Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Quando o Michael Moore tem Razão



Os filmes de Michael Moore deve ser vistos com alguma reserva. Deixando o preconceito de lado, temos de admitir: o cara é bom documentarista. O cabra sabe fazer documentário. Tem perspicácia, humor e adora construir situações bizarras. Claro, ele manipula, inventa, exagera e por isso o cuidado.

O presidente Obama está tentando fazer o que Bill Clintou não conseguiu: tornar a saúde pública universal. Como pode o povo de um país como os EUA não ter o sagrado a um direito básico da cidadania que é a universalização da saúde? Uma situação completamente desproporcional e absurda.

Por isso -- para entender sobre o tema -- vale a pena assistir ao filme Sicko, S.O.S. Saúde de Michael Moore.

Quando custa um tratamento para um câncer? Quando custa um tratamento para doença cardíaca?

Muitos americanos estão indo à bancarrota ou para a morte porque não têm dinheiro para custear certos tratamentos.

O Estado americano lava as mãos e deixa o mercado se auto regular e não dá condições aos cidadãos de terem acesso a uma saúde pública e universal, como ocorre nos países europeus. E o pior, quem defende esse tipo de idéia -- pitoresca -- é taxado de socialista ou comunista.

A proposta de universalização do serviço público de saúde não tem nada a ver com ideologia. É do interesse de todos. Mas nos EUA o que vale é o "cada um por si, porque pagamos os impostos". Cabe ao Obama modificar essa perversa lógica. Eu acredito.

4 comentários:

charlie disse...

"Como pode o povo de um país como os EUA não ter o sagrado a um direito básico da cidadania que é a universalização da saúde? Uma situação completamente desproporcional e absurda." Pô, Maia. Quer dizer então que política de saúde pública universal é direito básico de cidadania? Direito ou dever?, pergunto eu. Basicamente o que saúde universal faz é repassar a conta de alguns cidadãos para outros cidadãos. Que considerem isso algo bom, não vejo problemas: cada um pensa o que quiser. Mas dizer que esta política é "direito sagrado" vai uma grande, enorme diferença.

charlie disse...

"A proposta de universalização do serviço público de saúde não tem nada a ver com ideologia. É do interesse de todos". Meu velho, isto é discurso. Não é de interesse de todos coisa nenhuma. É do interesse dos que não possuem plano de saúde. Ponto. Em um país em que se paga uma alta carga tributária e onde a saúde pública é responsabilidade do governo, sem problemas: saúde pública e de qualidade é direito de todos. Do contrário, não.

charlie disse...

Outra coisa que não deve ser desconsiderada: o caráter e a cultura do americano. É recorrente em filmes, por exemplo, as economias que os pais fazem desde o nascimento do filho até a formação deste no secundário. Economias para a faculdade. Eles não contam com ajuda do governo, eles nem esperam por isso, eles economizam por décadas para garantir uma faculdade. O mesmo com os planos de saúde e vida. É cultural. Esta independência é elementar na cultura americana e acho algo digno de respeito.

Se uma horda de imigrantes inundou o país nas últimas décadas e trouxe consigo seus hábitos pouco salutares de Estado paternalista e irresponsabilidade individual, é questão destes imigrantes se adaptarem, não o contrário.

A verdade é que nesta discussão o americano médio está sendo solenemente ignorado, e estão sim ameaçando o que seria o espírito do país. Um país essencialmente liberal, que preza a responsabilidade individual e tem ojeriza ao estado paizão. Coisas que a tal "comunidade internacional" vê como abominação egoísta.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Muitos americanos, Charlie, a maioria deles têm planos de saúde, mas são grandes grupos que têm o evidetente interesse econômico de receber a contribuição e não efetuar o pagamento do benefício. Então, muitos americanos têm plano de saúde, mas na hora H, esse plano não serve para nada, porque o seguro não cobre, porque a doença é pré existente, porque o fulano não declarou que quando jovem teve a doença X. Acho sim que o estado -- qualquer estado -- deve garantir aos seus cidadãos uma assistência mínima, mas razoável nos serviços de saúde e educação. E isso é de interesse de todos. A universalização dos serviços públicos de saúde e educação é um dever mínimo do estado. Os países europeus, inclusive a Inglaterra, tem a saúde pública universalizada, por que os EUA não podem trilhar esse mesmo caminho?