
Uma coisa é certa, nenhum outro governo enfrentou, como vem enfrentando Dona Yeda, a questão financeira. Olívio e Rigotto simplesmente empurraram a dívida com a barriga. Nada fizeram nesse sentido. Yeda, ao menos, está fazendo. Mas a oposição é forte e impiedosa e Dona Yeda encontra queixas, inclusive da complicadérrima base aliada que tem seus interesses do empreguismo e do baixo nível dos servidores que indica para os cargos em comissão em troca de apoio político, como a servidora companheira de Macalão, indicada por um partido nanico.
2 comentários:
O caso Emater é bem ilustrativo do que ocorre no governo. É uma empresa privada, que presta serviços ao governo. E paga impostos como empresa privada tendo que ser, portanto, eficiente. Como os recursos repassados pelo governo estadual minguaram, tem que cortar despesas. As despesas da Emater são, caracteristicamente, folha, já que este é seu serviço.
Antigamente, quase todo o profissional formado em agronomia, tinha seu espaço nas entidades de Assistência Técnica, como uma espécie de "residência agronômica". Com todo o gás do jovem, topava ir para o interior e levar o conhecimento, com jipes velhos e estradas pavorosas. Não tem quem aguente um ritmo destes por muito tempo e a renovação era muito grande. E importante, pois conservava sempre este sangue jovem na "frente de batalha". O que ocorreu ao longo deste tempo? As oportunidades de trabalho minguaram e os profissionais foram ficando, aumentando a folha, reduzindo sua capacidade de campo...
O problema, portanto, é da economia do sul e não exatamente da Emater. Ela pretende contratar novos profissionais, evidentemente com salários menores, para atuar no campo.
Também não lembro de ter havido tanta comoção quando o governo Olívio demitiu vários funcionários da Emater, com ótica política...
E mais, Pobre Pampa, a Emater tem sérios problemas de gestão de pessoal. A Emater é sociedade privada que recebe parcelas significativas dos órgãos de Estado. É fundamental que ela tenha uma boa gestão. Na época do Olívio se "politizou" a Emater e tivemos, em consequência disso, a aftosa.
Postar um comentário