Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


sexta-feira, 14 de maio de 2010

O Blá, Blá, Blá Demagógico de Tarso Genro


Fundamental na administração pública moderna a "meritocracia ou a gestão por méritos. Fundamental. A avaliação por metas deveria ter sido implantada ontem no Rio Grande do Sul. E por que não foi?

A governadora Yeda Crusius (PSDB-RS)  não consegue implementar esse conceito moderno e inovador no âmbito do precário ensino público do RS. Por que motivos? Ora, porque o sindicato dos professores, que se transformou em braço sindical do PT, oposição à Yeda, é contra. Mas por que raios de motivos é contra? Ora, caramba, são contra porque são contra.

E aí apareceu a Dilma que defendeu a meritocracia:
Não é uma avaliação contra o professor, mas a favor dele. É para possibilitar que tenha, inclusive, uma evolução na carreira – disse a ex-ministra.

Essa declaração causou turbilhão e os deputados petistas e o candidato a governador pelo PT no RS, Tarso Genro, já foram dizendo:  Dilma quer ampliar direitos, e a proposta de Yeda era rasgar direitos.

É dose, isso é falácia pura: meritocracia é meritocracia, a proposta de Dilma de "ampliar direitos" é igual a de Yeda "de rasgar direitos".

E sobre o assunto, Tarso Genro concedeu entrevista publicada na ZH de hoje que é uma pérola de contradição. Em resumo ele disse: A Dilma pode impor a meritocracia, porque é do PT, e a Yeda não pode, porque amarga uma visão neoliberal.

Sabe qual o problema dos políticos? A politicagem.

Abaixo entrevista do Tarso Genro à ZH:

“Avaliação por metas é uma questão técnica”


Tarso Genro, Candidato a governador pelo PT
Candidato do PT ao governo estadual, Tarso Genro diz que a visão de Dilma Rousseff sobre meritocracia é diferente da que defende a governadora Yeda Crusius (PSDB). Leia trechos da entrevista:


Zero Hora – Dilma defende a meritocracia. Yeda também, mas é criticada pelo Cpers e pelo PT. O que o senhor pensa disso?
Tarso Genro – São visões diferentes. A meritocracia que a Dilma está falando é exatamente aquilo que o presidente Lula instituiu no país: a valorização do concurso público, a valorização da formação do servidor, a valorização salarial do servidor. Tudo isso institui condições para o trabalhador adquirir méritos para prosseguir seu trabalho, para melhorar na carreira.

Meu pitaco: É exatamente isso o que defende Yeda, mas O CPERS não quer.

ZH – A avaliação por metas não faz parte da meritocracia?
Tarso – A discussão sobre meritocracia foi feita sempre de maneira enviesada: a partir de uma visão neoliberal, de esvaziamento do Estado e de ataque às qualidades do serviço público. E aí se visualizava a questão do Estado mínimo e a responsabilização dos servidores pelas mazelas do Estado brasileiro. Sempre defendemos a meritocracia, o concurso público, a formação profissional e quadros de carreira para evolução dos servidores por mérito. Nossa visão é de valorização do servidor público.

Meu pitaco: visão neoliberal, esvaziamento do Estado, ataque à qualidade do serviço público... Blá, Blá, Blá demagogo de Tarso Genro, como se a baixa qualidade do serviço público interessasse a alguém ou algum grupo político....


ZH – Com avaliação por metas?
Tarso – Avaliação por metas é uma questão de técnica. Isso pode ser usado em determinado setor e, em outro, não. Você não vai fazer, por exemplo, uma avaliação por metas na segurança, para verificar quantas pessoas um policial prendeu e, a partir daí, aumentar o salário dele. Isso vai estimulá-lo a prender ilegalmente.

Meu pitaco: Yeda pensa igual, a meritocracia proposta é apenas na área da educação.


ZH – E no magistério?
Tarso – Tem que ser avaliado. Depende do setor que estamos falando, depende da função do professor. A avaliação por metas no magistério pode ser feita a partir da avaliação que as estruturas técnicas do Estado façam da própria qualidade da educação. A educação no Estado está mal não por causa dos servidores, mas porque eles são mal pagos, mal treinados e mal estimulados.

