Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Bolívia Dividida - A Oposição é Intolerante e Evo Intransigente.


Policiais entram em confronto com manifestantes nas ruas de Santa Cruz. Vários grupos de direita invadiram e saquearam nesta terça-feira as principais repartições públicas da cidade, principal foco da oposição ao presidente boliviano, Evo Morales


Radicalismo leva ao radicalismo. Essa é a frase óbvia que bem define a situação que hoje ocorre na Bolívia, um país dividido. Ontem um trecho do duto que leva gás da Bolívia para o Brasil, na região do Chaco, sul boliviano, dominada pelos opositores do governo Evo Morales se rompeu, explodiu. Tudo leva a crer que foi a oposição e seus complicados (e racistas) Comitês Cívicos realizou esses atos de sabotagem.


Estão comparando a situação atual do governo Evo Morales com o que ocorreu no Chile, na época de Salvador Allende. Existem semelhanças e diferenças. A questão chilena era muito mais ideológica, a esquerda se achou a dona de todo o campinho chileno porque havia vencido uma eleição com 30 e poucos por cento de votos. Achava que havia feito uma revolução, mas ganhou apenas uma eleição com uma diferença muito pequena de votos. Na Bolívia, existe também a questão ideológica, mas também está inserida nesse contexto a questão étnica e econômica. Evo representa os povos indígenas do altiplano boliviano. A oposição a Evo está localizada nas ricas terras baixas, onde está o gás boliviano. A chamada região da Meia-Lua.


Evo, em 2006, convocou os bolivianos para a realização de uma Assembléia Nacional Constituinte e simultaneamente a isso se aprovou, também, plebiscitos sobre as autonomias dos departamentos.


Na folha de hoje:


Os departamentos da meia-lua votaram "sim", mas o altiplano seguiu Morales, que fizera campanha pelo "não", e manteve o status pelo qual os departamentos não têm Legislativos, polícias ou impostos próprios.


Na mesma votação, o MAS (Movimento ao Socialismo), partido de Morales, conseguiu maioria na Constituinte, mas não os dois terços necessários para validar o texto. O governo mudou a regra no meio do jogo, porém, e aprovou a nova Carta por maioria simples.


A entrada em vigor da nova Constituição depende ainda de referendo, mas os governadores da meia-lua e os Comitês Cívicos repudiam o texto -principalmente, três itens:


a) embora ele dê aos departamentos a sonhada autonomia, também concede autonomia a povos indígenas que vivem dentro desses departamentos;b) a Carta limita a extensão de terras de um mesmo proprietário a uma quantidade de hectares que ainda deverá ser definida em um referendo exclusivo sobre o tema;c) La Paz mantém o controle sobre os recursos naturais do país -a maior riqueza está concentrada na meia-lua.


Aprovada a Constituinte, os departamentos oposicionistas decidiram radicalizar contra Morales. Santa Cruz, Pando, Beni e Tarija promoveram, sem aprovação da Justiça eleitoral, referendos sobre estatutos autonômicos. O "sim" ganhou em todos os departamentos, mas, sem o consentimento de La Paz, nada mudou na prática.

Sem conseguir destravar o diálogo com os opositores, Morales apostou em sua força nas urnas -convocou um referendo revogatório sobre o seu mandato e o dos governadores. O resultado não desfez o impasse. Dois terços dos bolivianos votaram para Morales ficar, mas os principais governadores de oposição também foram mantidos.

Após o referendo, os dois lados ensaiaram retomar um diálogo.


Mas Morales não cedeu em um ponto que os oposicionistas consideram fundamental -a restituição do repasse aos departamentos de um imposto sobre o gás natural, que La Paz deslocou para o pagamento de pensões a idosos.Com a nova quebra de diálogo, veio mais radicalização.


Morales anunciou que levaria adiante unilateralmente os referendos sobre a nova Constituição e marcou a data. Os Comitês Cívicos intensificaram greves, bloqueios, locautes, tomadas de aeroportos e ataques a instituições governamentais, inclusive às instalações do gás que a Bolívia exporta ao Brasil.Mais de um líder das ações contra Morales já confessou que o objetivo final é derrubar do governo o líder indígena, que tem mandato até 2010, mas pode concorrer à reeleição caso seja aprovada a nova Carta. Morales acusa os opositores de tentarem um "golpe civil".


Os principais artífices da radicalização são justamente os Comitês Cívicos -que reúnem a elite política e empresarial nos departamentos e têm grande capacidade de mobilizar a população. Sua força deriva também do fato de que, até 2005, os governadores não eram eleitos, mas nomeados por La Paz -firmando-se os comitês como máxima expressão política departamental.Além deles, são agentes dos ataques milícias como a União Juvenil Cruzenha, de Santa Cruz. Elas adotam discurso mais radical e até racista contra os indígenas. Nos referendos autonômicos, foram usadas como forças de segurança nos departamentos, embora não esteja claro se possuem ou não armas em quantidade.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ninguém! Mas ningúem mesmo o Maia acrediat no que tu dizes.

Manter um Blog que ninguém acessa só mesmo um filhodaputa que nem tu!

Toma vergonha na cara, pega o teu CC de filhote da Yeda e do Busatto e parte para outra. Como Blog ou como "reprodutor" de idéias não destes certo.

Desiste!

Procura descobtrir quem é teu pai, e ganha o mundo. Acho que não vai se fácil.

Claudio Dode