Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Não é Mole Ser Brasileiro (Hoje) em Honduras


Após suspensão do toque de recolher população foi às ruas em busca de comida em Tegucigalpa, Honduras.

A Zero Hora enviou para Honduras o repórter Rodrigo Lopes que andou falando com as pessoas, principalmente brasileiros, que moram por lá, como mostra a matéria abaixo.

Alguns trechos destaco:

A psicóloga mineira Diacuy Mesquita, 53 anos, mora há 32 anos em Tegucigalpa disse:

– Hoje (ontem) está complicado, especialmente para nós, brasileiros. As pessoas nos tratam como se fôssemos cúmplices de algo que nosso governo teria feito – completou.

A carioca Isabel Cabral, 54 anos, funcionária da embaixada brasileira e filha do escritor João Cabral de Melo Neto. Ela ia a um supermercado, quando, afobada, atendeu o celular. Em um determinado momento, pediu:

Não posso mais falar português, as pessoas ouvem e sabem que sou brasileira. Me olham de forma estranha.

Perguntada sobre se o fato de ser brasileira virou um problema, responde, já em um espanhol de quem vive há 30 anos em Tegucigalpa:

– Desgraciadamente, sí.


CRISE EM HONDURAS

Convulsão nas ruas

A capital de Honduras viveu ontem seis horas de caos. Supermercados foram invadidos por pessoas desesperadas que queriam fazer estoque, as farmácias não tinham mais medicamentos, e as filas nos postos de gasolina e lojas de conveniência passavam de três quilômetros.

Tudo isso ocorreu entre 10h e 16h (hora local), quando o governo golpista suspendeu temporariamente o toque de recolher. Imediatamente, Tegucigalpa cedeu à confusão. Centenas de carros saíram ao mesmo tempo às ruas. O objetivo do Ministério da Indústria e Comércio: permitir que a população se abastecesse.

– Saí para comprar mantimentos, mas já fui a três supermercados, e em todos eles havia uma invasão. O que existe aqui é um caos – contou a Zero Hora a psicóloga mineira Diacuy Mesquita, 53 anos, há 32 na capital.

– Hoje (ontem) está complicado, especialmente para nós, brasileiros. As pessoas nos tratam como se fôssemos cúmplices de algo que nosso governo teria feito – completou.

ZH falou também com a carioca Isabel Cabral, 54 anos, funcionária da embaixada brasileira e filha do escritor João Cabral de Melo Neto. Ela ia a um supermercado, quando, afobada, atendeu o celular. Em um determinado momento, pediu:

– Não posso mais falar português, as pessoas ouvem e sabem que sou brasileira. Me olham de forma estranha.

Perguntada sobre se o fato de ser brasileira virou um problema, responde, já em um espanhol de quem vive há 30 anos em Tegucigalpa:

– Desgraciadamente, sí.

ZH voltou a conversar com Isabel duas horas depois. Já com as compras, tentava levar comida aos colegas da embaixada.

– Não sei até quando vai isso. Não posso emitir opinião, porque sou funcionária. Mas não sei dizer – finalizou.

Nos choques entre simpatizantes do presidente deposto, Manuel Zelaya, e forças do governo golpista, pelo menos duas pessoas morreram entre terça-feira e ontem, terceiro dia consecutivo de confrontos.

2 comentários:

PoPa disse...

Eu li a reportagem, hoje pela manhã. Eu destacaria a parte em que o repórter fala da facilidade que ele teve de conseguir o visto de entrada e a facilidade que ele encontrou para circular pela capital hondurenha. Em um país com um governo “golpista” isto seria possível? Ele conseguiria entrar em Cuba e entrevistar as pessoas normalmente? E poderia voltar se falasse mal dos Castro e seu regime?

Carlos Eduardo da Maia disse...

É verdade, também tem esse ponto. O Rodrigo Lopes não teve nenhuma dificuldade de entrar em Honduras.