Meu pitaco: se são mal pagos, mal treinados e mal estimulados e, efetivamente, são, que se mude as regras que se institua metas, que se implante meritocracias, que se faça melhores planos de gestão por méritos e metas.



Veja os termos do debate

- Meta – Significa quantificar um objetivo, estabelecer um ponto a ser alcançado no futuro. Dilma citou como exemplo a meta de acabar com a miséria no Brasil até 2016.

- Gestão por metas – Trata-se de fazer a administração de empresa ou órgão público voltada para as metas. Ou seja, perseguir os objetivos. Na saúde, uma meta é reduzir a mortalidade infantil até um determinado patamar. Após criar um objetivo, a organização passa avaliar constantemente se está no caminho certo.

- Meritocracia – É premiar o merecimento quando se alcança uma meta esperada. Em outras palavras, significa valorizar o esforço de alguém ou instituição.

9 comentários:

charlie foxtrot disse...

Nada de novo no front. Aconteceu o mesmo com o Lula, quando criticava o assistencialismo barato praticado pelo FHC: hoje inclusive tenta roubar os méritos do antecessor.

O PT é isso aí mesmo.

guimas disse...

Cruzes. Um amontoado de pitacos de quem nao entendeu nada da situação.

Depois, não entendo: só é certo quando não é o PT que propõe algo? Yeda quer a meritocracia, Maia aplaude. Tarso quer a meritocracia, e de acordo com o Tarso, uma meritocracia diferente (a entrevista não dá muitos elementos para se saber o que seria diferente), Maia vaia, usando o argumento de que "meritocracia é meritocracia".

Depois, veio essa: "se são mal pagos, mal treinados e mal estimulados e, efetivamente, são, que se mude as regras que se institua metas, que se implante meritocracias"

Não, né! Se são mal pagos, que se aumente o salário! Se são mal treinados, que se estimule o treinamento, através de mais salário (o plano da Yeda achatava as carreiras do magistério).

Que coisa. O Maia criticou o projeto da Yeda, mas falando mal do PT.

Ao Charlie:
"O PT é isso aí mesmo."

Peraí, vou corrigir a frase pra ti:

"A política é isso aí mesmo."

Carlos Eduardo da Maia disse...

Guimas, meritocracia é meritocracia é incentivar mediante valores, abonos e remunerações o professor que atingir as metas. O CPERS que é braço sindical do PT, assim como o sindicato dos professores de S. Paulo, nunca quis nem conversar sobre meritocracia. E agora vem a Dilma -- palmas para ela -- dizer que é importante a meritocracia. E o Tarso vem com essa conversa boba de neoliberalismo... O importante é que se abriu o caminho para uma discussão convergente sobre o assunto. Isso faz lembrar a reforma da previdência que FHC não conseguiu aprovar porque o PT, por motivos demagógicos e eleitoreiros, sempre foi contra e no governo o PT aprova uma reforma da previdência com os votos do PSDB.

guimas disse...

Tudo isso pra dizer que um partido se comporta de maneira diferente quando está na oposição? Ora, tenha dó, Maia.

O PSDB e o DEM foram contra a CPMF que eles criaram e aprovaram quando eram governo. O PSDB e o DEM aprovaram o aumento aos aposentados que jamais aprovariam se fossem do governo. E por aí vai.

Se queres criticar isso, o blá-blá-blá não é exclusividade de Tarso, obviamente.

Mas, é claro, não podias perder a oportunidade de espinafrar o PT...

Depois tem outra: "abono" não é o mesmo que "remuneração", e os parâmetros da meritocracia da Dna. Yeda estavam em aberto - ela queria um cheque em branco da Assembléia.

Alias, quando ela quis discutir isso com alguém? Nunca. O CPERS e Dna. Yeda se merecem, são dois teimosos.

Quem fica no meio, os professores e os alunos, é quem realmente sofre.

A conversa do neoliberalismo é diretamente endereçada aos nossos liberais gaúchos, que ainda vivem o consenso de Washington. O fórum da liberdade congelou-se lá pelo ano 2000, e nunca mais mudou. E tem gente que ainda aplaude.

