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Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


quarta-feira, 5 de maio de 2010

Chamem o FHC Para Resolver o Problema da Grécia

Policiais entram em confronto com manifestantes em frente ao Parlamento, em Atenas. A polícia usou gás lacrimogêneo nesta quarta-feira contra os manifestantes que tentavam ultrapassar uma barreira policial diante do Parlamento em Atenas, em um dia de greve geral convocada pelos sindicatos contra o plano de austeridade que praticamente paralisou o país.

Post do Diário Gauche, em vermelho bem encarnado,   que adora dizer que os povos estão reagindo, que os países estão em estado de insurgência. Que o povo dominado vai conseguir, enfim, se unir  e, assim, está  prestes a derrubar os governantes da elite malvada e implantar ali uma república popular.

Povo grego está reagindo

Como todos sabem, a Grécia quebrou. Comenta-se que os próximos são Portugal e Espanha. A situação crítica pode levar de roldão a própria moeda, o euro, passível de ser engolido pelos rombos das economias nacionais européias.
O curioso é que a Grécia quebrou por ter seguido à risca o receituário neoliberal, orientando a economia grega nos descaminhos especulativos do capital financeiro. Agora, na hora dos ajustes para superar a bancarrota grega, o que está sendo ministrado pelos doutos economistas do FMI? Ora, medidas do receituário neoliberal.
É aquela situação da anedota, o sujeito adoeceu de tanto comer batatas, vai ao médico e este, depois de examiná-lo, passa-lhe a seguinte dieta: batatas!

Meu sintético pitaco:

Dizer que a Grécia "quebrou" porque seguiu as receitas neoliberais é o absurdo dos absurdos. A Grécia está onde está exatamente porque não seguiu as receitas de equilíbrio fiscal, de controle de contas, recebeu valores, dinheiros de outros ou de estranhos e não aplicou adequadamente e foi completamente irresponsável. A Grécia deveria chamar o FHC para fazer lá uma lei de responsabilidade fiscal.

5 comentários:

Fábio Mayer disse...

A Grécia preferiu manter os gastos públicos e eventualmente compensá-los com crescimento posterior.

O crescimento não foi suficiente, o endividamento nacional chegou no limite.

E o Brasil so não vai para o mesmo caminho porque aqui, existem dois potenciais que só começaram a ser explorados durante os anos FHC, mas especialmente durante os anos Lula:

a) O tributário. O combate feroz à sonegação garante aumento anual real de receita há mais de 15 anos consecutivos, independentemente da criação de novos impostos;

b) O aproveitamento do potencial de consumo da população, propiciado pela estabilidade da inflação. Medidas pontuais do atual governo alavancaram esse potencial, mas o mérito de acabar com a inflação é do governo Itamar.

Se não fossem estas duas âncoras, o Brasil já teria soçobrado ou no governo FHC ou no de Lula, porque os gastos públicos nacionais NUNCA decresceram. FHC, por sinal, não diminuiu os gastos do governo central, ele apenas os estancou com as privatizações e aumentou a receita com aumentos brutais de impostos. E Lula só gastou, o que terá efeito futuro, por mais que os petistas nã aceitem isso.

A sorte do Brasil é que tem potenciais que um país antigo e pequeno como a Grécia não tem mais...

senna madureira disse...

O desequilibrio fiscal não é apenas da Grécia e sim de toda comunidade europeia.

A Grecia foi o ultimo a aderir ao "euro", coisa que não devia ter feito.

Farra fiscal pune...

Moeda única com irresponsabilidade fiscal é o "crack" da economia.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Concordo, Fábio. E o Brasil da era Lula caminha rumo à estatização, processo que, espero, seja estancado em seguida, porque só vai aumentar os gastos públicos. A Grécia recebeu muito dinheiro de fora e não soubre administrar esses recursos, gastou mais do que entrou.

Senna, "Moeda única com irresponsabilidade fiscal é o "crack" da economia". Grande verdade, não há como dar certo.

charlie disse...

O país gasta mais do que produz e a culpa é do "neoliberalismo"? A Grécia é um bom exemplo do que uma política demasiadamente assistencialista e irresponsável pode fazer.

Agora o Estado precisa recolher muitas das tetas oferecidas para desespero dos muitos mamadores.

Mais ou menos o que aconteceria por aqui na eventualidade de uma grande crise e "programas sociais" tivessem que ser cortados...

Fábio Mayer disse...

Um grego aposenta-se 5 anos antes que um alemão.

E quem paga a conta é a UE, o seja, o contribuinte alemão, porque seu país tem obsessão por rigor fiscal.

As vezes penso que a UE é fria para o país dos meus antepassados...

E você tem absoluta razão, há no Brasil um movimento (ainda) tímido de re-estatização que começa com a Telebrás, e que poderá implicar numa explosão de gastos públicos e ineficiência a por em risco todo o delicado "equilibrio" fiscal brasileiro.

Se por alguma razão o país chegar ao limite do combate à sonegação, seja extiguindo-a ou chegando perto disso, seja esgotando os recursos nesse sentido, e se o país não tiver o crescimento de receita disto, não sabemos qual o fim da história...