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Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Robert Lehman e Seu Impressionante Acervo





Em tempos de crise das bolsas causada pela bancarrota da Lehman Brothers, fiz uma pesquisa no google sobre Robert Lehman. É impressionante a quantidade de obra de arte, de diversos e famosos autores, que fazem parte do acervo Robert Lehman. Simplesmente impressionante.
Acima o próprio Robert Lehman e seus quadros da coleção Lehman do Metropolitan de NYC: Anunciação de Sandro Boticcelli, a Expulsão de Adão e Eva do Paraíso de Giovanni di Paolo, Cristo carregando a cruz de El Greco e Erasmo de Roterdam de Hans Holbein.
Abaixo artigo de Elio Gaspari sobre este mesmo assunto:

Robert Lehman Garantiu o Sobrenome
Elio Gaspari


Na manhã de ontem, a Ala Lehman do Museu Metropolitan de Nova York teve uns cem visitantes. Muitos, como a moça da livraria, não sabiam que a magnífica coleção de quadros, esculturas e tapeçarias exibidos num anexo que replica o ambiente do apartamento do banqueiro Robert Lehman tinha algo a ver com a casa bancária que foi à bancarrota na segunda-feira. Esse foi o primeiro dia de uma nova era para o sobrenome. Desde 1850, a marca "Lehman Brothers" esteve associada a uma família de banqueiros. A partir de agora, estará associada ao gosto e à fortuna de um colecionador que transformou um gesto de filantropia no melhor investimento da história da família .Robert Lehman dirigiu e orientou a casa bancária de 1925 até 1969, quando morreu, aos 78 anos. Trabalhou com duas idéias: apostava em gente com novas idéias (companhias aéreas, por exemplo) e no consumo das multidões. Ganhou rios de dinheiro e tornou-se um dos homens mais ricos do país. Depois de sua morte, a família afastou-se do negócio e hoje ela estaria associada apenas a uma concordata se "Bobbie" Lehman não tivesse multiplicado um interesse pela arte que lhe foi ensinado pelo pai. (Philip Lehman, na velhice, passava horas contemplando em silêncio uma "Anunciação" de Sandro Botticelli, pintada por volta de 1485.)Lehman juntou 3.000 obras de arte e seu forte foi o Renascimento Italiano. Deles, o mais conhecido é uma pequena pintura intitulada "A criação do Mundo e a Expulsão do Paraíso", de Giovanni di Paolo (1445). Daí em diante, formou um catálogo de grandes nomes: Rembrandt, El Greco, Van Gogh, Gauguin. Houve um tempo em que na mesma sala conviviam a Condessa de Altamira, de Goya, e a Princesa de Broglie, de Ingres. Paulo Francis visitava-as mensalmente, repetindo a mesma frase: "Aí está a diferença entre o gênio (Goya) e o talento".O Metropolitan namorou essa coleção por quase 30 anos, mas Lehman desconversava. O banqueiro jogava pólo no andar de cima, mas sabia o que era o preconceito. Em 1941, convidaram-no para o conselho, considerado um clube de anti-semitas e continuaram a namorá-lo.Finalmente, Lehman cedeu. Doaria sua coleção ao museu, desde que ela ficasse num pavilhão exclusivo e indivisível, que lembrasse sua casa.Boa idéia, porque Henry Marquand, o primeiro grande doador do Metropolitan, é hoje um desconhecido para os visitantes. (Era dele o Vermeer da "Moça com a Jarra de Água", custara menos de US$ 100 mil em dinheiro de hoje.) Banqueiro, em 1901 Marquand viveu a dor da quebra da casa com o nome de sua família.Outro duque da banca, Thomas Lamont, da Casa Morgan, impôs sua vontade ao museu e desalojou um pedaço da ala de esculturas greco-romanas.Puseram no lugar um monstruoso restaurante, ornado com uma placa de mármore que identificava a "Ala Lamont". Com burocracia de museu não se brinca. Quarenta anos depois o restaurante foi fechado, as esculturas voltaram em esplendor e a placa foi para um canto de escada.Lehman fez questão de examinar o projeto de seu pavilhão. Nele conseguiu-se o milagre de produzir um percurso de paz. (Talvez por conta do jeito de casa dos outros, com tapetes no chão.) Num museu que gloriosamente parece estação ferroviária, sossego igual só se encontra nas salas de arte asiática.Marquand tornou-se um herói de catalogo, Lamont, um dignatário de escada. A turma do papelório que quebrou a Lehman Brothers, nem isso.Quem tinha razão era o barão do aço, Andrew Carnegie, o homem mais rico dos Estados Unidos no início do século 20. Ele dizia que "morrer rico é uma desgraça". Carnegie patrocinou a construção de 3.000 bibliotecas. (Sua casa, na Quinta Avenida com rua 91, é poderosa, mas perde em luxo, tamanho e espaço para o palácio do Barão de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro. Quando seus donos quebraram, a Viúva ficou com a conta e assim nasceu o Palácio do Catete, numa sociedade em que a a maior parte da plutocracia tudo toma e nada dá.)

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