O PT mudou, Maia. Quem não mudou são os mesmos de sempre. Escorados no anti-petismo, infelizmente.

charlie foxtrot disse...

"A política é isso aí mesmo."

Essa resposta foi digna de um petista.

eh eh

Fábio Mayer disse...

Meritocracia no Brasil é piada.

Nos colégios e faculdades, se você não cola ou não pux o saco do professor é tratado como nerd, idiota e retardado;

Ao iniciar uma carreira profissional, quase ninguém consegue sucesso se não tiver um QIndica.

Na política, é preciso ter padrinho, nem que depois seja preciso traí-lo.

No futebol, as arbitragens e a TV beneficiam os clubes do eixo Rio-SP, alguns deles devendo MILHÔES de reais e impostos e simplesmente não pagando!

Agova vem esse indivíduo tratando de algo que ele simplesmente não conhece, mas combate, porque o PT combate o programa de Yeda no RS, com combateu o de Serra em SP, se bem que o faz calcado na vontade popular: brasileiro não gosta de se esforçar, brasileiro prefereo jeitinho!

O PT pelo menos é coerente, defende aquilo que o publico médio quer!

Anônimo disse...

Se o Tarso ganhar(toc. toc.toc) vai implantar a meritocracia com aplausos do Cpers e apoio da Dilma. O professor que não tiver alinhado edeológicamente com o PT vai ser garroteado com aplauso do Cpers e apoio da Dilma. É por esta es outras que vou votar já no primeiro turno no Fogaça, pois num possível segundo turno entre a Yeda e o Tarso, o Tarso vence. Em tempo, professor que votar na Yeda vai estar dando um tiro nos própios pés. Yeda não queria dar os 6% conseguidos na marra para o conjunto de todos os professores, e não os 75% só para o nível 1.

José Aparecido disse...

Nunca entendi muito bem o que é meritocracia, no sentido aplicado às funções públicas. O que é mérito para um professor pode não ser para um policial. No caso de um médico do serviço público, por exemplo, o fato de atender muitos pacientes em algumas horas, é mérito ou descaso? Fui então ouvir alguém que entende do assunto. Jorge Buchabqui é especialista na área de direito administrativo e ocupou cargos públicos governamentais.
Ele é um descrente da tal meritocracia, basicamente porque não existe parâmetro técnico para avaliação de desempenho. Portanto, se não há parâmetros, nem internacionalmente, para avaliar o trabalho dos funcionários públicos, resta uma forte dose de subjetividade. E quando entra em cena o critério subjetivo, fere-se um dos princípios fundamentais do funcionalismo público: a impessoalidade.
Parece, portanto, que há um certo modismo na ênfase ao assunto. Há um discurso de que o funcionário público trabalha pouco, que deve ser enxugado. Aos que restarem, deve-se aplicar as regras de metas a serem alcançadas e do mérito, significando melhor salário para quem atingir estas metas. É o mesmo discurso do Estado mínimo, que parecia ter desaparecido com a crise de 2009, soterrado pela forte ajuda dos governos aos bancos e empresas privadas. O discurso não desapareceu. O mercado seria ainda o comandante do destino da população, com um Estado subordinado aos seus objetivos.
Pergunta-se: como exigir cumprimento de metas de cada governo, que muda em nova eleição? Como estabelecer metas para cargos de confiança, que chegam e se vão com os governos, ou para os contratados temporários?
O que o Estado brasileiro precisa são boas escolas de governo, disseminadas pelo país e uma carreira de estado profissionalizada. Jorge Buchabqui lembra que o que vale para a iniciativa privada não vale para governos. “E mesmo na iniciativa privada, nem sempre os serviços são a maravilha que se espera”, diz, lembrando os serviços bancários, as ligações telefônicas para atendimento ao consumidor e os problemas em companhias aéreas.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Pessoal, eu acho que o serviço público brasileiro precisa dar uma bela sacudida e o próximo governo tem a obrigação de fazer essas reformas para que ele funcione para melhorar a qualidade do serviço. Não há como fazer isso sem implantar política de metas e méritos.